Jerónimo Martins
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Vendas da Jerónimo Martins crescem 15,2%

Num ambiente de grande incerteza, amplificada pela invasão da Ucrânia pelas forças militares da Federação Russa no final de fevereiro, o notável crescimento do grupo no primeiro trimestre de 2022 atesta a competitividade e a qualidade e assertividade das propostas de valor de todas as nossas insígnias”.

É deste modo que o Grupo Jerónimo Martins analisa o seu desempenho nos primeiros três meses deste ano, período cuja comparação com o homólogo de 2021 “requer algum cuidado já que o primeiro trimestre de 2021 foi marcado, por um lado, pela maior severidade pandémica e, por outro lado, pela inclusão da época festiva da Páscoa”. Não obstante, de acordo com os resultados comunicados pelo grupo liderado por Pedro Soares dos Santos, as vendas cresceram 15,2%, para os 5,5 mil milhões de euros, e o resultado líquido aumentou 52,4%, para os 88 milhões de euros.

 

Portugal

Em Portugal, apesar dos primeiros sinais de pressão da inflação sobre o rendimento disponível das famílias, o Pingo Doce subiu as vendas em 6%, para os 985 milhões de euros (3,5% numa base comparável), e o Recheio em 31,6% para um nível pré-pandemia (2019), beneficiando da recuperação do canal Horeca e da retoma da atividade turística e atingindo os 228 milhões de euros.

O EBITDA combinado do Pingo Doce e Recheio cifrou-se em 68 milhões de euros, 12,8% acima do primeiro trimestre de 2021.

A respetiva margem foi de 5,6%, com o forte crescimento das vendas do Recheio a permitir a recuperação da alavancagem operacional, não obstante o investimento em promoções e a inflação de custos em ambas as insígnias.

 

Polónia

Na Polónia, o comportamento dos consumidores, embora tendencialmente mais cauteloso devido ao contexto inflacionista, manteve-se positivo no início do ano. Em março, a guerra na vizinha Ucrânia reduziu de forma abrupta o índice de confiança dos consumidores polacos, tendo levado também, inicialmente, a uma reação de acumulação de bens alimentares, a que se juntou o fluxo de entrada de refugiados ucranianos no país.

Nesse contexto, a Biedronka manteve uma forte dinâmica comerciale registou um crescimento de 15,4% das vendas, em moeda local (12,2% numa base comparável). Em euros, as vendas atingiram 3,8 mil milhões, 13,4% acima do homólogo de 2021.

O EBITDA aumentou 11,4% (13,3% em moeda local), com a respetiva margem a cifrar-se nos 8,3%.

Já a Hebe recuperou em relação ao primeiro trimestre de 2021, que foi muito afetado pelas restrições impostas pela realidade pandémica. Em moeda local, as vendas cresceram em 28%. Em euros, alcançaram 72 milhões, 25,9% acima do homólogo.

A recuperação das vendas levou o EBITDA a atingir os quatro milhões de euros. A respetiva margem aumentou para 5,2%.

 

Colômbia

Na Colômbia, o acelerar significativo da inflação alimentar que, no trimestre atingiu 22,9%, provocou pressão adicional num ambiente de consumo já fragilizado. A Ara implementou uma estratégia promocional intensa, gerando um crescimento de vendas de 65% em moeda local.

A perseverança das nossas equipas e a consistência do trabalho desenvolvido pelas nossas insígnias, ao longo do tempo, garantem a liderança em preço e qualidade. Esta é a grande força por detrás do sólido desempenho do grupo, nos primeiros três meses do ano. Este trabalho, que reforçámos desde o início da pandemia, é agora ainda mais crítico num contexto de inflação crescente, agravado pela guerra na Ucrânia, que deteriorará o poder de compra dos consumidores em geral e, em especial, o dos grupos socioeconómicos mais desfavorecidos. Dois meses volvidos desde o início da ofensiva militar, é para nós claro que a subida de preços dos produtos alimentares, da energia e do combustível será muito superior ao que se perspetivava no início do ano.  Num horizonte turvado pela incerteza, não temos dúvidas relativamente à nossa primeira prioridade estratégica: fazer a nossa parte no esforço, necessariamente coletivo, de controlo da inflação, através da defesa dos preços baixos e do investimento em fortes campanhas promocionais que permitam criar oportunidades para as famílias, fortalecer a posição competitiva das nossas insígnias e proteger o crescimento dos volumes. Estou confiante que saberemos fazer este caminho enquanto continuamos empenhados em ser bons cidadãos corporativos e em responder, de forma responsável, às expectativas dos nossos colaboradores, dos fornecedores e das comunidades onde estamos presentes”, afirma Pedro Soares dos Santos, presidente e administrador-delegado do Grupo Jerónimo Martins.

 

Expectativas

Desde o início do conflito militar, as pressões inflacionistas nos produtos alimentares, na energia e nos transportes escalaram. Desde então, também se observou o aumento substancial da volatilidade das moedas da Europa de Leste.  “Em face dos efeitos do aumento da inflação e das taxas de juro no rendimento disponível das famílias, a competitividade de preço e a criação de oportunidades de poupança para o consumidor tornam-se ainda mais preponderantes na agenda de todas as companhias do grupo”, sustenta em comunicado. “Mantemos, assim, as perspetivas para o ano tal como apresentadas no dia 9 de março de 2022, aquando da divulgação dos resultados de 2021”.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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