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11 países enfrentam risco elevado de uma crise alimentar

A guerra na Ucrânia afetou a disponibilidade de bens alimentares e, de acordo com a análise da Allianz Trade, acionista da COSEC, há 11 países no mundo que enfrentam um elevado de risco de crise alimentar.

A lista é composta por Sri Lanka, Argélia, Bósnia-Herzegovina, Egito, Jordânia, Líbano, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Tunísia e Turquia. Em comum, estes países têm o facto de serem importadores líquidos de alimentos e terem um risco de perturbações sociais relativamente elevado.

Os analistas da companhia de seguro de créditos sugerem ainda que a Rússia possa ser uma das geografias que pode ser incluída parcialmente neste grupo, dado que enfrenta um elevado risco de perturbações alimentares, embora não sejam expectáveis distúrbios sociais no atual contexto geopolítico.

Manfred Stamer, economista-sénior da Allianz Trade para a Europa Emergente e Médio Oriente, afirma que “o choque mundial dos preços dos alimentos é particularmente preocupante para os países que são importadores líquidos de alimentos ou importadores líquidos de alguns bens alimentares que se tornaram escassos devido à guerra na Ucrânia, como cereais. Esta realidade afeta, em particular, os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento, que, por norma, têm uma capacidade limitada para encontrar substitutos para as importações de bens alimentares. Por isso, um ajustamento nos preços pode conduzir a uma menor disponibilidade de bens e, consequentemente, aumentar o risco de convulsões sociais”.

Antes da invasão russa, a Ucrânia era responsável pelo fornecimento de 4,5 milhões de toneladas de produtos alimentares através dos seus portos: 12% do trigo consumido à escala global, 15% do milho transacionado e 50% do óleo de girassol do planeta. Em conjunto, a Rússia e a Ucrânia exportavam 28% do total de trigo mundial. Com a eclosão da guerra, o acesso a esses mercados está encerrado e, nos próximos anos, milhões de pessoas enfrentam o risco de insegurança alimentar, o que faz ressurgir os receios de subnutrição e fome em massa.

 

Mal-estar social

A Allianz Trade identificou também um conjunto de economias que são importadoras líquidas de bens alimentares e que enfrentam um risco considerável de mal-estar social e um risco moderado de perturbações motivadas por questões alimentares.

Este grupo conta com países como Hong Kong, Roménia, Cazaquistão e Bahrain. Por outro lado, na China e na Arábia Saudita é menos provável a existência de distúrbios sociais. Pequim, caso necessite, tem meios para reduzir as exportações de bens alimentares, de forma a aumentar as suas importações líquidas. A Arábia Saudita, que tem estado a beneficiar da cotação elevada do petróleo e do gás natural, tem capacidade financeira para compensar a subida dos preços dos alimentos.

A escalada dos preços da energia também tem estado a desempenhar um papel importante na atual crise. Produzir fertilizantes e equipamentos agrícolas é agora mais caro. A Rússia é o maior produtor mundial de alguns fertilizantes e de gás natural. As sanções aplicadas a Moscovo não abrangem os fertilizantes, no entanto, as autoridades russas estão a limitar as exportações”, afirma Manfred Stamer, recordando que a China tem restringido as suas vendas deste tipo de produto ao exterior.

O índice de fertilizantes do FMI indica que os preços globais estão 3,4 vezes mais elevados do que antes da pandemia. E, por isso, o preço dos alimentos é agora 56% mais caro do que no final de 2019 e preço dos óleos é atualmente 2,3 vezes mais que em dezembro de 2019”, acrescenta o economista-sénior da Allianz Trade.

 

Subida da inflação

Os especialistas não antecipam uma queda generalizada do Produto Interno Bruto (PIB) per capita neste ano de 2022, mas a subida da inflação vai ter efeitos sobre o rendimento disponível das famílias.

Durante a pandemia, os governos disponibilizaram apoios que permitiram amortecer um pouco a quebra no crescimento do PIB per capital em algumas economias. Agora, as necessidades de importação de alguns países são mais elevadas e a capacidade orçamental é menor. Por isso, muitas economias estão a tentar encontrar a fórmula correta entre políticas que atenuem o impacto nas contas das famílias, enquanto garante segurança alimentar e diminuem as possibilidades de riscos social.

Há países que já anunciaram medidas para travar a inflação, contudo, estas podem representar custos orçamentais mais elevados e aumentar os desequilíbrios entre a oferta e a procura de bens.

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