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Nos últimos anos, a logística passou por uma transformação sem precedentes, impulsionada por fatores como a evolução tecnológica, a intensificação das normas ambientais, a necessidade de maior resiliência diante de crises, a escassez de talento qualificado e o crescimento do e-commerce. Este contexto traz consigo desafios significativos, no entanto, também trouxe novas oportunidades para melhorar a eficiência, reduzir o impacto ambiental e reforçar a capacidade de resposta das cadeias de abastecimento.
A ID Logistics identificou as grandes tendências que definirão o futuro do sector no Velho Continente e os eixos estratégicos que permitirão transformar esses desafios em vantagens competitivas.
Desde a implementação de soluções sustentáveis no transporte até à automatização dos centros logísticos e à formação de novos profissionais, a empresa aposta num modelo de logística inovador, eficiente e alinhado com os objetivos europeus de sustentabilidade e digitalização.
Formação e incentivo ao talento
A transformação digital do sector exige um leque de novas competências em áreas como automação, análise de dados, inteligência artificial e outras ligadas à inovação, para formar os novos líderes da logística. A realidade é que este talento especializado é escasso, o que levou a indústria a investir na formação e capacitação internas como ferramentas-chave para a criação de perfis ajustados às necessidades do sector.
O desenvolvimento de programas educativos adaptados às exigências da logística moderna, aliado à promoção de novas oportunidades de carreira, tem contribuído para a evolução de profissionais cada vez mais qualificados. Este investimento em formação permite responder à procura por talento, enquanto impulsiona a inovação e a competitividade num sector que caminha para um futuro cada vez mais tecnológico.
Transporte mais sustentável e eficiente
Reduzir o impacto ambiental do transporte é um objetivo prioritário para a logística europeia. A transição para veículos elétricos e o uso de combustíveis alternativos, como o HVO (óleo vegetal hidrogenado) ou o SAF, no caso do transporte aéreo, tornaram-se linhas estratégicas fundamentais. No entanto, para além da mudança na propulsão, a sustentabilidade também passa por uma otimização inteligente das rotas de distribuição, reduzindo quilómetros sempre que possível e melhorando a eficiência do transporte.
Ao mesmo tempo, o uso de tecnologias avançadas, como inteligência artificial e análise de dados, está a permitir desenhar modelos logísticos mais eficientes e sustentáveis. A combinação de novas infraestruturas energéticas com estratégias de mobilidade inteligente constitui um binómio indispensável para a descarbonização do sector.
Criação de hubs logísticos inteligentes
O armazém do futuro já existe e a tecnologia há muito se consolidou como o seu principal motor. A automação, o uso de robôs autónomos e de algoritmos preditivos estão a revolucionar os centros logísticos, acelerando a gestão de inventários, reduzindo erros e aumentando a eficiência operacional.
Além disso, a interconectividade entre sistemas logísticos permite maior visibilidade e rastreabilidade na cadeia de abastecimento. Isso traduz-se numa melhor capacidade de resposta às flutuações da procura, algo especialmente relevante num contexto em que a rapidez e a flexibilidade se tornaram fatores determinantes para a competitividade deste sector.
Novas estratégias face às crises
As recentes crises globais e o atual contexto de incerteza económica evidenciaram a vulnerabilidade das cadeias de abastecimento e a necessidade de estratégias que assegurem a continuidade operacional. Nesse sentido, medidas como a diversificação de fornecedores e a regionalização de determinadas operações estão a ganhar cada vez mais importância para mitigar os efeitos de possíveis interrupções.
Por sua vez, as empresas do sector estão a apostar no desenvolvimento de modelos mais flexíveis e dinâmicos. A implementação de tecnologia para a gestão de riscos, o uso de inteligência artificial para prever contratempos, e a construção de redes de distribuição mais robustas estão a lançar as bases para um sector mais resiliente e preparado para responder a cenários de crise.
Colaboração no sector
Num contexto em que a tecnologia é um eixo prioritário, a colaboração entre empresas, clientes e administrações destaca o lado mais humano da logística. As alianças estratégicas permitem partilhar recursos, boas práticas e um know-how essencial para acelerar, de forma coletiva, a transição para uma logística mais eficiente e alinhada com as diretrizes europeias.
Desde acordos para o desenvolvimento de infraestruturas sustentáveis até iniciativas conjuntas em inovação tecnológica ou colaborações para a entrega na última milha, a cooperação está a consolidar-se como um aspeto diferenciador no sector. Além disso, o trabalho conjunto entre os principais atores facilita a adaptação a um ambiente regulatório em constante evolução e favorece a implementação de soluções que impactem positivamente toda a cadeia de abastecimento.