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Mercado de escritórios de Lisboa termina 2023 com quebra de 59%

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Foto: Shutterstock

No final de 2023, o mercado de escritórios de Lisboa somou um volume de absorção de 112.474 metros quadrados, o que equivale a um decréscimo de 59% face ao ano de 2022. Esta descida encontra-se em linha com o que foi observado noutros mercados europeus de escritórios.

Este resultado é fortemente impactado pela comparação com os números históricos e inflacionados de 2022, um ano onde foram registadas operações de grande dimensão em regime de pré-arrendamento. O ano de 2023 encerrou com 152 operações realizadas, com uma área média de 740 metros quadrados.

A taxa de disponibilidade fixou-se nos 9,33%, número que reflete uma subida tendo em conta os 8,25% observados no final de 2022, um crescimento decorrente da tendência “flight to quality”, com as empresas a procurarem melhores localizações e edifícios que apresentem determinados critérios de ESG e sustentabilidade.

A “prime rent” encerrou o ano nos 28 euros por metro quadrado por mês, o que representa uma subida de 8% face a 2022. Já a renda média para a zona Prime CBD encerrou nos 23,81 euros por metro quadrado por mês, que representa uma subida de 9% face a 2022.

 

Comportamento do mercado por zonas

A Nova Zona de Escritórios (Zona 3), o Parque das Nações (Zona 5) e o Corredor Oeste (Zona 6) foram responsáveis por mais de 60% do volume de absorção total.

À exceção da Zona CBD (Zona 2), que manteve estável o seu volume de absorção relativamente ao ano 2022, todas as outras zonas de mercado observaram decréscimos de atividade, com a Zona Histórica & Ribeirinha (Zona 4) e a Zona Prime CBD a registarem as quebras mais acentuadas.

 

Sectores e pipeline

As 10 maiores operações de 2023 contribuíram para 31% do volume de absorção total do mercado, com os sectores de TMT & Utilities e Farmacêuticas & Saúde a liderarem a tabela do top de maiores operações.

Por sua vez, o “pipeline” para os próximos dois anos na capital conta com um total de 280 mil metros quadrados. Entre os maiores projetos de natureza especulativa, estão previstos a Torre Ocidente – Colombo, Oriente Green Campus, Campo Novo, WELL Be e República 5.

Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills, sublinha que “o ano de 2023 foi um ano marcado pelo contexto macroeconómico desafiante nas várias geografias europeias, o que acabou por impactar o mercado imobiliário nacional. No entanto, foi também um ano marcado pelo dinamismo do segmento de escritórios que, mesmo em clima de incerteza, permaneceu atrativo, inclusive com subida da ‘prime rent’. Para 2024, prevê-se já uma estabilização dos indicadores económicos, o que se traduzirá numa maior dinâmica em termos de investimento. Por outro lado, espera-se que Lisboa receba, nos próximos dois anos, um pipeline de cerca 280 mil metros quadrados, um número que confirma o enorme potencial da capital portuguesa para este segmento”.

 

Porto

O mercado de escritórios do Porto registou, no final de 2023, um volume de absorção total de 50.048 metros quadrados que se traduz numa descida de 14% face a 2022. Ainda assim, a cidade manteve um nível de atividade resiliente, contabilizando 64 operações, 12 das quais com áreas acima dos mil metros quadrados.

A zona CBD Boavista contribuiu com um volume de absorção total de 15.774 metros quadrados, um valor que reflete uma subida muito expressiva de 56% face ao ano 2022. Já as zonas CBD Baixa e Out of Town verificaram os volumes de absorção mais baixos, com descidas homólogas de 45%.

À semelhança do que se verifica em Lisboa, no Porto foi também o sector das TMT & Utilities que figurou no primeiro lugar da tabela em termos de volume de absorção, representando 30% do total.
Por sua vez, a “prime rent” manteve-se estável nos 18 euros por metro quadrado por mês, mas regista já uma trajetória ascendente em 2024. A renda média observou uma subida de 4%, situando-se, no final de 2023, nos 16,46 euros (Zona CBD Boavista).

Para os próximos dois anos, a cidade do Porto contará com um “pipeline” ligeiramente superior a 90 mil metros quadrados, cujos principais projetos serão o Matadouro, o VIVA Offices e o Mutual.

Graça Ribeiro Cunha, Offices Associate da Savills Porto, sublinha que “o mercado de escritórios do Porto continua estável relativamente à ocupação de escritórios, ainda que se tenha verificado a redução de oito mil metros quadrados, 14% em relação aos números do ano passado. Uma redução justificada pelo desequilíbrio visível entre a procura e a oferta. Para 2024, os novos projetos em ‘pipeline’, pautados pelo seu elevado grau de exigência (certificação, conforto, sustentabilidade) e pela sua dimensão e localização, irão seguramente reunir uma forte atratividade. Espera-se também uma subida da ‘prime rent’, já que alguns dos novos projetos refletem já uma renda ‘asking’ de 20 euros por metro quadrado“.

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