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Consumo decresce na semana em que os portugueses começam a viver com restrições

Foto Shutterstock

Na semana em que Portugal entrou oficialmente na fase de mitigação da Covid-19 (transmissão comunitária do vírus) e no momento em que os portugueses começaram a viver com restrições, assistiu-se a um decréscimo nas vendas. A quarta edição do barómetro semanal da Nielsen sobre o impacto da pandemia regista, para a semana  de 23 a 29 de março (semana 13), vendas na ordem dos 206 milhões de euros, uma quebra de 6% face ao período homólogo (menos 12,5 milhões de euros) e de 12% comparativamente à semana anterior.

Por oposição a esta diminuição, o e-commerce continuou a registar ganhos em termos de ocasiões de compra (+77%) e de captação de lares (+75%).

 

Produtos alimentares crescem com permanência em casa

Nesta semana, os produtos alimentares cresceram, contrariando a quebra generalizada verificada no retalho alimentar. Os frescos apresentaram um decréscimo, mas este é inferior à média do total do mercado. O facto de os portugueses estarem agora confinados nas suas casas altera alguns dos seus hábitos e rotinas diárias. No caso da alimentação, muitas das refeições passaram a ser confecionadas e consumidas em casa. Tomar o pequeno-almoço e o lanche em casa e fazer petiscos e sobremesas levou a um forte dinamismo de algumas categorias, que surgem agora no topo dos maiores crescimentos, como as bebidas quentes (+38%) e as sobremesas/doces (+30%)”, explica Marta Teotónio Pereira, Client Consultant Senior da Nielsen.

Os portugueses parecem mais propícios a cozinhar em casa, algo que é também patente no facto do retalho alimentar perder neste período mais de 70% em take-away/cafetaria face à semana homóloga.

Entre os frescos, apesar dos decréscimos em algumas categorias, há segmentos que evidenciaram uma tendência contrária e que se destacaram pelo forte crescimento devido a dois fatores: defender o sistema imunitário e cozinhar mais em casa.

Manteve-se também a preocupação com a higiene, saúde e limpeza do lar, registando-se crescimentos significativos em acessórios de limpeza (+44%), limpeza do lar (+20%) ecuidados de saúde (+9%), entre outras categorias.

Neste contexto, as categorias com maiores quebras refletem bem que os portugueses se mantêm em casa, entre as quais se destacam os produtos solares (-85%), os produtos para calçado (-52%) e os perfumes (-51%). “A evolução das categorias de FMCG não deixa dúvidas de que os portugueses se mantêm em casa e que se estão a adaptar à vida em quarentena, procurando já produtos que os fazem sentir melhor em casa. Será interessante acompanhar tendência das próximas semanas que, para além de continuar a refletir a vida em quarentena, dará indicações sobre a tendência da Páscoa em 2020. Com as escolas fechadas, as férias da Páscoa são passadas em casa. No retalho alimentar, o crescimento das vendas da semana anterior à Páscoa (este ano, é a semana 14) já reflete os preparativos dos festejos que, em Portugal, passa muito pela reunião da família alargada à volta da mesa. Com o agravamento da limitação à circulação no período da Páscoa, este ano, todos sabemos que foi diferente. Com alguns sinais de menos – menos reuniões familiares, menos saídas dos centros urbanos e menos ofertas – mas também com alguns sinais mais – mais mesas de Páscoa e mais refeições em casa”, comenta Marta Teotónio Pereira.

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