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Mercado português de produtos tecnológicos cresce 11%

De acordo com o índice GfK TEMAX, o mercado português de produtos tecnológicos registou um crescimento de 11% e uma faturação de 617 milhões de euros em todos os segmentos, no terceiro trimestre de 2014.

As telecomunicações continuam a ser um dos motores do crescimento, seguidas dos pequenos eletrodomésticos. A fotografia é, de todas as áreas, a que apresenta piores resultados. Nota ainda para o abrandamento na eletrónica de consumo, após a campanha positiva do Mundial de Futebol.

As vendas de televisão tiveram o seu momento forte com este evento desportivo mas, à medida que o tempo passou, este efeito dissipou-se, dando espaço ao abrandamento dos resultados, muito por via de novas quebras no preço, uma novidade face à evolução no ano passado e que tem castigado a evolução do mercado em valor. O dinamismo apresentado por alguns produtos nicho, em particular no áudio, não chegou para manter o crescimento nos dois dígitos, com a eletrónica de consumo a evoluir 5,9% entre julho e setembro, face ao período homólogo anterior.

Na fotografia, o colapso é anunciado, segundo a GfK. Embora as câmaras Reflex ainda resistam, as compactas de lentes intermutáveis estejam a crescer e as “smart cameras” continuem a ganhar quota de mercado, esta categoria continua a perder peso na carteira do consumidor. Comparativamente ao terceiro trimestre de 2013, a fotografia caiu 28,3%.

Já as vendas de grandes domésticos voltaram a acelerar no terceiro trimestre, fechando com mais 8% da faturação do mesmo período de 2013. Os produtos de lavagem mostraram uma boa performance com crescimentos de dois dígitos e os produtos de cocção revelaram a melhor evolução trimestral deste ano, comparando com período homólogo. Os secadores de roupa continuam com vendas muito superiores ao ano passado, com o trimestre a crescer cerca de 50% em faturação. Os produtos de frio foram, assim, os que apresentaram o crescimento mais baixo, impactados por um verão bastante tímido.

Os pequenos eletrodomésticos tiveram no terceiro trimestre o melhor deste ano, com um crescimento global de 14% em valor. Produtos ligados ao cuidado do cabelo apresentaram um crescimento superior a 20% e o mesmo é válido para alguns produtos de pequeno-almoço, tais como as torradeiras e as chaleiras elétricas. Mesmo as máquinas de café, que continuam no vermelho, caíram apenas 2%, comparando com os 19% do primeiro trimestre, e são o único produto em terreno negativo do cabaz aqui analisado. As máquinas de cozinhar continuam a contribuir de forma significativa para o crescimento do mercado face a 2013, tendência que deverá esbater-se no último trimestre porque se dilui o efeito da entrada de novos equipamentos no mercado em igual período do ano anterior.

A área da informática, por sua vez, registou um crescimento de 7% face ao seu período homólogo e obteve no último trimestre uma faturação no valor de 149 milhões de euros. Esta boa performance é em grande parte devida à prestação dos tablets (crescem 8%), produto este que representa 28% do total das receitas deste sector. Uma referência ainda para os PC portáteis que representaram 5% deste sector no terceiro trimestre, registando um crescimento de 1% em valor.

Por seu turno, o sector das telecomunicações registou um forte crescimento quer em unidades quer em valor, entre janeiro e setembro, quando comparado com o período homólogo. No terceiro trimestre, o crescimento foi, também, bastante positivo: 30% em valor em comparação com o período homólogo em 2013. Com um total de 159 milhões de euros, este sector não só é o mais dinâmico como também aquele que mais contribui para o crescimento do mercado eletro.

Relativamente ao mercado de Office Equipment, há que destacar o crescimento de 2% em valor face ao período homólogo. A estabilidade deste mercado tem sido a nota dominante. De destacar o peso das impressoras multifuncionais, com 19% em valor no terceiro trimestre. Num total de 22 milhões de euros de faturação, a par com os tinteiros, perfazem mais de 90% deste mercado em valor.

A evolução nas vendas dos produtos de tecnologia no terceiro trimestre mantém-se claramente positiva e a questão que se coloca é se até final do ano irá compensar a tendência negativa que se verificou no ano passado.

Luís Marques é o novo administrador para a área corporativa da Rangel

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