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Europa pode ficar “inundada” de açúcar com fim do sistema de quotas

As pesquisas de mercado indicam que a produção de açúcar poderá crescer em um terço nos próximos quatro anos, o que potencialmente baixará os preços em 30%, após o fim do sistema de quotas na União Europeia.

Após uma década de quotas, os fabricantes europeus podem, desde o início deste mês, produzir e exportar a quantidade de açúcar que quiserem. O fim das quotas poderá também influenciar a venda deste bem a nível mundial, já que a Europa terá menos necessidade de importar açúcar de África e do Caribe.

A indústria tem vindo a preparar-se para esta mudança de cenário, há já alguns anos, mas o final das quotas poderá pressionar ainda mais os preços. Este ano, o preço do açúcar já caiu 2017, a pior performance do índice das 22 commodities compilado pelo Bloomberg. A colheita de cana de açúcar está em curso na Europa e os indicadores iniciais são de que a produção será superior em França e na Alemanha, os principais produtores europeus. O Rabobank estima mesmo que a produção seja 23% superior nesta campanha. O

final das quotas irá ajudar às exportações europeias de açúcar crescerem perto de 50% para 2,2 milhões de toneladas métricas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América. As exportações francesas poderão triplicar, segundo as estimativas da FranceAgriMer.

A União Europeia representou 10% da produção mundial de açúcar em 2016. Segundo o Rabobank, os preços, que eram historicamente mais elevados, deverão entrar em linha com as taxas globais. Para os consumidores, o fim das quotas é, em teoria, positivo, indica o Investec Bank, que aponta ainda a indústria farmacêutica e alimentar como beneficiárias da situação. A associação europeia que congrega as empresas que utilizam o açúcar (CIUS) vê com bons olhos o fim do sistema de quotas, mas nem todos os fabricantes estão satisfeitos, designadamente os de açúcar de cana, que se sentem em posição menos favorável que os restantes face às tarifas mais elevadas.

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