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Natal de 2022 sob a influência da inflação, sustentabilidade e metaverso

Foto Shutterstock

Com o aumento dos preços dos combustíveis, a escassez de alimentos, a subida das taxas de juro e a inflação sempre presente, os consumidores estão preocupados e, provavelmente, mudarão o seu comportamento de compra nesta época de Natal, avança a Salesforce.

Passado o pico da pandemia, os consumidores encontraram um novo equilíbrio entre canais digitais e físicos. “Já previmos que o crescimento modesto da época de compras de Natal de 2021 poderia antecipar este ano e nossos dados do primeiro trimestre mostram uma redução de 3% nas vendas digitais globais. Mas, dado o aumento significativo dos últimos dois anos, não há motivo para alarme em relação à saúde das compras online”, indica a Salesforce.

 

Pressões inflacionistas

Mas as pressões inflacionistas também não podem ser ignoradas. No primeiro trimestre, o preço médio de venda aumentou 11% nos Estados Unidos da América e os compradores fizeram menos 12% de encomendas, em todo o mundo, em comparação com o mesmo período de 2021. Uma análise antecipada aos dados do segundo trimestre indica que esta tendência está a acelerar, com abril e maio a mostrarem um aumento de 7% no preço médio de venda, para além de um aumento de 17% durante o mesmo período em 2021. “Este cenário cria uma batalha em todos os sectores da economia para as marcas que procuram aproveitar as carteiras dos consumidores, à medida que compram menos produtos em menos retalhistas”.

Apesar destes ventos económicos, a indústria está a assistir a um crescimento contínuo e inflação recorde tem catapultado as receitas. Não obstante, o custo das mercadorias está a aumentar mais rapidamente do que aquilo que pode ser razoavelmente repercutido nos consumidores, alerta a Salesforce. “Em 2022, a grande questão é como as marcas e os retalhistas mantêm o crescimento, mas fazem-no de uma rentável e com uma abordagem omnicanal”.

 

Pressão sobre as margens

Existem vários fatores a exercer atualmente pressão sobre as margens, começando pelo aumento do custo dos produtos. De acordo com a Salesforce, o Índice de Preços no Produtor (ou custo das mercadorias) continua a registar picos de dois dígitos, de há um ano para cá, o que vai impulsionar os preços de venda para o resto do ano.

Espera-se que os preços dos combustíveis continuem a subir, tornando as entregas e as devoluções mais dispendiosas. Como tal, alguns retalhistas já estão a cobrar pelas devoluções online para compensar alguns destes custos.

A escassez de algumas matérias-primas também deverá agravar-se, aumentando a incerteza na cadeia de abastecimento global. Ainda assim, o excedente de stock acumulado em 2021 deixou as empresas com demasiado produto disponível, que estas não querem refletir nos seus balanços financeiros.

Os preços mais elevados estão a reduzir o consumo. De acordo com a pesquisa da Salesforce, 51% dos consumidores planeia comprar menos presentes de Natal este ano. Os consumidores já se sentem pessimistas em relação à economia e na União Europeia, o sentimento está no nível mais baixo desde que se iniciou este registo, primeira vez, em 1985. Isto significa que os consumidores poderão recuar ainda mais nas despesas não essenciais, uma vez que antecipam condições económicas desafiantes.

A Salesforce estima que estes desafios económicos colocam em jogo 1,4 biliões de dólares nas margens dos retalhistas globais e avança com cinco previsões a considerar na definição da estratégia para este Natal.

 

Antecipação das compras para evitar aumentos de preços

Este ano, o principal fator motivador para a antecipação das compras de Natal será a inflação. De acordo com a pesquisa da Salesforce, mais 42% de compradores em todo o mundo planeia começar a comprar presentes mais cedo, antes que os preços subam demasiado. Prevê-se que o preço médio de venda irá aumentar mensalmente entre 8% e 12%, para o resto de 2022.

A crise de inventário de 2021 levou os compradores do retalho a comprarem mais stock em certas categorias. Agora que este inventário de 2021 chegou finalmente aos armazéns, os retalhistas têm um novo problema para gerir: demasiado produto, muito nas categorias erradas. Para aumentar a rotação e remover o stock em excesso dos seus balanços, desde o final do verão que o retalho está a levar a cabo fortes ações promocionais.

É, contudo, provável que os consumidores não abram os cordões à bolsa até terem a certeza absoluta de que estão a fazer um grande negócio. Como tal, a Salesforce aconselha os retalhistas e as marcas a concentrarem as campanhas iniciais na exclusividade e sustentabilidade. para evitar descontos demasiado cedo e com demasiada frequência. Assim como preparar os sites para uma procura precoce e tardia.

 

Fidelidade muda para valor

Em 2020 e 2021, a fidelização dos clientes sofreu uma grande mudança no sentido da conveniência e segurança, uma vez que os consumidores exigiam uma experiência sem atritos, muitas vezes, comprando online, a partir de casa, e tendo a encomenda entregue na ou a partir da loja. Agora, à medida que a inflação aumenta, a fidelização está novamente a mudar, desta vez para a experiência e o valor.

A pesquisa da Salesforce revela que metade dos compradores mudarão de marca devido aos preços. Isto significa que 2,5 mil milhões de compradores, em todo o mundo, poderão abandonar a sua marca por uma concorrente a preços mais baixos. Algumas categorias de produtos – incluindo luxo e mercearia – são mais suscetíveis a uma diminuição da fidelidade, devido à sensibilidade aos preços (quer aos preços elevados, quer aos aumentos significativos). “As estratégias de preços e promocionais serão mais cruciais do que nunca para o sucesso das vendas de Natal, uma vez que 17% dos compradores globais (850 milhões) não tem a certeza de comprar presentes”.

 

Lojas físicas vão impulsionar o crescimento em todos os canais

No ano passado, as lojas tiveram um impacto significativo nas vendas digitais. Na verdade, 60% das encomendas digitais sé agora influenciado pela loja. Este ano, com as lojas totalmente operacionais, os consumidores tenderão a gravitar para locais físicos em maior número.

Há uma oportunidade real para os retalhistas com lojas físicas e digitais crescerem mais rapidamente do que os nativos digitais e as marcas de e-commerce”, sustenta a Salesforce. “A fusão de compras em espaços digitais e físicos aumenta o valor de cada canal. Prevemos que os retalhistas com lojas físicas vão crescer as vendas online a um ritmo 1,5 vezes mais rápido do que os que não possuem estes espaços”.

As lojas voltarão a ser destinos de atendimento ao cliente neste Natal, quer os compradores interajam numa loja física ou por texto, e-mail, chat ou vídeo. A tendência de encaminhamento de consultas para os funcionários das lojas continuará a acelerar. Com base na pesquisa, em comparação com 2019, mais 25% destas consultas envolverão colaboradores.

 

Shoppers vão gravitar para opções sustentáveis

Nos últimos dois anos, novas expectativas aumentaram de importância para os consumidores. 64% deixará de fazer negócios com uma empresa se os valores corporativos não se alinharem com os seus.

Isto é especialmente verdade no que diz respeito ao ambiente. De acordo com a Salesforce, 83% vai procurar marcas e produtos sustentáveis neste Natal. De facto, após o tratamento dos clientes e colaboradores, as práticas ambientais são o principal fator de influência das decisões de compra.

Mas embora os consumidores afirmem há muito que preferem bens sustentáveis, nem sempre se revelou no seu comportamento de compra. “As nossas pesquisas mais recentes sugerem que isso mudou, com 42% dos compradores a dize que considerará pagar mais por opções de envio sustentáveis ou selecionar uma janela de entrega mais longa”.

 

Presentes saídos do metaverso

Em cada época de compras de Natal, alguns produtos convertem-se nos presentes que todos querem oferecer. Neste ano, saem diretamente do metaverso: 46% disse que consideraria comprar “non-fungible tokens” (NFTs), um ativo digital que representa algo único ou escasso armazenado numa blockchain. Pode ser uma versão virtual de um produto real ou de colecionável digital. Os compradores mais jovens são particularmente atraídos por versões digitais de um bem físico.

A Salesforce antecipa que cerca de meio milhão de NFTs serão comprados a retalhistas e marcas entre novembro e dezembro, com um potencial valor total de mercado de 54 milhões de dólares.

Apesar de apenas 12% dos consumidores dizer ter comprado um NFT, 45% reporta interesse. 19% da Geração Z diz que uma das principais razões para comprar NFTs é estar mais envolvido com as marcas que os oferecem.

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