A Jerónimo Martins Agroalimentar comprou uma herdade no Alentejo para engorda de bovinos da raça Angus, avança o Diário de Notícias.
Localizada na zona de Monte Trigo, a 30 quilómetros de Évora, a herdade é a mais recente aquisição da Jerónimo Martins Agro-alimentar para instalar a produção de bovinos da raça Angus, depois de Manhente, em Barcelos, e do Cartaxo. “O projeto Angus nas três localizações tem um investimento à volta de 25 milhões de euros“, dos quais “cerca de cinco milhões deverão ser realizados este ano” na construção de pavilhões para a engorda intensiva, adianta António Serrano, CEO da Jerónimo Martins Agroalimentar àquela publicação.
Além disso, em maio, a empresa arranca com uma nova fábrica de laticínios em Portalegre e, até ao final do ano, quer ter fechada uma localização para instalar a terceira unidade de aquacultura. O objetivo da Jerónimo Martins Agroaalimentar para 2018 é aumentar a produção para suprir as necessidades do Pingo Doce e Recheio. “Em 2018, as áreas de crescimento de produção são a Angus (na ordem dos 25%) e a fábrica de leite onde devemos chegar ao final do ano com mais 30% a 40% de produção face aos 40 milhões de litros de leite por ano atuais. Em 2019, deveremos atingir a produção plena de cem milhões de litros“, diz o responsável.
O projeto Angus arrancou em outubro de 2015. No conjunto das três localizações, a empresa quer atingir cerca de 15 mil animais num espaço de quatro a cinco anos e assegurar mais de 70% das vendas de carne Angus do Pingo Doce e do Recheio. “Quando tivermos os três projetos em perfeitas condições de desenvolvimento, seremos o maior produtor de Portugal e, se calhar, o maior ibérico“, defende António Serrano.
Já a fábrica de lacticínios, em Portalegre, na qual o grupo injetou 40 milhões de euros, deverá começar com os primeiros testes em maio. É para aqui que será encaminhado o leite produzido na herdade em Monte Trigo, bem como o dos produtores da cooperativa Serraleite, para assegurar a produção de leite UHT, natas, vários tipos de manteigas e leites especiais que o Grupo Jerónimo Martins ainda não possui, “ou outro tipo de necessidade que o consumidor venha a ter”.
Relativamente à nova unidade de aquacultura, está-se atualmente em fase de estudo das regiões onde será localizada com especial interesse em Portugal e Espanha. No verão, começarão a chegar à rede de lojas as primeiras douradas da unidade de aquacultura da Madeira, onde o grupo investiu cerca de 2,5 milhões de euros através de uma joint-venture. Já o robalo vindo de Sines começou a ser vendido 2017. Na Madeira, a capacidade de produção será aumentada de 500 para mil toneladas, mas as duas unidades não satisfazem as necessidades do grupo. “Entre robalo e dourada, o grupo deve vender entre sete e oito mil toneladas ao ano, o que significa que estes projetos têm pouca expressão face ao que precisamos“.