A pandemia intensificou o recurso às compras online entre os portugueses e a tendência é transversal a toda a população. Praticamente um em cada nove portugueses (88%) faz compras online e 66% afirma comprar mais online agora do que antes da pandemia, revela o “Barómetro Vida Digital dos Portugueses”, estudo realizado pela Celside Insurance, em parceria com a Boutique Research.
Em termos de faixas etárias, os Millennials são quem faz mais compras online (93%), seguidos da Geração X (90%) e do grupo dos 50 aos 64 anos (88%). Como seria de esperar, os maiores de 64 anos são mais resistentes aos novos hábitos de consumo no mundo digital. Ainda assim, uma percentagem significativa dos seniores, 77% dos inquiridos nesta faixa etária, faz compras online.
De acordo com o estudo, 30 % dos portugueses faz compras online pelo menos uma vez por semana e 25% uma vez por mês. O computador é o dispositivo mais utilizado para fazer compras online (58%), logo seguido do smartphone (54%).
As categorias de compras online que mais aumentaram em tempos de pandemia são, de acordo com o estudo, roupa/acessórios (56%), restauração/food delivery (54%) e supermercado (48%). Os produtos de tecnologia e de cultura (livros, serviços de streaming) também cresceram nas prioridades dos portugueses para as suas compras em lojas não físicas, com um aumento de 32% e 31%, respetivamente.
No estudo, verificou-se que três em quatro portugueses (76%) investiram em tecnologia, desde o início da pandemia, e 52% gastou mais de 100 euros em dispositivos tecnológicos.
Pandemia intensifica uso de tecnologia
91% dos portugueses afirma ter alterado os hábitos de uso dos smartphones: 68% dos inquiridos declara ter aumentado o uso deste dispositivo e 23% refere ter começado a utilizá-lo para algo novo desde que o vírus da Covid-19 mudou o mundo. Apenas 9% não acusou o impacto da pandemia, mantendo inalterados os hábitos de uso do smartphone.
Em média, os inquiridos passam cinco horas em frente a ecrãs, ao longo do dia. No total, não se registam diferenças estatísticas entre gerações, mas, quando discriminado por dispositivo, as diferenças surgem. Enquanto as gerações mais novas passam mais tempo a olhar para o smartphone, à medida que a idade aumenta, o smartphone vai sendo substituído pela televisão. O computador é relevante para todas as gerações em idade ativa (até aos 64 anos).
Os portugueses passam cerca de três horas por dia a interagir com o seu smartphone (2,9 é a média). A utilização do smartphone decresce à medida que avança a idade. Desta forma, a Geração Z (menores de 21 anos) passa, em média, 3,8 horas a olhar para o ecrã do smartphone, praticamente o mesmo que os Millennials (3,7 horas). Um pouco mais abaixo, a Geração X (35-49 anos) passa, em média, 3,1 horas a olhar para o ecrã do telemóvel, mas a maior diferença está mesmo no grupo dos seniores, a partir dos 64 anos, o único cuja média fica abaixo das duas horas por dia: 1,8 horas em média.
Comparado com o período pré pandemia, no contexto atual, acentuado pelos confinamentos, aumenta o número de portugueses que utilizam o smartphone, pelo menos, uma vez por dia para enviar e ler mensagens (79 para 86%), para se informarem sobre a atualidade (67 para 81) e para aceder às redes sociais (72 para 81).
Entretenimento
O isolamento também reforça a necessidade de entretenimento: aumenta também o número de portugueses que usa o smartphone para ouvir música (69 para 76%) e assistir filmes ou séries (de 44 para 66%)
Curiosamente, a pandemia não parece ter alterado o uso de algumas funcionalidades, como a utilização do smartphone para conhecer pessoas (estável nos 29%) ou para jogar jogos de vídeo (ligeiro aumento de 47 para 51%).
Segundo o estudo, a pandemia aumentou a utilização do smartphone para realizar vídeochamadas, chamadas telefónicas, consultar informação sobre a Covid-19, enviar mensagens ou ir às redes sociais. Assim, 63% afirma usar mais o smartphone para realizar vídeochamadas com familiares e amigos e 61% reconhece fazer agora mais chamadas que antes.
43% dos portugueses sente que é mais difícil passar sem o smartphone agora do que no período pré-pandemia, porque ajuda a manter o contacto com pessoas com quem não podem estar (78%) e acaba por fazer companhia /ajudar a distrair (53%).