O mercado global de comércio eletrónico está a ser democratizado por empresas de comércio eletrónico como um serviço, como a Shopify, e marketplaces, como a Amazon e o Alibaba, que permitem que qualquer pessoa se torne um comerciante.
Paralelamente, uma tecnologia melhorada, novos serviços de entrega e uma maior adoção da Internet ajudarão a que o valor global das transações de comércio eletrónico atinjam 9,3 biliões de dólares em 2027, crescendo a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 9,5% a partir de 2022, de acordo com a GlobalData.
Relatório
O último relatório “Ecommerce” revela que as transações globais de comércio eletrónico cresceram de 2,5 biliões de dólares em 2016, para 5,9 biliões de dólares em 2022, a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 15%. A Covid-19 foi um fator crucial para este crescimento, uma vez que os confinamentos pandémicos aceleraram a mudança para as compras online.
Aisha U-K Umaru, analista de Thematic Intelligence na GlobalData, comenta que “embora o sector do comércio eletrónico cresça a nível mundial, é possível observar disparidades geográficas importantes. Os Estados Unidos e a China dominam atualmente o mercado e serão responsáveis por mais de metade do valor do sector do comércio eletrónico em 2027. No entanto, os mercados emergentes não devem ser negligenciados“.
Índia com crescimento rápido
A Índia é um dos mercados de comércio eletrónico com crescimento mais rápido e a GlobalData prevê que as despesas com o comércio eletrónico indiano cresçam a um CAGR de 23%, entre 2022 e 2027. Isto deve-se principalmente à sua enorme população, ao aumento da penetração da Internet e dos smartphones e ao crescente poder de compra dos consumidores.
Mercado fragmentado
O comércio eletrónico é um mercado extremamente fragmentado. Em cada sector, um ou dois operadores dominam normalmente, enquanto os mega-atores, aqueles que estão presentes em todo o ecossistema do comércio eletrónico, se desafiam mutuamente pela liderança no maior número possível de segmentos de nicho. No entanto, os organismos reguladores que têm preocupações com a defesa da concorrência e a privacidade dos dados podem proibir os planos dos super-monopólios da Internet de continuarem a sua expansão.
“Já vimos reguladores tentarem impedir fusões e aquisições, como a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft. Com esta retórica da regulamentação anti-concorrencial, será interessante ver surgir novos atores para desafiar os operadores históricos“, prossegue Aisha U-K Umaru.
Barreiras abolidas
As barreiras à entrada no mercado do comércio eletrónico estão a ser abolidas pelos operadores como um serviço, que ajudam qualquer pessoa a vender produtos online. Os marketplaces online também permitem a entrada de novos comerciantes no sector do comércio eletrónico. Existem em vários sectores, desde marketplaces de restaurantes a marketplaces de jogos.
“Empresas como a Shopify e a Squarespace permitem que comerciantes de todas as dimensões criem montras de comércio eletrónico a preços baixos e sem necessidade de qualquer experiência em programação. Marketplaces como a Amazon e o Alibaba também facilitam esta democratização do comércio eletrónico, permitindo que os vendedores utilizem as suas infra-estruturas de comércio eletrónico e o seu público. À medida que cada vez mais vendedores entram online, será interessante ver como o panorama do comércio eletrónico evoluirá para dar resposta à oferta cada vez maior de produtos“, conclui Aisha U-K Umaru.