in

Malásia vulnerável ao protecionismo

A Crédito y Caución antecipa uma desaceleração do crescimento da Malásia, em 2019 e 2020, causada pelo impacto da escalada do protecionismo comercial nas exportações.

O sector externo, uma das principais forças económicas da Malásia, torna o país vulnerável a flutuações nos preços globais da energia e da eletrónica, ao enfraquecimento progressivo da procura mundial e ao arrefecimento do ciclo económico chinês.

A procura interna sustenta a expansão económica do país, impulsionada pelo consumo do sector público e pelos gastos das famílias, que se mantêm acima da linha de água.

As eleições de maio abriram um novo ciclo no país que, pela primeira vez, não é governado pelas forças que alcançaram a independência em 1957. O novo governo aboliu o impopular imposto de 6% sobre bens e serviços, introduzido em 2015 para reduzir a dependência das receitas do petróleo. Além disso, reintroduziu os subsídios aos combustíveis.

Segundo a análise publicada pela Crédito y Caución, estas medidas irão aumentar o rendimento disponível, estimulando a economia. No entanto, o aumento da inflação e das taxas de juros poderia reduzir o poder de compra das famílias. A Malásia tem um sector financeiro bem capitalizado, com uma taxa de incumprimento baixa (1,5%). Contudo, o elevado nível de endividamento das famílias, que atinge 85% do PIB e 150% dos rendimentos disponíveis, é um fator de risco se as taxas de juros aumentarem substancialmente.

Além disso, a suspensão de infraestrutura de longo prazo está a afetar a expansão do investimento. O novo governo cancelou mega projetos, como os oleodutos construídos com ajuda chinesa ou o comboio de alta velocidade planeado com Singapura. A despesa pública regista défices anuais regulares entre 3% e 3,5% do PIB, enquanto a dívida pública ascende a 52% do PIB.

A crescente proporção de dívida detida por não residentes é uma vulnerabilidade da economia malaia. Contudo, a taxa de câmbio é sustentada por superávites em conta corrente persistentes e pela regra do banco central de que 75% das receitas com as exportações devem ser convertidas em moeda local.

Izidoro lança gamas com redução em Kcal e mais proteína

Gallo comemora centenário