in

Insolvências em Portugal crescem 4% no 1.º trimestre

O número de empresas insolventes em Portugal foi de 658, no primeiro trimestre, num crescimento de 4% face ao período homólogo, reflete a análise da COSEC, seguradora nos ramos do seguro de créditos e caução.

De registar, também, que os pedidos de Processo Especial de Revitalização (PER) diminuíram 20% neste primeiro trimestre: foram 102, no total, contra as 127 registadas nos primeiros três meses de 2019.  A economia global está num enorme estado de turbulência. O mundo está a atravessar um novo tipo de crise económica e sanitária que está a colocar todas as economias, e as empresas, sob uma pressão intensa. Prevemos que o aumento das insolvências, que já se verifica no primeiro trimestre do ano, se acentue nos próximos meses”, afirma Maria Celeste Hagatong, presidente do conselho de administração da COSEC.

As microempresas continuam a representar a maioria dos casos de insolvência, com uma quota de 65%. Esta tem sido a tendência desde 2009.

Embora com um ligeiro decréscimo, de 23% no primeiro trimestre de 2019 para 21% para o mesmo período em 2020, também o sector dos serviços continua a liderar em número de insolvências, com 136. Seguem-se o sector do retalho (15,3%), com um total de 101 empresas insolventes, e o sector da construção (14,9%), com 98.

Na categoria de empresário em nome individual, registaram-se, no primeiro trimestre de 2020, 95 insolvências, 14% do total do número total em Portugal.

No que respeita à distribuição geográfica, os resultados das insolvências mantiveram-se comparativamente ao mesmo período em 2019. Neste seguimento, o Porto apresenta o maior número (23,4%, contra 28,5% no primeiro trimestre de 2019), seguido de Lisboa (18,5%, contra 18,1%) e do distrito de Braga (13,4%, contra 12,2%). Os distritos de Beja, Portalegre e Évora continuaram a registar o menor número de insolvências, com um total de 16 casos registados.

No período em análise, foram criadas em Portugal 11.939 empresas, o que representa um decréscimo de 25% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Continuaram na liderança os sectores dos serviços (2.976 empresas), construção (1.398) e retalho (1.366). Lisboa (3.931 empresas), Porto (2.201), Setúbal (896) e Braga (874) mantiveram-se como os distritos onde se registaram um maior número de novas empresas.

Relativamente aos casos de pedido de Processo Especial de Revitalização (PER), 40% foram solicitados por micro ou pequenas empresas. Quanto aos sectores que registaram o maior número de pedidos de acesso a este mecanismo, destacam-se os dos serviços (15 empresas), alimentação (14) e construção (13).

De acordo os dados do último balanço disponibilizado pelas empresas, observou-se no processo de insolvência um potencial impacto de mais de 5.100 postos de trabalho, um volume de negócios superior a 295 milhões de euros.

Cerca de 68% do número de postos de trabalho em risco estão concentrados nas micro e nas pequenas empresas, tendência também observada no que toca ao valor de créditos a fornecedores (84%), o que reflete o peso destas empresas no total das empresas insolventes e a sua maior vulnerabilidade face aos desafios do panorama económico atual.

Aumento de 14% das insolvências em todo o mundo

Se já se antecipava uma desaceleração económica internacional, embora em muito menor escala, a epidemia de Covid-19 reforçou tendência. A Euler Hermes, acionista da COSEC, aponta para um aumento de 14% das insolvências em todo o mundo durante o ano de 2020 (16% na Europa Ocidental).

Apesar das intervenções dos governos para apoiar empresas, através de adiamentos de impostos, empréstimos, garantias estatais, etc., que deverão ajudar a limitar os danos, o atual contexto de bloqueio da economia poderá levar à falência cerca de 7% das PME e midcaps da Zona Euro: cerca de 13 mil negócios. Neste âmbito, 10% do total de empresas em risco estão em França, perto de 9% na Alemanha, 8% na Bélgica, 6% em Espanha e 5% em Itália.

A Euler Hermes estima que as insolvências vão aumentar principalmente em Itália (+18%), Espanha (+17%) e Holanda (+21%). A Alemanha (+7%), a França (+8%) e a Bélgica (+8%) também deverão registar um aumento maior de insolvências do que o previsto antes da pandemia. Os sectores que correm maior risco são a construção, o agroalimentar e o dos serviços.

Consequentemente, esta pausa na atividade económica coloca 65 milhões de empregos em risco ou a precisarem de apoio dos governos. Contudo, uma vez que, embora seja acentuada, esta crise económica é de natureza temporária, os economistas apontam para que a taxa de desemprego na Zona Euro aumente apenas um ponto percentual, para pouco mais de 8%. Isto significa que poderá haver uma perda de até 1,5 milhões de postos de trabalho nos próximos 12 meses, particularmente os trabalhadores independentes ou com contratos temporários.

Páscoa não puxa pelo consumo

Sogrape declara Vintage 2018 para Ferreira, Sandeman e Offley