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Mercado retalhista com crescimento lento

O poder de compra dos portugueses cresceu lentamente (2,3%) face à média da UE-28, com o valor per capita a atingir os 6.437 euros, devido à diminuição da taxa de desemprego, segundoum  estudo da GfK. O segmento do retalho representa 33,4% no consumo privado dos portugueses.

O estudo da GfK analisa o poder de compra, o segmento do retalho no total das despesas da população, a inflação, a provisão da área de vendas, bem como um prognóstico do volume de negócios para 2016, em 33 países da Europa.

Em 2015, a economia cresceu e o desemprego caiu na maioria dos países. Esta evolução reflete-se nos valores nominais do poder de compra que aumentaram 3,7%, em média, na União Europeia (UE), em comparação com o ano anterior. Isto permitiu que cada cidadão da UE tivesse disponível, em média, 15.948 euros para consumo, rendas, poupanças e contribuições para a reforma. 

A solidificação do mercado do retalho que se iniciou o ano passado irá continuar em 2016. Para os países da UE-28 as previsões da GfK indicam um ligeiro abrandamento, com um crescimento de 1,1% (com base nos valores nominais, em euros). Haverá progressos especialmente positivos na Roménia (7,2%), bem como um aumento continuado nos Estados Bálticos (de 3,8% para 4,9%), que se aproximam gradualmente dos mercados mais maduros. Esperam-se, ainda, boas dinâmicas nos retalhistas na Suécia (4,8%) e Espanha (3,7%). Em Portugal, prevê-se um volume de negócios de retalho estável (-0,3%).

Em 2015, os consumidores europeus usufruíram de valores baixos no que diz respeito à energia e ao combustível, bem como a uma boa situação económica e a um aumento da riqueza privada em muitos dos países europeus analisados. Ainda assim, os principais beneficiários destas condições favoráveis foram outros sectores que não o retalho.

Consequentemente, a tendência descendente da taxa de retalho no consumo privado também continuou em 2015. A taxa média da UE-28 foi de 30,4%. Apesar dos consumidores terem mais dinheiro para compras, gastam esse dinheiro predominantemente em serviços, viagens e atividades recreativas, em vez de o aplicarem no mercado retalhista. Estes gastos traduzem-se em menos dinheiro disponível para o consumo no segmento do retalho. O segmento do retalho no consumo privado, em Portugal, no ano de 2015, representou 33,4%.

Os preços pagos pelo consumidor mantiveram-se constantes em 2015. Esta é uma situação rara para a indústria e para o mercado retalhista, bem como para os consumidores. Em fevereiro, a Comissão Europeia previu um aumento nos preços para 2016, de 0,5%, impulsionado pelas políticas do banco central e pela recuperação económica. Mas as expectativas de inflação foram amortecidas pelos baixos preços das matérias-primas. Na verdade, em 2015, a deflação de preços ocorreu em muitos países europeus. Para 2016, a Comissão Europeia prevê a diminuição dos preços de consumo apenas na Eslovénia (-0,3%), Roménia (-0,2%), na Lituânia (-0,1%) e na Bulgária (-0,1%). Já em Portugal, a inflação foi de 0,7%.

A área de vendas da UE-28 cresceu 0,3% no último ano. Com uma área de vendas per capita de 1,17 metros quadrados, verifica-se uma estagnação na UE-28 em comparação com 2014, devido ao ligeiro aumento do número de habitantes. Contudo, e apesar da difícil situação no mercado retalhista, Portugal aumentou a sua área de vendas per capita para 0,98 metros quadrados, contrastando com os mercados retalhistas mais saturados como a Áustria (1,74 metros quadrados), Países Baixos (1,62 metros quadrados) e Suíça (1,49 metros quadrados). Já os mercados como a República Checa (1,03 metros quadrados), a Polónia (0,93 metros quadrados) e a Turquia (0,66 metros quadrados) oferecem um forte potencial de desenvolvimento para o mercado imobiliário de retalho. 

Durante o ano passado, a produtividade da área de vendas na UE-28 aumentou 2,7%, para pouco menos de 4.200 euros por metro quadrado da área de vendas. Esta é uma boa notícia para o mercado do retalho estacionário, que consegue desta forma alcançar ganhos para os próximos dois anos, após vários anos com uma fraca performance. A dinâmica online desacelerou nos mercados mais maduros e as lojas de retalho adaptaram-se gradualmente às novas condições, sendo que os retalhistas procuram soluções omnicanal.

Os valores de produtividade mais elevados da área de vendas são, tradicionalmente, registados no norte europeu, Suíça e Luxemburgo; por sua vez os valores mais baixos estão na Europa Oriental e do Sudeste. Contudo, verifica-se que os últimos países, acima referidos, estão continuamente a ganhar terreno. No caso de Portugal, verifica-se que, em 2015, a produtividade da área de vendas foi de 3.880 euros por metro quadrado.

No geral, 2015 foi um bom ano para os consumidores europeus“, afirma Gerold Doplbauer, especialista em retalho da GfK e autor do estudo. “A economia da União Europeia cresceu nominalmente em 4,7% e o desemprego caiu na maioria dos países. O consumo privado aumentou significativamente: as baixas taxas de juros conduziram a níveis de poupança pouco relevantes, levando a que muitos consumidores optassem por gastar o seu dinheiro, o que beneficiou o mercado retalhista. Mas verificam-se assimetrias entre as várias regiões da Europa e incertezas políticas e económicas a par dos desenvolvimentos positivos. Estes fatores continuam a ser vistos tendo em conta a disposição para investir das empresas europeias e o impacto causado pela crise de refugiados e pela ameaça terrorista na Europa nos consumidores, bem como as fraquezas económicas sentidas nas economias emergentes“.

Rangel

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