As pressões inflacionistas e a crise do custo de vida tiveram um impacto significativo na preferência dos consumidores por produtos de marca própria, segundo a última edição do EY Future Consumer Index.
Embora, inicialmente, 28% dos consumidores tenha afirmado estar a comprar mais produtos de marca própria do que produtos de marca de fabricante em resposta ao aumento dos custos, as conclusões da EY sugerem que este se tornou um hábito sustentado, com dois terços (66%) a afirmar considerar que estas alternativas menos dispendiosas satisfazem as suas necessidades tão bem como os seus equivalentes de marca, enquanto perto de dois terços (38%) afirmar não ter planos para voltar a artigos de marca de fabricante.
A pesquisa da EY também apurou que essa tendência não é exclusiva dos compradores nas faixas de rendimento médio a baixo. No futuro, os consumidores de rendimento mais elevado do planeiam comprar marcas próprias em várias categorias, incluindo alimentos frescos, cuidados do lar, alimentos embalados, roupas, sapatos e acessórios, cuidados pessoais e beleza e cosmética.
Resposta dos fabricantes
De acordo com o Future Consumer Index, os retalhistas procuram promover as marcas próprias, colocando-as na prateleira ao nível dos olhos e perto da frente de loja e expandindo a sua gama de produtos.
As marcas da distribuição já não imitam apenas produtos de marca de fabricante a preços mais baixos, mas também oferecem diversas opções, com os retalhistas a utilizarem dados do ponto de venda para identificar as tendências. “Em resposta à crescente popularidade da marca própria junto dos consumidores, muitas empresas de produtos de consumo estão a concentrar-se na recuperação de volume”, comenta Kristina Rogers, líder global de Consumo da EY. “Os esforços para simplificar o portfólio, reduzir custos e desbloquear recursos são importantes, mas isso deve acontecer ao lado da inovação e do marketing – os fabricantes precisam manter as suas marcas dentro do círculo de confiança do consumidor, para assegurar as suas margens e financiar agendas de crescimento”.
Importância dos dados
Kristina Rogers acrescenta que, para os retalhistas melhores recursos de análise de dados ajudarão a direcionar e alcançar melhor os consumidores, aumentando as vendas de marca própria. Os retalhistas podem usar as redes sociais e os programas de fidelização para incentivar as compras de marca própria e criar fluxos de receita alternativos.
Para os fabricantes, “novos produtos inovadores, que se diferenciem da marca própria e que os consumidores considerem valiosos, serão fundamentais para o seu sucesso futuro”, conclui.