in

União Europeia planeia pacote de compensação a agricultores afetados pela importação de cereais da Ucrânia

Foto Shutterstoclk

A União Europeia está a preparar um pacote de compensação de 100 milhões de euros direcionado aos agricultores de cinco países que fazem fronteira com a Ucrânia e planeia introduzir restrições às importações de cereais ucranianos.

A pressão aumentou sobre Bruxelas para encontrar uma solução, à escala da União Europeia, depois da Polónia e da Hungria terem recentemente proibido algumas importações da Ucrânia e de outros países da Europa de Leste terem dito que estavam a considerar uma ação semelhante.

Estes países tornaram-se rotas de trânsito para os cereais ucranianos que não podiam ser exportados por mar, devido à invasão da Rússia. Os constrangimentos levaram a que os cereais ficassem retidos, forçando os agricultores locais a competir com um influxo de importações ucranianas baratas que, segundo eles, reduziram o valor das suas próprias colheitas.

 

Medidas preventivas

A Comissão Europeia anunciou que vai tomar medidas preventivas de emergência para o trigo, o milho, as sementes de girassol e a colza, após uma queixa conjunta da Bulgária, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia, apresentada no final de março.

Um funcionário da União Europeia disse que só será permitido que os cereais entrem nos cinco países se forem destinados à exportação para outros países comunitários ou para o resto do mundo. Esta medida durará até ao final de junho.

Separadamente, a Comissão Europeia, que supervisiona a política comercial dos 27 países da União Europeia, planeia uma investigação para determinar se são necessárias medidas para outros produtos sensíveis. Embora as medidas de emergência possam entrar em vigor dentro de dias, a investigação poderá demorar até seis meses.

O comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis, discutiu os planos com os ministros dos países afetados – Bulgária, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia -, bem como com os seus homólogos ucranianos.

 

Acordo de comércio livre

Ao abrigo do acordo de comércio livre entre a União Europeia e a Ucrânia de 2016, as importações dos produtos agrícolas mais sensíveis provenientes da Ucrânia estavam sujeitas a direitos aduaneiros e quotas. A União Europeia concordou em suspender todas as tarifas, no ano passado, até junho de 2023, e a Comissão propôs prorrogar esta suspensão por mais um ano.

A Polónia, que está especialmente sob pressão do seu lobby agrícola num ano eleitoral, proibiu todas as importações de cereais, mas concordou em permitir o trânsito dos mesmos após negociações com Kiev.

Procter & Gamble

Procter & Gamble aumenta receita em 3,5% no 3.º trimestre fiscal

Dão

Comércio global de vinho atinge valor recorde, mas volumes caem