Em 2022, a inflação global foi um dos protagonistas na hora de decidir o que e quando comprar. O aumento dos preços dos produtos básicos, bem como a contração dos rendimentos das famílias, fizeram com que as vendas de marcas próprias aumentassem, bem como as compras em retalhistas mais baratos, como os operadores de discount, segundo os dados do estudo “Brand Footprint” da Kantar.
A consultora estudou os hábitos de compra dos consumidores em 53 países, representativos de 86% da população total, ao longo do ano de 2022. A principal conclusão é de que as marcas próprias aumentaram as suas vendas em 6,3% e que os retalhistas mais baratos cresceram 10,3% face ao ano anterior.
Os consumidores que mais optaram por marcas próprias foram os ingleses, onde 49,9% optou pelas mesmas, que cresceram 1,6% face ao ano anterior. Em Espanha, os consumidores que mudaram para marcas da distribuição aumentaram 3,4%, mas em França, no entanto, a percentagem de consumidores de marca própria caiu 0,7% face a 2021.
Inflação marca o crescimento em FMCG
O estudo também constatou que os gastos globais em Fast Moving Consumer Goods (FMCG) aumentaram 4,8%, no último ano, mas o volume cresceu apenas 0,1%, o que confirma que os shoppers pagaram mais por menos produtos, num contexto de inflação de dois dígitos nos produtos alimentares. Este é o menor volume comprado desde 2019 e compara com o crescimento de 2,6% dos últimos três anos.
Ainda de acordo com a Kantar, as compras através do canal online diminuíram 5,6% em todo o mundo, impulsionadas pelo baixo consumo através deste canal em países europeus, especialmente no Reino Unido. Nos Estados Unidos e na Ásia, no entanto, as vendas online cresceram em relação a 2021.
A nível mundial, as famílias compram, em média, 61,3 marcas. Pelo 11.º ano consecutivo, a Coca-Cola foi a mais escolhida, seguida da Colgate e da Maggi. Por sua vez, a Sprite foi a marca de crescimento mais rápido, a nível mundial, com um recorde de 33,8 milhões de novos compradores.
A análise da Kantar mostra que o crescimento das marcas de FMCG reside na conquista de novos clientes, ao invés da frequência de compra. 88% das marcas em crescimento encontrou mais compradores.
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