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Sector agroalimentar da União Europeia enfrenta aumento dos preços das matérias-primas

Foto Shutterstock

O sector agroalimentar da União Europeia enfrenta o aumento dos preços das matérias-primas, principalmente devido à recuperação das economias dos seus países e dos Estados Unidos e da China.

O aumento dos preços da energia e dos transportes e as consequências da propagação da variante Delta, particularmente na Ásia, estão a ter um impacto disruptivo nas cadeias de abastecimento em todo o mundo. Neste contexto de tensões, a edição de outono do Relatório de Perspetivas de Curto Prazo, publicado a 8 de outubro pela Comissão Europeia, apresenta uma visão detalhada das últimas tendências e perspetivas futuras para cada um dos sectores agroalimentares abrangidos.

 

Cereais

A produção de cereais da União Europeia está em alta, com uma previsão de 294,8 milhões de toneladas para 2021/22, um aumento de 5% face ao ano passado.

Este crescimento é apoiado, principalmente, pela recuperação da produção de trigo, estimada em 131 milhões de toneladas, mais 11,9% do que no ano passado.

Com preços elevados e condições favoráveis para pastagens, a utilização de cereais para alimentação animal deverá manter-se estável até 2021/22, em 162,2 milhões de toneladas.

 

Oleaginosas

A produção de oleaginosas recuperou do mínimo do ano passado e estima-se em 30,4 milhões de toneladas, até 2021/22, um aumento de 10% em relação a 2020/21.

Da mesma forma, a produção de culturas proteicas deverá atingir 4,8 milhões de toneladas em 2021/22, o que representa um aumento de 11,3% em relação ao ano anterior. Isto deve-se, principalmente, a um aumento da área de superfície de 13,4%.

Quanto à beterraba açucareira, as previsões para 2021/22 são mais favoráveis do que na época passada, de 75,1 toneladas por hectare. A produção poderá atingir os 113 milhões de toneladas, um aumento de 13,6% em relação à época anterior.

De acordo com este relatório, globalmente, com perspetivas positivas e preços elevados, os agricultores de culturas aráveis deverão poder absorver o aumento dos preços das matérias-primas.

 

Azeite

A produção de azeite deverá manter-se em dois milhões de toneladas, até 2021/22, ao mesmo nível do ano passado. O bom ano que se esperava foi dificultado por um verão quente e seco em alguns países produtores.

As exportações deverão aumentar e podem atingir as 860 mil toneladas.

 

Frutas

Quanto às maçãs, a produção deverá aumentar 10%, em 2021/22, atingindo 12,5 milhões de toneladas. Este aumento provém, principalmente, da produção polaca, com um aumento da área colhida e condições climáticas favoráveis. Isto irá pressionar os preços, mas o consumo continuará forte.

Prevê-se que uma queda de 3% na produção laranja e que atinja 6,4 milhões de toneladas, impulsionada pela descida da produção italiana, devido às condições climáticas adversas.

Quanto ao consumo, o de laranjas frescas continua elevado, substituindo o de sumo de laranja processado.

 

Lacticínios

A situação nos mercados de produtos de origem animal é mista. Os preços da carne de bovino, das aves de capoeira e dos produtos lácteos são positivos. No entanto, com o aumento dos preços dos alimentos para animais, as margens dos produtores poderão ser reduzidas.

Os lacticínios e as extensas explorações de carne de bovino deverão beneficiar da boa disponibilidade de erva este ano. A recolha de leite deverá crescer 0,3%, em 2021, em comparação com o ano anterior.

Atualmente, o queijo continua a ser a principal opção de transformação, apoiada pelo crescimento das exportações. Globalmente, as exportações de queijo da União Europeia poderão aumentar 4%, em 2021.

No entanto, estima-se que o consumo doméstico só cresça 0,5%. As vendas a retalho poderão diminuir com um aumento das utilizações na restauração. Isto deverá conduzir a um aumento da produção de queijo de cerca de 1%, prevendo-se um abrandamento das taxas de crescimento correntes.

Carne

A produção de carne de bovino E deverá diminuir moderadamente, cerca de 0,5%, em 2021. As exportações para mercados de alto valor, como o Japão, a Noruega e Hong Kong, estão a aumentar, o que deverá levar a um aumento global de 2% nas exportações de carne de bovino.

Já o mercado de carne de porco enfrenta dificuldades, com um aumento significativo da produção (mais 4,1%) no primeiro semestre, aliado a um abrandamento da procura. Isto levou à queda dos preços, numa altura em que os produtores enfrentam custos elevados. No entanto, o crescimento da produção deverá abrandar, com um crescimento anual de 1,7%.

O sector das aves de capoeira encontra-se também numa situação difícil, com os efeitos duradouros da gripe aviária, a redução da procura de serviços alimentares e os elevados custos de alimentação animal. A produção deverá diminuir 0,9% em 2021.

Por último, a carne de ovino e de cabra enfrenta escassez de abastecimento, tanto a nível da União Europeia como a nível global, conduzindo a preços elevados. A produção da União Europeia deverá aumentar 1,3%, em 2021. Em termos de comércio, os preços elevados, bem como a escassez de oferta, mantêm produtos na União Europeia, limitando o comércio de carne de ovino e caprino.

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