Os europeus dispõem de menos de 9,5 mil milhões de euros para gastar, em 2020, revelam os dados da GfK. O poder de compra per capita médio é estimado em 13.894 euros, menos 5,3%, em termos nominais, face a 2019. Ou seja, menos 773 euros. Esta descida pode ser atribuída à Covid-19 e ao seu impacto económico.
Os rankings apresentam diferenças substanciais entre os países analisados, em termos dos rendimentos disponíveis para que os europeus gastem em alimentação, despesas da casa, serviços, eletricidade e gás, planos de reforma privados, seguros, férias e deslocações, entre outras despesas. Os orçamentos variam significativamente entre os 42 países analisados, com o Liechtenstein, a Suíça e o Luxemburgo a apresentarem os maiores níveis de valores líquidos per capita, ao passo que o Kosovo, a Moldávia e a Ucrânia ostentam os mais baixos.
4 vezes mais a média europeia
O estudo mostra que a população do Liechtenstein tem, em média, um poder de compra 37 vezes maior que o dos ucranianos. Dos 42 países analisados, é o que ocupa a primeira posição, com um poder de compra per capita de 64.240 euros. Um valor que excede amplamente o correspondente nos restantes países europeus e supera em mais de quatro vezes a média europeia.
A completar o top 3 estão a Suíça e o Luxemburgo. Os suíços têm, em média, 41.998 euros, por pessoa, mais de três vezes que a média europeia. Já os luxemburgueses têm um poder de compra per capita de 34.119 euros, mais de duas vezes a média europeia.
Top 10 poder de compra na Europa
2020 | Ranking 2019 | Habitantes | Poder de compra per capita em euros | Índice de poder de compra europeu * | Índice coronavírus Europa * |
Liechtenstein | 1.º | 38.378 | 64.240 | 462,4 | 15,2 |
Suíça | 2.º | 8.544.527 | 41.998 | 302,3 | 26,1 |
Luxemburgo | 3.º | 626.108 | 34.119 | 245,6 | 64,2 |
Islândia | 4.º | 364.134 | 28.155 | 202,6 | 158,3 |
Noruega | 5.º | 5.367.180 | 25.699 | 185,0 | 163,2 |
Dinamarca | 6.º | 5.822.775 | 25.176 | 181,2 | 68,9 |
Áustria | 7.º | 8.858.775 | 23.585 | 169,7 | 60,8 |
Alemanha | 8.º | 83.019.213 | 22.388 | 161,1 | 77,6 |
Irlanda | 12.º | 4.904.240 | 21.030 | 151,4 | 77,2 |
Suécia | 10.º | 10.327.589 | 20.882 | 150,3 | 37,1 |
Europa (total) | 678.118.773 | 13.894 | 100 | 100 |
*Índice por habitante. Média Europa =100
O resto dos países que compõem o top 10 contam com um poder de compra per capita significativamente superior à média europeia, pelo menos, 50% acima. A Irlanda entrou nesta lista de 10 países, deixando de fora a Finlândia.
16 dos países considerados no estudo apresentam um poder de compra per capita acima da média europeia, enquanto que os restantes 26 ficam abaixo. A Ucrânia ostenta a última posição com um poder de compra per capita de 1.703 euros.
Impacto da Covid-19
Graças ao Índice de Impacto Corona, a GfK pode dimensionar também o impacto e os efeitos da Covid-19 nos diferentes mercados europeus. Este índice mostra as diferenças quanto à perda de rendimentos como consequência da crise gerada pela pandemia.
Dentro do top 10 dos países com maior poder de compra, o Liechtenstein e a Suíça encabeçam as economias com os maiores rendimentos líquidos disponíveis e são também os que menos sofreram as consequências da crise.
O impacto do coronavírus no Liechtenstein encontra-se cerca de 85% abaixo da média europeia, enquanto que na Suíça está 74% abaixo. Por seu turno, a Islândia e a Noruega, que ocupam respetivamente o quarto e quinto lugar no ranking de poder de compra, foram diretamente mais afetadas e encontram-se 58% e 63%, respetivamente, acima da média europeia no impacto da crise. Ambos os países foram afetados de um modo particularmente severo pela pandemia, o que derivou na desvalorização das suas moedas nacionais face ao euro.
O Índice de Impacto Corona ilustra os desvios que se deram face às previsões, ou seja, entre a perspetiva de crescimento assinalada como alcançável antes do início da pandemia na Europa e os níveis de poder de compra esperados atualmente. Estes dados possibilitam identificar as regiões que sofreram mais duramente as consequências da crise.