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Novos negócios serão prioridades estratégicas face à instabilidade económica

Foto: Shutterstock

Num esforço para gerar novas receitas, maior valor e quota de mercado, as empresas que, no decorrer deste ano, desenvolveram novos produtos, serviços ou negócios cresceram mais rapidamente em comparação com as empresas que não o fizeram. Efetivamente, oito em cada dez CEOs afirmam que a criação de novos negócios será uma das suas prioridades estratégicas nos próximos anos, apesar da atual conjuntura de instabilidade económica. Esta é uma das principais conclusões do inquérito anual “New-business building” da McKinsey & Company, que recolheu respostas de mais de mil líderes empresariais em todo o mundo.

Os responsáveis inquiridos afirmam “que as suas empresas já estão a investir uma parte significativa das suas receitas no desenvolvimento de novos negócios (5%), criando uma média de 1,5 novos negócios por ano, em comparação com um negócio há dois a cinco anos”. No entanto, para satisfazer as expectativas dos inquiridos quanto às receitas que poderão resultar dos novos negócios construídos nos próximos cinco anos, as empresas, particularmente as maiores, “terão de aumentar rapidamente o número de negócios que criam, bem como a sua dimensão e taxas de sucesso”, avança a McKinsey.

 

Novos negócios valem 30% das receitas

De acordo com os resultados deste inquérito, os executivos esperam que o desenvolvimento de novos negócios por parte das suas empresas contribua para 29% das receitas totais da organização nos próximos cinco anos, contra os 12% verificados nos últimos cinco anos. A análise da McKinsey salienta ainda que, assumindo que as taxas médias de sucesso dos novos negócios se mantêm constantes, as empresas terão de duplicar o número de novos negócios que criam anualmente para conseguirem responder a estas expectativas de receitas, ou seja, passar dos atuais 1,5 para 3,5 negócios por ano. Além disso, as empresas com receitas anuais superiores a mil milhões de dólares (cerca de 960 milhões de euros) terão de estabelecer um objetivo mais elevado, que passa pela criação de sete novos negócios por ano, durante os próximos cinco anos.

“Espera-se que a criação de novos negócios aumente consideravelmente nos próximos anos, com destaque para o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou negócios centrados em dois eixos principais, a sustentabilidade e a digitalização”, refere Santiago Fernández, sócio da McKinsey & Company em Espanha. “A criação de negócios sustentáveis será particularmente evidente para as empresas em sectores como a energia e materiais, enquanto empresas retalhistas ou de bens de consumo se vão concentrar em apresentar novos serviços digitais”, conclui.

 

Maior interesse em desenvolver negócios orientados para a sustentabilidade

O relatório agora divulgado pela McKinsey & Company mostra que as empresas estão a criar mais negócios focados na sustentabilidade do que há cinco anos, com 29% dos inquiridos a referir que as suas empresas irão desenvolver um negócio focado em sustentabilidade nos próximos cinco anos. A maioria espera que as suas empresas possam oferecer serviços tais como o financiamento sustentável, ou produtos e materiais sustentáveis, como painéis ou baterias solares. Sectores como o turismo, logística e infraestruturas esperam que a maioria dos seus novos negócios verdes se concentrem em serviços intangíveis ou infraestruturas sustentáveis, enquanto nos bens de consumo e no comércio a retalho, o foco está nos serviços e produtos físicos.

Santiago Fernández acrescenta ainda que, “além dos negócios orientados para a sustentabilidade, mais de metade dos inquiridos planeia incorporar inteligência artificial nos seus novos negócios para cumprir as suas propostas de criação de valor e 35% planeia fazê-lo através da Internet das Coisas (IoT). Olhando para alguns sectores, executivos de indústrias avançadas mencionam frequentemente a robótica e a impressão em 3D, para além da realidade aumentada. Esta última é também importante para os líderes empresariais em turismo, logística e infraestruturas”.

 

Recursos internos como fonte mais comum de investimento na criação de novos negócios

Em termos de financiamento, apesar de os recursos internos serem a fonte mais comum de investimento na criação de novos negócios, também se verifica o recurso a fontes externas como empresas de capital de risco e de participações privadas, bem como subvenções. De facto, os dados do inquérito mostram que os novos negócios que receberam financiamento externo têm mais probabilidades de sucesso do que os que recebem outros tipos de financiamento. Além disso, para que um novo negócio tenha sucesso, as empresas podem olhar para as práticas já implementadas por outras empresas com sucesso.

As conclusões do relatório salientam que o sucesso de novos negócios depende em grande parte da tomada de decisões com base em dados, da definição de uma estratégia eficaz, bem como da existência de recursos suficientes por parte da sua organização central e de um processo claro e normalizado para escalar os novos negócios.

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