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Para eleger o melhor sabor, não há dimensão nem marca. Há produtos de qualidade

92% dos consumidores afirma que o sabor é um dos principais fatores de decisão no momento da escolha de um produto. Tendo esta premissa como base, foi criado o 100% Sabor, o primeiro selo alimentar português, onde o consumidor vai eleger os melhores sabores em Portugal, desde os mais conhecidos produtos de marcas multinacionais até às mais diversas iguarias regionais. Podem inscrever-se todo o tipo de produtos alimentares, desde pão a gelados, sendo que cada tipo de produto é avaliado dentro da sua categoria, para que seja uma avaliação justa. Os vencedores são apurados através de provas cegas e, no final, ganharão os produtos com a avaliação mais elevada. Lúcia Dias, criadora do projeto, explica à Grande Consumo os motivos, metodologia e objetivos desta nova certificação.

Grande Consumo – A certificação 100% Sabor arrancou em novembro para premiar o sabor e a qualidade. O que motivou a criação deste selo de certificação alimentar?
Lúcia Dias –
Num primeiro impulso, foi a vontade de ajudar a divulgar os fantásticos sabores que existem no nosso país. Julgo que é seguro dizer que já todos nós recomendámos um produto de que gostámos muito a um amigo; pois bem, a ideia do 100% Sabor é ser esse “amigo” que conhece as melhores iguarias.
Sabemos que, para 92% dos consumidores, o mais importante fator de escolha de um produto alimentar é o sabor, por isso, queremos entrar nesta linha de decisão com o parecer dos consumidores. Queremos ser um selo de confiança e que, quando um consumidor vê um produto 100% Sabor saiba que essa é uma boa escolha.

GC – Como é a metodologia base desta certificação? Como pode o consumidor eleger os melhores sabores de Portugal?
LD –
A metodologia é simples. Os produtos são testados em laboratórios de análise sensorial certificados, em prova-cega (sem referência a marcas para garantir a imparcialidade), por um painel de 100 consumidores.
Este painel é selecionado de acordo com os seus hábitos de consumo – é importante que quem prove tenha por hábito consumir determinada categoria de produto – que irá avaliar cada produto per se, numa escala de zero a 10, tendo em conta o sabor, a apreciação global, o odor e a textura do produto. Para estarem aptos a receber a distinção 100% Sabor, os produtos terão de obter uma avaliação de, pelo menos, sete valores, sendo que apenas o produto que obter maior pontuação poderá utilizar o selo.
Uma nota importante é que cada produto é avaliado dentro de uma categoria específica, para que os resultados sejam tão justos quanto possível. Por exemplo, no caso dos vinhos, não serão comparados vinhos da Península de Setúbal com vinhos do Douro, tal como também serão separadas as provas pelos anos de colheita. No fundo, a metodologia é respeitar a individualidade de cada produto para garantir provas justas e resultados fidedignos.

GC – De que forma aporta de valor acrescentado às marcas e aos consumidores?
LD –
O mais importante será a distinção: -distinção (destaque) entre produtos idênticos nos pontos de venda e distinção (destaque) que o consumidor lhe dá, ajudando outros consumidores, em caso de indecisão, a escolher aquele produto específico. Traduz-se, afinal, num reconhecimento para o produto e para os seus produtores/marcas.

GC – Este selo vai dar voz às marcas mais pequenas e locais? Pode dizer-se que é uma certificação mais democrática?
LD –
É sem dúvida um projeto democrático, onde há lugar para todos os produtos de qualidade gustativa. Quando dizemos que vamos dar voz às marcas mais pequenas e locais, é porque esses produtores ou micro empresas não dispõem de tantos recursos para investir em publicidade e, muitas vezes, não conseguem captar a atenção do consumidor, por não conseguir competir com as campanhas massivas de empresas multinacionais. Estes produtores/marcas locais necessitam de algo que alerte as papilas gustativas dos seus públicos. Esse “algo” é o 100% Sabor.

GC – Face à profusão de selos e distinções no mercado nacional, há ainda espaço para o surgimento de novas iniciativas? As marcas e o mercado têm essa capacidade de absorção?
LD –
Efetivamente, o mercado tem muitos selos. Mas considero haver espaço para o 100% Sabor, porque consubstancia um fator diferenciador: todos os produtos podem participar independentemente de serem marcas privadas, da indústria, da distribuição, pequenas e micro empresas. Para eleger o melhor sabor, não há dimensão nem marca. Há produtos de qualidade. Trata-se de um projeto nascido para consumidores, queremos ser um veículo para transmitir a avaliação do consumidor, por isso, temos como pilares a transparência e o rigor para que possamos conquistar um lugar de “prescritor de sabor”.

GC – O que condiciona o sucesso e o insucesso de um projeto desta natureza? O rigor da metodologia é suficiente ou é necessário oferecer algo mais?
LD –
O sucesso e ou insucesso deste tipo de projeto depende, acima de tudo, da atitude de quem o representa e da informação que chega ao público.
O rigor e a transparência são cruciais em todas as fases do processo, tanto para as marcas, como para os consumidores. Para nós, é importante que ambos percebam que, aqui, a palavra final é do consumidor, que é quem prova e aprova os vários produtos inscritos, através das provas-cegas. Se, por exemplo, se der o caso de numa determinada categoria nenhum dos produtos atingir o patamar mínimo de sete em 10 valores, nessa categoria não haverá distinções.
Penso que o mais importante a oferecer é isto mesmo, o compromisso de idoneidade e confiança, para que nunca defraudemos nem o consumidor, nem os nossos parceiros.

GC – Os portugueses ligam aos selos nas suas decisões de compra?
LD –
Sim, há vários estudos que afirmam que sim e que este tipo de distinções tem peso na hora da compra, levando ao aumento das vendas dos produtos “premiados”.
De qualquer forma, antes de lançarmos o 100% Sabor, realizámos um estudo para sondar o consumidor, onde pudemos concluir que o principal fator decisor na hora da compra é o sabor (com 92% de respostas) e 50% dos inquiridos assumiram que um selo que ateste a qualidade e sabor do produto pode levar a uma mudança nos hábitos de consumo.

GC – Como vai ser divulgada esta certificação? Que ações estão planeadas?
LD –
Estamos a trabalhar numa série de “media partnerships” com o intuito de dar destaque aos produtos que recebam a distinção 100% Sabor e, além disso, estamos a preparar workshops de cozinha em vários pontos do país, ações com chefs e várias iniciativas com o intuito de gerar “engagement” com os diversos públicos das marcas/produtores premiados.

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