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Portugal entre os únicos países europeus com aumento do consumo privado no retalho

Foto Shutterstock

Apenas Portugal, a Polónia e a Eslováquia registaram um ligeiro aumento do consumo privado no retalho em 2022, face ao período homólogo. A conclusão é do mais recente estudo da divisão de Geomarketing da GfK, que analisou os principais indicadores do sector retalhista europeu no ano de 2022.

Os dados revelam que o consumo privado foi particularmente afetado pela inflação nos países da União Europeia. Na Hungria, Croácia e Bulgária, quase metade do orçamento dos consumidores foi para o retalho, enquanto na Itália ou na Alemanha, os cidadãos chegaram a um terço do seu orçamento gasto em consumo retalhista. “É, assim, possível concluir que, à medida que a inflação vai lentamente estabilizando, a disponibilidade da população para comprar segue progressivamente numa direção positiva”, indica a GfK.  

 

Crescimento dos preços

Também a diminuição dos salários nos 27 países da União Europeia e o aumento dos preços registado, consequência das várias crises, têm absorvido qualquer possibilidade de crescimento do poder de compra dos consumidores. O conflito militar na Ucrânia provocou um aumento generalizado dos preços da energia, com valores máximos por litro de gasóleo atingidos em março de 2022 e com aumentos drásticos dos preços das fontes de energia, como o gás, o gasóleo de aquecimento e a eletricidade, tornando os bens e serviços motores da inflação na Europa no início do ano de 2023.

As condições climatéricas também tiveram um efeito impulsionador dos preços e Portugal é o perfeito exemplo disso. A seca sentida no verão de 2022 levou a um enorme aumento dos preços dos géneros alimentícios no país. Esta evolução dos preços da energia e o dos custos de importação de produtos alimentares em todos os países levou a uma diminuição do poder de compra, cuja consequência lógica e imediata foi a progressiva queda da taxa de poupança dos consumidores europeus.

Tudo isto leva a que a propensão para comprar na Europa, de acordo com os consumidores inquiridos, se encontre num mínimo histórico e não recuperou entre 2022 e 2023. Com a descida dos preços da energia, ao longo de 2023, bem como a esperada nova descida em 2024, a Comissão Europeia assume, nas suas previsões da primavera, que o poder de compra relevante para o sector do retalho continuará a recuperar e a aumentar progressivamente, também devido à estabilização do mercado de trabalho.  

 

Aumento do volume de negócios da venda a retalho

O sector retalhista nos 27 países da União Europeia conseguiu aumentar em mais de 6,5% o seu volume de negócios em 2022. Apesar da relutância em gastar continuar a ser elevada, os maiores ganhos foram registados pelos países da Europa de Leste, com taxas de crescimento superiores a 9%, sendo a Eslováquia a ocupar o primeiro lugar com 23%.

Os bens de grande consumo (FMCG) demonstram um quadro semelhante para os países da Europa de Leste. Em toda a União Europeia, a taxa de crescimento dos produtos de consumo diário foi de 6,9%. O volume de negócios cresceu significativamente em 2022, o desejo de fazer compras voltou, bem como o aumento do número de turistas.

No entanto, pela primeira vez em muitos anos, a percentagem do retalho nas despesas de consumo privado registou uma descida de 4,6 %, em comparação com o ano anterior. O consumo retalhista em 2022 foi suprimido pelas taxas de inflação altas e pelos elevados preços da energia. Nos 27 países da União Europeia, a inflação atingiu um nível recorde de 9,2% em 2022, prevendo-se que desça para 6,7% em 2023, mediante o aumento previsto de 5,9% nos salários para este ano. No entanto, este aumento não compensa a perda de poder de compra devida à inflação.  

 

Retalho tecnológico

O mercado europeu de bens de consumo tecnológicos registou um declínio de 1% nas vendas em 2022. Ao mesmo tempo, as promoções e os principais eventos de compras anuais atingiram um novo recorde.

No primeiro trimestre de 2023, registou-se um declínio nas vendas de marcas de entrada (menos 9%), assim como no segmento de preço médio (menos 3%), em comparação com o primeiro trimestre de 2022, enquanto as vendas de marcas premium aumentaram 5%, apesar da crise, particularmente em alguns países da Europa de Leste.  

 

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