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Risco de crédito elevado no sector de bens duradouros em Portugal

O risco de crédito no sector de bens de consumo duradouro em Portugal é relativamente elevado e o desempenho no sector está abaixo da sua tendência de longo prazo, revela o estudo de tendências na indústria da Crédito y Caución dedicado ao sector retalhista de bens de consumo duradouro.

Dos 18 mercados analisados na Europa, apenas a Áustria e a Polónia apresentam boas perspetivas, com uma situação de risco de crédito saudável e um desempenho acima da tendência de longo prazo. Por oposição, Dinamarca e Turquia são os dois mercados europeus que evidenciam um fraco desempenho e um elevado risco de crédito.

Os grandes mercados de França, Alemanha, Itália, Espanha ou Países Baixos apresentam um desempenho estável, mas o sector enfrenta os impactos do aumento dos custos das matérias-primas, dos transportes e da energia, além dos constrangimentos nas cadeias de distribuição que afetam as margens de lucro.

 

Alemanha

Em 2020 e 2021, o consumo de bens duráveis na Alemanha beneficiou da escassez de oportunidades de consumo noutros sectores, provocada pela pandemia de Covid-19. Contudo, em 2022, o sector enfrentará dificuldades. Além do aumento do consumo de serviços resultante do levantamento dos confinamentos, a elevada inflação provocada pelo acentuado aumento dos preços dos alimentos e da energia terá um efeito negativo no poder de compra das famílias, sendo de esperar uma contração de 3,5% no consumo de eletrodomésticos e de 1,5% no mobiliário.

No entanto, o consumo online de bens não alimentares na Alemanha deverá crescer 13,5% em 2022.

 

França

França também irá ter um ano mais difícil. Apesar do crescimento robusto registado em 2021, com um incremento de vendas de 11% nos eletrodomésticos e 14% no mobiliário, este ano, o aumento dos preços das matérias-primas e dos custos de transporte está a afetar os custos de produção, enquanto a subida dos preços da energia, da gasolina e dos alimentos reduz o poder de compra das famílias.

As projeções quanto às vendas a retalho em França apontam para uma contração de 2%, após um incremento de 10%, em 2021, com as margens de lucro dos retalhistas a reduzirem-se ainda mais. A forte concorrência dificulta que os aumentos nos custos de produção e transporte sejam transferidos para o consumidor final. O mix de produtos é fator chave para que os retalhistas do sector consigam manter as suas margens.

 

Itália

Em Itália são esperadas mais insolvências, em 2022, dado que, nos últimos 12 meses, este indicador se manteve baixo. Os aumentos nos custos de produção, da energia e dos transportes, a par do aumento da inflação que afeta o consumo das famílias, são as principais causas para o abrandamento do crescimento do sector de bens de consumo duradouro em Itália.

Em 2021, as vendas cresceram 8%, mas em 2022 o aumento esperado será de 2%. Os grandes eletrodomésticos apresentam uma previsão de contração na ordem dos 5%.

 

Países Baixos

Após um desempenho robusto, em 2020, no ano passado, as vendas de bens duradouros nos Países Baixos baixaram, com um decréscimo de 1,1% no mobiliário (após um crescimento de 7,9% em 2020) e de 7,9% na eletrónica de consumo (após um incremento de 8,6% em 2020).

Em 2022, as vendas de eletrodomésticos vão baixar 4%. As margens de lucro do sector retalhista decresceram, em 2021, e espera-se que esse declínio se intensifique durante os próximos meses.

 

Espanha

Espanha também terá de enfrentar condições mais difíceis, após um crescimento robusto em 2021. As vendas de eletrodomésticos cresceram 14%, em 2021, enquanto as vendas a retalho de mobiliário cresceram 11% e a eletrónica de consumo 3,5%.

As vendas online de bens duradouros tiveram um incremento de 60%, em 2020, seguido de um aumento de 3,7%, em 2021.

O e-commerce em Espanha representa 30% das vendas do sector de bens duradouros. Contudo, as pressões inflacionistas afetam a procura e os custos de energia, matérias-primas e transporte reduzem as margens dos retalhistas. No primeiro quadrimestre de 2022, as insolvências de retalhistas (alimentares e não alimentares), em Espanha, aumentaram 7,8% e são esperados aumentos adicionais nos próximos meses.

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