Para mais de 75% dos shoppers o computador, o telemóvel ou o tablet são-lhes alheios no que diz respeito ao comércio eletrónico alimentar, de acordo com o estudo “O Mundo Digital e o Impacto das Novas Formas de Consumo Audiovisual”, da consultora Nielsen.
Ainda assim, 21% dos portugueses mostra-se decidido a utilizar aparelhos eletrónicos para comprar produtos alimentares, enquanto 24% afirma considerar a sua utilização embora sem estar plenamente convencido. Pelo contrário, mais de 30% das pessoas não tem qualquer intenção ainda de incorporar estas ferramentas na tarefa quotidiana de fazer compras.
A realidade é que a maior parte dos portugueses utiliza o computador ou os dispositivos móveis para situações ligadas ao lazer ou com o intuito de estabelecer contacto com pessoas à sua volta. Concretamente, sete em cada dez utilizadores usam estes aparelhos para estar informados, ouvir música, ver vídeos ou relacionar-se com familiares e amigos.
Num país em que 62% da população está ligada à Internet, o desenvolvimento dos computadores e dos dispositivos móveis motivaram o aparecimento de novos canais para ver conteúdos audiovisuais e novas ocasiões de consumo que permitem às pessoas estar permanentemente ligadas e informadas. Assim, a espera no consultório médico é aproveitada por quatro em cada dez portugueses para ver vídeos nos seus smartphones, de acordo com o relatório da Nielsen. E se estão à espera de um amigo, 35% das pessoas entrevistadas ameniza a ocasião vendo um vídeo no telemóvel. Estes dados constatam como cerca de 80% dos portugueses quer aproveitar a liberdade de estar ligado em qualquer momento e local.
Além disso, dois em cada dez portugueses veem vídeos no telemóvel no regresso a casa após o dia de trabalho. Se as esperas ou trajetos em meios de transporte se tornam mais amenos graças à visualização destes conteúdos, ele representam também determinados momentos de tranquilidade no lar. Com efeito, um quarto dos utilizadores vê vídeos no seu smartphone quando está na casa de banho, enquanto uma percentagem semelhante reconhece fazer o mesmo quando está sentado no sofá sozinho em casa, embora nesta última situação a maioria ligue a televisão (73%), de acordo com as informações reunidas no estudo da Nielsen.
O conteúdo audiovisual mais frequente nos smartphones são vídeos de curta duração. 29% dos utilizadores vê este conteúdo no seu telemóvel e é possível que o faça em conjunto com amigos, já que cerca de um quarto dos portugueses geralmente vê vídeos no telemóvel com esta companhia.
No entanto, existem outro tipo de conteúdos que, para já, são alheios à sua visualização através do telemóvel, tais como as notícias desportivas (9%), os noticiários generalistas (8%), os filmes (7%) ou eventos desportivos (5%). Entre 70 a 85% dos utilizadores opta pela televisão para os ver.
Por outro lado, seja para passar o tempo ou quando uma pessoa está sentada em sua casa sem qualquer companhia, tem por hábito ligar e ver televisão para “matar” o aborrecimento, ato que é praticado por mais de 60% dos portugueses. Ainda assim, para mais de metade dos utilizadores, o computador começa a funcionar como alternativa nestas situações ligeiramente aborrecidas e caseiras.
No entanto, se a pessoa está com a família, o portátil ou o smartphone dão lugar à televisão. Seis em cada dez portugueses vêm televisão enquanto estão com a família. Ainda assim, uma percentagem semelhante de utilizadores vê programas televisivos enquanto come. Apenas 11% vê vídeos no telemóvel durante as refeições, percentagem que chega aos 13% no caso do computador.
Os conteúdos mais vistos nos computadores são principalmente vídeos de curta duração (76%). Também são frequentes nestes aparelhos os filmes (42%), as notícias desportivas (29%) e os eventos desportivos (25%).
De acordo com o diretor geral da Nielsen Ibéria, Gustavo Núñez, “seis em cada dez portugueses têm acesso à Internet atualmente, isto implica uma alteração de paradigma na nossa forma de consumir conteúdo audiovisual. Apesar do principal aparelho continuar a ser a televisão, os portugueses não desdenham a sensação de liberdade de estar ligados permanentemente e em qualquer local. É de tal ordem a imersão na cultura digital que mais de sete em dez pessoas consideram que as interações físicas estão a ser substituídas pelas digitais”.