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Pesca sustentável e conservação dos oceanos recebem um incentivo de 1 milhão de euros

A marcação de raias por satélite, a translocação de ouriços-do-mar e o desenvolvimento de câmaras de profundidade fazem parte dos 22 projetos e pescarias que foram financiados pelo programa de certificação e rotulagem ecológica de produtos do mar sustentáveis, reconhecido a nível internacional, anunciou o Marine Stewardship Council (MSC).

Agora no seu terceiro ano, o Ocean Stewardship Fund (OSF) do MSC redireciona 5% dos royalties anuais provenientes das vendas de produtos do mar sustentáveis com a certificação do MSC para acelerar a sustentabilidade das pescarias, em todo o mundo. Este ano, o fundo amplia também o seu âmbito e campo de ação, ao abrir-se a doações de terceiros por parte de financiadores.

Num contexto de inquietação global sobre o esgotamento da biodiversidade dos oceanos, as subvenções deste ano concentram-se, em parte, nas melhorias que permitam proteger melhor as espécies em perigo, ameaçadas ou protegidas ou os ecossistemas marinhos vulneráveis, com projetos na Argentina, Gronelândia, Austrália, Reino Unido e França.

Um total de 860 mil euros, sob a forma de 22 subvenções, que oscilam entre seis mil e 62 mil euros cada, é concedido a pescarias, cientistas, organizações não governamentais e estudantes de 12 países, para ajudar os esforços internacionais em matéria de conservação marinha e pesca sustentável. Pelo menos metade das subvenções (423 mil euros) destina-se a apoiar as pescarias das economias em desenvolvimento que estão em transição para práticas sustentáveis, incluindo a Indonésia, o México e a Índia.

 

Projetos

Aproveitando a tecnologia de marcação por satélite no Mediterrâneo, a pescaria artesanal de atum-rabilho SATHOAN, com a certificação do MSC, utilizará este financiamento para compreender melhor como as populações de raias podem ser afetadas pela atividade pesqueira. A pescaria devolve ao oceano todas as raias capturadas acidentalmente nos palangres, mas necessita de mais dados para compreender como a população é afetada a longo prazo.

Estão a ser desenvolvidos sistemas de vigilância com câmaras automáticas, iluminadas e subaquáticas graças ao financiamento recebido pelo governo da Austrália Ocidental. As câmaras serão utilizadas para cartografar as sobreposições entre a pescaria do caranguejo da costa ocidental, que conta com a certificação do MSC, e os habitats remotos de águas profundas. O sistema, único no seu género, será concebido para resistir a pressões elevadas até mil metros de implantação, a fim de recolher dados sobre o habitat, que serão utilizados para aplicar medidas de gestão relevantes.

Outra subvenção apoiará também uma investigação que pretende determinar se a translocação de ouriços-do-mar vermelhos para zonas com maior densidade de algas ajudará à recuperação das unidades populacionais. As ondas de calor na região, que resultam na diminuição das florestas de algas de que os ouriços dependem para a alimentação, juntamente com a sobrepesca, levaram a um declínio localizado das populações de ouriços-do-mar. A investigação, dirigida pela Universidade Autónoma de Baja California (UABC), no México, visa compreender se as translocações estão a melhorar o estado dos ouriços-do-mar ou se, de facto, estão a fazer mais mal do que bem ao ecossistema em geral. Os pescadores esperam que, ao deslocar os ouriços para uma zona com abundância de algas para comer, a população possa melhorar.

Desde a criação do Ocean Stewardship Fund, em 2019, o fundo concedeu 64 subvenções no valor total de 2,5 milhões de euros.

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