Vencer o online era já uma preocupação do retalho antes da pandemia, mas com a aceleração sofrida, entretanto, pelo e-commerce tornou-se numa preocupação ainda maior.
Segundo a McKinsey, nos últimos anos, ficou provado que a chave para a conquista de quota de mercado no retalho alimentar está nos canais online. “Antes da pandemia, muitos reconheciam os canais online como uma oportunidade de crescimento, mas eram lentos a adaptar-se. Por exemplo, no Reino Unido, as vendas online representaram mais de um terço do crescimento do sector entre 2015 e 2020. Hoje, as empresas entenderam que o e-commerce é o novo imperativo. Os que entram agora no mercado estão a concorrer com negócios puramente online e modelos alternativos”, diz a consultora.
No início da pandemia, alguns retalhistas conseguiram mudar rapidamente para o online, experimentando um crescimento das vendas. Outros, contudo, sentiram constrangimentos na sua execução e capacidade, que comprometeram a satisfação e, em consequência, a fidelização dos clientes. “Agora, os retalhistas estão a diversificar a sua oferta online para responder às expectativas dos clientes e melhorar a sua experiência. As ofertas vão além da clássica entrega ao domicílio das compras semanais das famílias e dirigem-se a diferentes segmentos de clientes e necessidades ou ocasiões de compra, através da entrega instantânea, de refeições, entre outras”, descreve a McKinsey.
Rentabilidade
A rentabilidade no comércio eletrónico continua a ser um desafio para os retalhistas. A contínua necessidade de investir em infraestrutura operacional e tecnologia necessárias para aumentar a capacidade e manter-se competitivo dificulta a melhoria da rentabilidade, mesmo no médio e longo prazo.
Vencer o online e, ao mesmo tempo, ter um modelo de negócio rentável será o desafio futuro de muitos retalhistas, mas a McKinsey identificou três caminhos. Em primeiro lugar, os operadores puramente online estão a oferecer propostas de valor altamente personalizadas, em termos de sortido e serviços e conceitos do prado à mesa. Por seu turno, os gigantes online e os marketplaces estão a acrescentar o alimentar à sua oferta, de modo a apoiar a rentabilidade geral, através de um maior tráfego e “engagement”. Finalmente, os retalhistas tradicionais estão a repensar a sua proposta de valor através da expansão do seu sortido online e da marca própria. “Para gerir o crescimento e o desafio da rentabilidade, os retalhistas devem eficazmente implementar a sua transformação digital. O retalho online oferece uma nova janela de crescimento para os retalhistas tradicionais e aqueles que entram agora nesta corrida. Transformação adicional, inovação tecnológica e novas parcerias deverão, muito provavelmente, emergir como principais motores do crescimento rentável no futuro”, conclui a consultora.