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Crise na Grécia influencia expectativas económicas dos europeus

As negociações prolongadas entre a Grécia e os seus credores e a crise entre a Rússia e a Ucrânia influenciaram as expectativas económicas dos consumidores na maioria dos países europeus, durante o segundo trimestre deste ano.

Esta é a conclusão da sondagem GfK “Clima de Consumo na Europa”, realizada em 15 países, que afirma que “a crise na Grécia definiu, em grande medida, a disponibilidade para comprar dos consumidores europeus no segundo trimestre deste ano, resultando na estagnação ou diminuição das expetativas económicas em muitos países”.

A GfK explica ainda que “por altura da realização da sondagem, nas primeiras duas semanas de junho, as negociações entre a Grécia e os seus credores atingiam progressivamente o seu ponto mais alto. Por conseguinte, o culminar provisório – o fracasso das negociações, a bancarrota real do país, o fecho da banca grega e o referendo – não está refletido nesta sondagem”.

Acredita-se, por isso, que as expetativas dos europeus, sobretudo nos países da União Monetária, possam vir a deteriorar-se significativamente ao longo do verão. Isto aplica-se, em particular, a países como a Alemanha, Itália, França e Espanha, que ou suportam uma percentagem elevada da dívida grega ou enfrentam também eles uma situação económica difícil”, refere a GfK.

O desenvolvimento da expetativa dos rendimentos, assim como a disposição para comprar, variam entre os vários países. As influências específicas de cada país no segundo trimestre tiveram um peso maior a este nível do que os possíveis efeitos da saída da Grécia da União Monetária Europeia.

Em Portugal, e em comparação com o primeiro trimestre, as expetativas económicas dos consumidores diminuiu ligeiramente no segundo trimestre para 15,2 pontos (-0,6 pontos). Contudo, a disposição dos consumidores portugueses manteve valores positivos no que diz respeito à tendência económica nacional. Ao passo que, há um ano, o índice era negativo com -0,5 pontos, tem mantido o seu nível atual desde o outono passado. Segundo a Gfk, “os portugueses estão confiantes de que a sua economia irá também presenciar um crescimento constante, ainda que moderado, nos próximos meses”.

A expectativa positiva sentida, no geral, pelos consumidores portugueses com relação à situação económica não se reflete, contudo, nas expectativas que expressam sobre os rendimentos. Em março, o índice estava nos 4,7 pontos, mas desde então perdeu 3,8 pontos, registando uma queda de 0,9 pontos em junho. A expectativa dos rendimentos continuou significativamente mais elevada do que o nível registado no ano anterior (junho de 2014: -16,7 pontos), no entanto, alcançou o seu nível mais baixo desde outubro de 2014.

À luz do nível continuamente elevado do desemprego, os consumidores portugueses continuam a não ser capazes de cobrir mais do que as necessidades diárias. Após a longa recessão, o dinheiro continua a não estar disponível para grandes compras”, conclui a sondagem. Em junho, a disposição para comprar era de -24 pontos, o que estava apenas ligeiramente acima do nível registado em março (-24,5 pontos).

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