Um novo estudo da especialista em energia solar Hemsol revela que a Noruega é o país mais “verde” da Europa. Portugal figura no 25.º lugar.
O estudo utilizou dados da Agência Europeia do Ambiente, do Projeto Odyssee-Mure e do Instituto de Energia para criar um índice com fatores como a quota de energias renováveis, taxas de reciclagem, emissões de dióxido de carbono, entre outros aspetos, para apurar qual o país europeu que pode ser considerado o mais amigo do ambiente.
A Noruega assume a liderança graças à elevada quota de energias renováveis registada em 2022, apesar de ter elevadas emissões de dióxido de carbono per capita e grandes quantidades de área agrícola. O país está entre os que assinaram o Acordo de Paris, em 2016, e pretende atingir emissões líquidas zero de dióxido de carbono entre 2045 e 2055, reduzindo simultaneamente as emissões de outros gases de efeito estufa para quase zero no mesmo período.
Mas o compromisso do governo norueguês com a sustentabilidade não se limita ao seu próprio país. De facto, existe um compromisso internacional para garantir que muitos países em desenvolvimento possam aceder a energia limpa e renovável através de parceiros bilaterais e multilaterais, bem como a promessa de até três mil milhões de coroas norueguesas por ano para ajudar a salvar as florestas tropicais do mundo, melhorando simultaneamente os meios de subsistência daqueles que vivem dentro ou perto destas e delas dependem.
Top 5
Em segundo lugar na lista está a Áustria, que registou a maior percentagem de tráfego de passageiros nos transportes públicos na Europa, uma vez que os seus cidadãos estão a decidir ser mais ecológicos ao não utilizarem tanto os seus automóveis. Também signatária do Acordo de Paris, a Áustria tem a segunda maior pontuação na taxa de reciclagem, mas é sexta em termos de emissões de dióxido de carbono.
A Finlândia vem em terceiro lugar, cujo governo promulgou recentemente uma nova Lei do Clima, em vigor a desde 1 de julho de 2022. Esta lei estabelece objetivos revistos de redução das emissões para 2030 e 2050, enquanto atualiza o objetivo para 2050. As metas especificadas incluem uma redução de 60% até 2030, 80% até 2040 e uma meta de 90%, com a aspiração de 95%, até 2050, todas medidas em relação aos níveis de 1990. De acordo com as disposições da nova lei, a Finlândia está mandatada para atingir a neutralidade carbónica até 2035.
Mais abaixo na lista, a Islândia ocupa o quarto lugar com uma das mais baixas taxas de emissões de dióxido de carbono no top 10 e a maior taxa de quota de energias renováveis de toda a Europa. A Islândia tem como objetivo a neutralidade carbónica antes de 2040 e uma redução de 40% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030, em alinhamento com o Acordo de Paris. Para concretizar estes objetivos, a Islândia conta com o seu principal instrumento político, um plano de ação climática atualizado em 2020, que define 48 ações específicas para reduzir as emissões e atingir a neutralidade carbónica.
O top cinco fecha com a Suécia, que tem uma elevada taxa de área florestal e a segunda melhor quota de utilização de energias renováveis. A Suécia fixou o objetivo de eliminar as emissões líquidas de gases com efeito de estufa para a atmosfera até 2045, o mais tardar. Para atingir este objetivo, uma resolução estipula que as emissões de gases com efeito de estufa da Suécia devem registar uma redução mínima de 85% até 2045, em comparação com os níveis observados em 1990.
Top 10 países mais verdes da Europa |
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Posição |
País |
Pontuação/100 |
1 | Noruega | 73,30 |
2 | Áustria | 68,89 |
3 | Finlândia | 62,31 |
4 | Islândia | 62,13 |
5 | Suécia | 62,05 |
6 | Estónia | 54,66 |
7 | Alemanha | 52,06 |
8 | Luxembourg | 51,83 |
9 | Suíça | 51,75 |
10 | Eslovénia | 51.63 |
William Bergmark, fundador da Hemsol, considera que “é interessante ver como seis dos países no top 10 são do norte da Europa e como todos os países escandinavos figuram entre os cinco primeiros. Esta é uma prova do seu compromisso com a causa ambiental mais do que quaisquer outros países na Europa e pode ser visto tanto nos dados como nos regulamentos práticos que implementaram tanto a nível interno como com que se comprometeram a ajudar a nível internacional”.