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A Jerónimo Martins registou um ano positivo em 2024, alcançando um volume de vendas consolidado de 33,5 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 9,3% face a 2023.
Apesar deste desempenho, o resultado líquido do grupo recuou 20,8%, situando-se nos 599 milhões de euros.
O EBITDA consolidado atingiu 2,2 mil milhões de euros, um crescimento de 2,9% em relação ao ano anterior, embora com uma ligeira contração na margem EBITDA para 6,7% (face a 7,1% em 2023).
“Continuamos a crescer e a investir para reforçar a nossa competitividade, especialmente nos mercados internacionais, apesar de um ambiente macroeconómico desafiante”, destaca a empresa.
O grupo continua a consolidar a sua presença na Polónia, Colômbia e Portugal, além da recente entrada no mercado eslovaco. Em 2024, a Jerónimo Martins manteve um forte compromisso com a expansão da sua rede de lojas, tendo investido 1.006 milhões de euros.
Biedronka mantém liderança na Polónia
O principal motor de crescimento do grupo foi, mais uma vez, a Biedronka, que representou 70,4% das vendas totais. A insígnia polaca cresceu 9,6% em euros, atingindo 23,6 mil milhões de euros em vendas.
A Biedronka abriu 186 novas lojas, remodelou 280 unidades e investiu fortemente em campanhas promocionais e programas de fidelização. A Jerónimo Martins salienta que a cadeia reforçou o compromisso com os consumidores, ao congelar os preços de mais de quatro mil produtos essenciais após o fim da isenção de IVA na Polónia. “Garantimos os preços mais baixos para os nossos clientes, mesmo num contexto de inflação nos produtos essenciais”, sublinhou.
Pingo Doce cresce em Portugal com investimento em inovação e campanhas promocionais
Em Portugal, o Pingo Doce registou vendas de 5,1 mil milhões de euros, um crescimento de 4,5% em relação a 2023. A margem EBITDA manteve-se estável em 5,8%.
A insígnia lançou como o Concurso Vida Feita e o Subsídio Pingo Doce, que reforçaram a ligação com os clientes. No sector alimentar, destacou-se a iniciativa Frescos Todos os Dias, garantindo produtos no seu pico de frescura.
Além disso, o Pingo Doce continuou a investir em sustentabilidade e inovação, com a remoção de corantes artificiais da marca própria e a expansão do Laboratório de ADN, garantindo a autenticidade dos produtos.
Ara acelera crescimento na Colômbia
A Ara, insígnia da Jerónimo Martins na Colômbia, obteve um forte crescimento, com vendas de 2,9 mil milhões de euros (+17% em euros). O grupo abriu 150 novas lojas, consolidando-se como um dos principais players do retalho colombiano.
A expansão incluiu a integração de 70 lojas adquiridas à Colsubsidio e o lançamento de novas campanhas de fidelização. A Ara também apostou em ações sociais, impactando mais de 63 mil pessoas com o programa Um Milhão de Razões”.
Recheio mantém liderança no grossista e Hebe cresce na Europa Central
O Recheio consolidou a sua posição como “líder no canal grossista em Portugal”, com um crescimento de 1,9%, atingindo 1,4 mil milhões de euros em vendas. A insígnia manteve o seu posicionamento premium com uma forte aposta nos frescos e na proximidade com os clientes do sector Horeca.
Já a Hebe, cadeia de cosmética e beleza da Jerónimo Martins, apresentou um crescimento expressivo de 18,1%, totalizando 583 milhões de euros em vendas. A insígnia expandiu-se para a Eslováquia e Chéquia, fortalecendo a sua estratégia omnicanal, onde o digital já representa cerca de 20% das vendas totais.
Sustentabilidade e investimento futuro
No ano passado, o grupo Jerónimo Martins reforçou o seu compromisso ambiental e social, destacando a redução de 15,8% das emissões de CO2 face a 2023, mais de duas mil lojas e centros de distribuição com painéis fotovoltaicos instalados e o investimento de 40 milhões de euros na Fundação Jerónimo Martins.
Para 2025, a empresa prevê investir cerca de 1,1 mil milhões de euros. “A nossa prioridade para 2025 será continuar a expandir de forma sustentável e a reforçar a nossa competitividade em todos os mercados onde operamos”, concluiu a empresa.