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Preços mundiais dos alimentos moderam queda em fevereiro

O índice de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que avalia as cotações das matérias-primas, teve uma média de 129,8 pontos, em fevereiro, numa ligeira queda (0,6%) em relação a janeiro, continuando a tendência de descida pelo 11.º mês consecutivo.

Com a última queda, o índice recuou 29,9 pontos (18,7%) em relação ao pico atingido em março de 2022.

O ligeiro declínio em fevereiro refletiu descidas significativas nos índices de preços de óleos vegetais e lacticínios, juntamente com índices de preços dos cereais e carne ligeiramente mais baixos, o que mais do que compensou um aumento acentuado no índice de preços do açúcar.

 

Cereais e óleos vegetais

Em particular, o índice de preços de cereais teve uma média de 147,3 pontos, em fevereiro, uma ligeira queda (0,1%) em relação a janeiro e de 1,4% face há um ano. Após caírem três meses consecutivos, os preços internacionais do trigo subiram ligeiramente (0,3%), enquanto os do milho pouco mudaram, aumentando apenas 0,1%. Por outro lado, os preços internacionais do arroz caíram 1% em fevereiro.

Já o índice de preços dos óleos vegetais atingiu uma média de 135,9 pontos em fevereiro, menos 4,5 pontos (ou 3,2%) do que em janeiro e atingindo o seu valor mais baixo desde o início de 2021. A fraqueza contínua do índice deveu-se aos preços globais mais baixos da palma, soja, girassol e colza.

 

Lacticínios

Da mesma forma, o índice de preços dos lacticínios registou em média 131,3 pontos, em fevereiro. São 3,6 pontos (2,7%) menos do que em janeiro e 10,2 pontos (7,2%) abaixo do nível do mesmo mês do ano passado. Em fevereiro, a queda do índice deveu-se à descida dos preços de todos os produtos lácteos, com a manteiga e o leite em pó desnatado a caírem mais acentuadamente. A fraqueza contínua da procura global de importações, especialmente das entregas de curto prazo, levou à queda dos preços, embora também tenha havido um aumento notável nas compras realizadas pelo norte da Ásia nas últimas semanas.

Do mesmo modo, o aumento da oferta exportável, em especial das existências de manteiga, queijo e leite em pó desnatado, na Europa Ocidental, onde as entregas sazonais de leite, nos últimos meses, aumentaram em comparação com as médias mensais correspondentes, também deprimiu os preços de exportação mundiais.

 

Carne

Quanto ao índice de preços da carne, situou-se em 112 pontos em média, em fevereiro, ou seja, um valor ligeiramente inferior (0,1 pontos e 0,1%) do que em janeiro e 1,9 pontos (1,7%) abaixo do seu valor há um ano.

Em fevereiro, os preços internacionais da carne de aves caíram pelo oitavo mês consecutivo, refletindo a oferta global abundante em comparação com a menor procura de importação, apesar dos surtos de gripe aviária em vários dos principais países produtores.

Em contrapartida, os preços internacionais da carne de suíno aumentaram, impulsionados pelas preocupações do mercado relativamente à disponibilidade limitada de suínos prontos para abate, num contexto de aumento da procura interna na Europa.

Enquanto isso, os preços da carne bovina estabilizaram, após quedas contínuas desde junho de 2022, à medida que o aumento das importações, especialmente do norte da Ásia, equilibrou a prodcura global e a oferta disponível.

Os preços internacionais da carne de ovino também permaneceram praticamente inalterados, uma vez que a procura mundial foi suficiente para absorver a elevada oferta da Austrália.

 

Açúcar

Por fim, o índice de preços do açúcar registou a média de 124,9 pontos, em fevereiro, 8,1 pontos (ou 6,9%) mais do que em janeiro, atingindo seu nível mais alto desde fevereiro de 2017. A recuperação deveu-se, principalmente, à revisão em baixa da previsão de produção de açúcar da Índia para 2022-23, que moderou as perspetivas de exportação para a atual temporada.

As preocupações com o declínio das disponibilidades exportáveis da Índia, num contexto de forte procura global de importações, aumentaram ainda mais os preços mundiais do açúcar. No entanto, o progresso adequado da colheita na Tailândia e as chuvas abundantes nas principais áreas de produção do Brasil impediram um novo aumento mensal nos preços. A queda dos preços internacionais do petróleo bruto e do etanol no Brasil também ajudou a limitar a pressão ascendente sobre os preços mundiais do açúcar.

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