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Empresários portugueses estão mais otimistas no novo ano

A Sage conduziu um estudo que reuniu respostas de mais de 5.500 empresários em 20 países de todo o mundo, entre os quais Portugal, que permite fazer uma análise de diversas variáveis das pequenas e médias empresas (PME) e dos seus mais altos dirigentes: cargos que ocupam, funções que desempenham, número de colaboradores que compõem a empresa, sector em que atuam, como está o mercado de contratações e retenção de talento.

Os próximos meses deste ano trazem diversos desafios, mas também inúmeros estímulos às empresas. O estudo agora revelado comprova que os responsáveis pelas PME a nível mundial estão atentos a tudo e também mais otimistas.

Em Portugal, 82% dos empresários acredita que o seu volume de negócios se vai manter ou crescer em 2017 (76% nos restantes 19 países). Das empresas que preveem conseguir alcançar este crescimento até ao final do ano, 45% afirma que será superior a 10% e destes,14% acredita que será mesmo superior a 50%. Por outro lado, das empresas nacionais que estimam alcançar um volume de negócios menos positivo no final do ano, 45% preveem uma quebra superior a 10%.

54% dos empresários portugueses admite sentir-se confiante com as perspetivas do seu negócio durante os próximos seis meses. 43% dos inquiridos confirmam que o principal plano é abrir uma delegação em novos mercados (23% a nível global). A nível global, a prioridade altera-se: 35% confirma que pretende lançar um novo produto ou serviço, opção que aparece em segundo lugar para os empresários portugueses recolhendo 35% das respostas. Quando questionados sobre o impacto da economia nacional e global nos seus negócios, os portugueses afirmam sentirem-se mais confiantes na estabilidade da economia nacional nos próximos seis meses (45%), mas menos confiantes na estabilidade da economia global (42%).

Quando questionados “Para além de si, quantas mais pessoas fazem parte da sua empresa?”, a nível nacional, 31% das empresas (23% a nível global) integram apenas uma pessoa e outros 28% (23% a nível global) diz respeito a empresas entre dois e nove colaboradores. Como seria de esperar, são “multi-taskers” desempenhando as mais diversas funções na empresa. Compete-lhes a tomada de decisão, a gestão diária, a gestão financeira e orçamentação, a gestão de equipas e o recrutamento.

Quando solicitados a identificar as principais tendências tecnológicas para os negócios em 2017, 67% dos inquiridos em Portugal identificam a inteligência artificial, seguida de chatbots (15%) e da tecnologia Blockchain (11%), tendências que acompanham os resultados globais. Destaca-se o comportamento das PME nacionais com mais de 100 colaboradores que colocam claramente a inteligência artificial como a grande tendência para este ano.

O estudo chama a atenção para duas questões mais pertinentes que se prendem com a forma como as pessoas se sentem perante a introdução nas suas vidas de inteligência artificial e de bots. A nível profissional, 38% dos empresários portugueses admitem estar confortáveis com a esse facto. A nível pessoal, a perspetiva altera-se um pouco e são menos os que se sentem confortáveis com a entrada de IA ou bots nas suas vidas (29% e 39% a nível global). Ainda assim, é considerável o número de empresários que não consegue responder a estas questões, num total de 58% em Portugal e 38% a nível mundial.

Cerca de metade dos empresários portugueses (49,1%) considera que um dos fatores económicos que terá um impacto negativo mais evidente para as suas empresas está relacionado com alterações tributárias nacionais. As taxas de juro (37%) são o segundo fator apontado com maior preocupação. Para estes empresários, a maior parte dos fatores com impacto negativo nos negócios terá repercussão principalmente sobre os consumidores (44% em Portugal e 41% a nível global), ainda que o impacto direto nos negócios não seja menos relevante (33% em Portugal  e 35% a nível global).

Em Portugal, quando questionados sobre quais dos mesmos fatores económicos teriam um impacto mais positivo nas suas empresas, 39% dos inquiridos responde igualmente alterações tributárias nacionais, seguida de alterações nos impostos a nível internacional (22%). Sendo que a maior parte destes fatores, nesta leitura, tem um efeito mais forte diretamente sobre a própria empresa. Os efeitos destes impactos, por outro lado serão mais visíveis diretamente no negócio (52% em Portugal e 47% a nível global).

Apesar do tema do apoio às PME ser uma bandeira de muitos governos, incluindo o de Portugal, o que é facto é que 54% empresários portugueses não consideram ainda que fazem parte da tomada de decisão política. Da análise do estudo a nível global,  à medida que a dimensão da empresa aumenta, também aumenta o sentimento de representatividade das empresas na vida política.

As alterações políticas sejam internas ou internacionais, são acompanhadas com precaução pelos empresários. Ainda assim, existe uma importante fatia de inquiridos que refere não acreditar que as alterações políticas tenham quaisquer impactos positivos nos seus negócios (20% em Portugal e 21% a nível mundial). Para os restantes, fatores como “Eleições Autárquicas e Legislativas” (19% em Portugal e 20% a nível mundial), as “Eleições nos EUA” (14% em Portugal e 19% a nível mundial), o “Brexit” (13% em Portugal e menos relevante a nível mundial apenas 8%) são os que têm maior impacto positivo nos seus negócios. As flutuações de moeda nacional (8% em Portugal e 12% no global do estudo) e moeda estrangeira (12% em Portugal e 8% no global do estudo) também são apontadas como fatores que impactam positivamente os negócios destas empresas, muito pelo forte impulso exportador que marca a génese das mesmas.

Em Portugal, quando questionados se tinham feito alterações ao seu plano de negócios em resultado das recentes alterações políticas mundiais, os empresários dividem-se: 30% confirma que fez alterações, 39% responde que não fez e 31% refere que ainda não fez, mas que está a ponderar efetuar alterações. As empresas que confirmam que já realizaram as devidas alterações nos seus planos de negócios são maioritariamente empresas entre 50 a 99 colaboradores (40%) e empresas entre os 100 e os 250 colaboradores (57%).

As maiores alterações prendem-se, em primeiro lugar, com a forma como são feitos investimentos (24% em Portugal e 25% no total do estudo), seguida da redução de investimento em inovação (23% em Portugal e 19% no global do estudo) e do congelamento de contratações (21% em Portugal e 21% no global do estudo).

O estudo pretendeu identificar fatores digitais que mais impacto têm nos negócios. Tanto a nível global como particularmente nas empresas portuguesas, as competências (Skills) são identificadas como o principal fator a que os empresários têm acesso (66% em Portuga e 57% a nível global), seguindo-se do suporte (51%, em Portugal e 48% a nível global) e de infraestrutura (39% em Portugal e 48% a nível global).

Da análise do estudo, percebe-se que, de facto, a tecnologia é bem-vinda no apoio aos negócios e, quando questionados sobre a chegada de “assistentes virtuais” para gerir grande parte da carga administrativa das empresas, a resposta é, de uma forma geral, muito positiva com 58% dos inquiridos portugueses a acolher bem a ideia de um mundo “admin free”.

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