As insolvências aumentaram 3,7%, no primeiro trimestre, face ao período homólogo do ano passado, com 1.324 empresas insolventes. Este é o valor acumulado mais elevado no primeiro trimestre dos últimos três anos. Março foi o mês com mais insolvências, 468, o que traduz um incremento de 9,1% face a 2021.
Contudo, este aumento das insolvências traduz, fundamentalmente, um aumento no número de processos concluídos já que as declarações de insolvência requeridas por terceiros diminuíram 17,6%, no primeiro trimestre, face a 2021 (menos 46 pedidos), enquanto às apresentações à insolvência pelas próprias empresas tiveram uma redução de 3,1% (menos oito pedidos). Os encerramentos com plano de insolvência também baixaram 12,5%, face a 2021. De janeiro a março, foi declarada a insolvência de 850 empresas, mais 102 que em igual período de 2021.
Os distritos de Lisboa e do Porto mantêm as suas posições de liderança, com 347 e 335 insolvências, respetivamente. Braga surge na terceira posição em valores absolutos, com 126 insolvências. Face a 2021, verifica-se um aumento de 15,3% em Lisboa (mais 46 insolvências), uma diminuição de 3,7% no Porto (redução de 12 insolvências) e uma redução de 13,7% no distrito de Braga (menos 20 insolvências).
Com decréscimos evidenciam-se, ainda, os distritos de Angra do Heroísmo (-100%), Faro (-38,6%), Bragança (-33,3%), Guarda (-30%), Portalegre (-27,3%), Aveiro (-22,4%), Viana do Castelo (-15,8%) e Castelo Branco (-4%). Os aumentos nas insolvências verificam-se nos distritos de Évora (+66,7%), Leiria (+42,9%), Santarém (+34,3%), Setúbal (+27,9%), Viseu (+19,2%), Vila Real (+15,4%), Madeira (+7,1%) e, por último, Coimbra (+4,8%). Em 2021, Horta não teve insolvências registadas no primeiro trimestre e, este ano, soma um total de três. Os distritos de Beja (sete insolvências) e Ponta Delgada (11 insolvências) não tiveram variação face a 2021.
Por sector, apresentam aumento nas insolvências as atividades de Comércio de Veículos (+42,4%), Outros Serviços (+12%), Agricultura, Caça e Pesca (+10%), Indústria Transformadora (+8,4%) e Comércio a Retalho (+4,3%). Com decréscimo destacam-se os sectores de Telecomunicações (-66,7%), Indústria Extrativa (-50%), Construção e Obras Públicas (-4%), Comércio por Grosso (-3,2%), Hotelaria e Restauração (-6,3%) e, por último, Transportes (-1,9%).
Constituições crescem mais de 29%
Em março, as constituições evoluíram de 3.844 empresas, em 2021, para 4.272, em 2022, mais 428 novas empresas em termos homólogos (+11,1%). Em totais acumulados, verifica-se um acréscimo significativo de 29,2%, com um global de 13.417 novas empresas constituídas.
O número mais significativo de constituições verifica-se em Lisboa, com 4.403 empresas (+52,3%), e no Porto, com 2.225 empresas (+10,4%). Na terceira posição surge o distrito de Setúbal, com 1.020 constituições (+40,9% face a 2021).
Outros distritos com acréscimos nas constituições são Faro (+54%), Vila Real (+52,3%), Coimbra (+38,7%), Madeira (+26,7%), Santarém (+22%), Angra do Heroísmo (+21,6%), Viana do Castelo (+21,1%), Aveiro (+16,6%), Braga (+16,1%), Évora (+15,7%), Ponta Delgada (+15,6%), Beja (+13,3%), Portalegre (+13,1%), Guarda (+10,9%), Castelo Branco (+10,2%);,Viseu (+9,6%) e, por último, Leiria (+9,5%) .
Os distritos com variação negativa são apenas Horta, que decresce de 32 para 23 constituições (-28,1%), e Bragança, que baixa de 142 para 121 (-14,8%).
No primeiro trimestre deste ano, os sectores que apresentam variação positiva na criação de novas empresas são Transportes (+102,7%), Hotelaria e Restauração (+63,2%), Outros Serviços (+37%), Telecomunicações (+24,1%), Construção e Obras Públicas (+23,5%), Indústria Transformação (+11,8%), Agricultura, Caça e Pesca (+10,1%), Comércio por Grosso (+9,8%), Comércio de Veículos (+9,6%) e Eletricidade, Gás, Água (+4,7%). Indústria Extrativa (-50%) e Comércio a Retalho (-9,9%) são os únicos sectores com variação negativa nos primeiros três meses do ano.