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“As dificuldades obrigaram-nos a uma resposta rápida às novas necessidades, a antecipar questões, a concentrar-nos na inovação e a converter dificuldades em oportunidades”

Francisco Pinto, Vans & Trucks Director da Europcar, testemunha como a empresa de aluguer de viaturas se adaptou à pandemia. Com as quebras nas áreas de negócio que lhe eram mais tradicionais, como o turismo, a restauração e os eventos, a “rent a car” reinventou o seu negócio, através da aposta em novas soluções de aluguer de veículos, como as mais direcionadas ao segmento das entregas, beneficiando do crescimento verificado ao nível do comércio eletrónico, e também da adoção de novos procedimentos, quer a nível operacional, quer no atendimento ao cliente.  

 

GC – Como é que a Europcar se adaptou à pandemia e reagiu perante as suas consequências da redução abrupta do turismo e da circulação interna?

Francisco Pinto – Com a situação pandémica, sofremos quebras em áreas mais tradicionais, como o turismo, a restauração e os eventos. O encerramento das escolas também teve um impacto negativo na atividade das vans. No entanto, e por outro lado, desenvolvemos mais negócio através dos veículos de transporte para distribuição das vendas online e também para a construção/reconstrução, o que, no seu conjunto, acabou ter um impacto positivo.

Durante este período atípico, fomos obrigados a elevar o nosso nível de criatividade, tanto a nível interno, com a adoção de novos procedimentos de trabalho, como a nível operacional, através da forma como atendemos os nossos clientes. Conseguimos manter toda a operação sem nunca parar serviços. Os colaboradores do call center, apoio ao cliente e da sede estiveram sempre disponíveis para responder a todas as questões e necessidades dos nossos clientes.

Desde o alerta da Organização Mundial de Saúde, em março de 2020, que a segurança dos nossos colaboradores e clientes é a nossa primeira preocupação. A atribuição do selo Clean & Safe permitiu-nos garantir um processo de aluguer totalmente seguro para os dois lados do balcão, o nosso e o dos nossos clientes. Desde o início da pandemia que os nossos veículos são cuidadosamente inspecionados, desinfetados e higienizados entre cada aluguer e os balcões de atendimento também, dando, assim, prioridade à segurança.

Num ano atípico e muito desafiante, conseguimos reinventar o nosso negócio, desenvolvendo soluções adaptadas às novas circunstâncias. Hoje, é claro que as preferências dos nossos clientes estão a alterar-se, há novas preocupações com o contacto físico e, por isso, tudo o que tem a ver com o digital, com serviços que impliquem o mínimo contacto possível, é já uma necessidade. As dificuldades obrigaram-nos a uma resposta rápida às novas necessidades, a antecipar questões, a concentrar-nos na inovação e a converter dificuldades em oportunidades.

“Com a situação pandémica, sofremos quebras em áreas mais tradicionais, como o turismo, a restauração e os eventos. O encerramento das escolas também teve um impacto negativo na atividade das vans. No entanto, e por outro lado, desenvolvemos mais negócio através dos veículos de transporte para distribuição das vendas online e também para a construção/reconstrução, o que, no seu conjunto, acabou ter um impacto positivo”

GC – Que novos serviços apresentaram ao mercado? A pandemia propiciou o lançamento dos mesmos ou estavam previstos no plano de negócio?

FP – Reforçámos a aposta em alguns serviços e produtos, como a nossa frota de carrinhas comerciais, para fazer face à procura de veículos para transporte/distribuição de bens essenciais e de outros serviços adquiridos online. 

Para além das carrinhas, que permitem alargar o espetro de opções de transporte para os clientes, também aumentámos a nossa oferta de aluguer de motas, que registaram grande procura, através da introdução de modelos BMW e abertura de uma estação dedicada ao aluguer de duas rodas (aluguer de motas, scooters e bicicletas), em Lisboa, na Rua Castilho, 201A. As opções de transporte individual são escolhas seguras, uma vez que se evita o contacto próximo com outras pessoas. 

Apostámos também, e mais do que nunca, nas Long Term Solutions, porque vivemos tempos instáveis e as necessidades dos nossos clientes alteram-se de dia para dia. Esta solução permite alugar uma viatura na Europcar de um mês a dois anos. A alternativa não só é económica como também flexível. Indicada para todos os clientes que precisam de uma viatura de passageiros ou comercial a longo prazo, mas não se querem comprometer durante anos, o valor é fixo, a manutenção, pneus, seguros, IUC e a assistência estão incluídos, para ajudar a planear melhor as despesas.

Em relação a soluções inovadoras e novas ferramentas, o Europcar Mobility Group está a finalizar detalhes para lançar, este ano, um serviço que irá permitir o cliente levantar o carro sem ter de passar pelo balcão.

GC – O que é que estes novos serviços vieram aportar à Europcar?

FP – Com a quebra no segmento de lazer, reforçámos os serviços “corporate” que, neste momento, se apresentam como soluções bastante interessantes e de apoio às empresas. Tivemos a capacidade e agilidade de, rapidamente, nos focarmos nas respostas essenciais à continuidade dos negócios dos nossos clientes. Para conseguirmos dar essa resposta, adaptámos a nossa frota às novas realidades. Aumentámos a nossa resposta no segmento do frio e foi uma aposta ganha, uma vez que a procura aumentou. Neste produto, introduzimos ainda um modelo novo de menor volumetria, adaptado à distribuição “local”, com maior manobrabilidade e com as características técnicas dos grandes. Esta grande flexibilidade de serviço criou uma boa penetração no sector da substituição.

“Para conseguirmos dar essa resposta, adaptámos a nossa frota às novas realidades. Aumentámos a nossa resposta no segmento do frio e foi uma aposta ganha, uma vez que a procura aumentou. Neste produto, introduzimos ainda um modelo novo de menor volumetria, adaptado à distribuição “local”, com maior manobrabilidade e com as características técnicas dos grandes. Esta grande flexibilidade de serviço criou uma boa penetração no sector da substituição”

GC – Muitos operadores ainda insistem em ter a sua frota própria de veículos, para entregas diversas, sejam com temperaturas positivas ou negativas. Quais são os benefícios de ter frotas externas, em qualquer uma das modalidades hoje ao dispor do mercado?

FP – Os principais benefícios destes serviços dizem respeito à redução de custos e à flexibilidade na frota, podendo as empresas adaptá-la com rapidez e facilidade às necessidades e solicitações do mercado.

A frota própria traz às empresas despesas nem sempre previsíveis, como, por exemplo, com a manutenção, algo que, juntamente com seguros, IUC e a assistência, está incluído num aluguer. Nesta fase de incerteza, é fundamental disponibilizar mecanismos que permitam às empresas adaptarem-se às regras que vão sendo alteradas de acordo com a situação pandémica. Diria, assim, que, para além dos custos serem menores, a flexibilidade é a grande mais-valia do aluguer de viaturas.

GC – Como é que operadores especializados, como a Europcar, podem ajudar à redução de custos das frotas automóveis?

FP – A nossa ajuda centra-se, essencialmente, na disponibilização de soluções que respondam às verdadeiras necessidades das empresas. Isto é, o Europcar Mobility Group desenvolveu serviços e produtos que permitem às empresas continuar os seus negócios sem incorrer em custos extravagantes com veículos próprios. Os nossos produtos são, atualmente, muito variados. Disponibilizamos desde motas para viagens individuais em segurança, passando por carrinhas comerciais para entregas e carrinhas frigorificas essenciais para entrega de bens perecíveis.

 

GC -O espetro da oferta das “rent-a-car “é hoje mais lato face a um passado recente. A oferta tipo de veículos mudou com a pandemia? Quer em tipologia, quer em termos de categoria de peso/função?

FP – Sem dúvida. A Europcar tem a maior frota do mercado das “rent-a-car”, somos líderes em Portugal. Já antes da pandemia disponibilizávamos veículos de transporte em frio e comerciais de vários pesos e com diferentes funções. Com a pandemia, reforçámos a aposta nestes veículos e em soluções flexíveis que permitam às empresas faze uma gestão diária das suas necessidades.

 

GC – A Europcar vai apresentar novos serviços ao mercado? 

FP – Recentemente, Portugal foi escolhido para conduzir testes-piloto na área do digital para o Europcar Mobility Group. Alguns desses testes têm a ver com a conexão da frota, os Connected Cars, que serão uma forma de implementar novos serviços e ofertas, no sentido de dar acesso direto ao carro, sem qualquer interação física. Com esta solução, os clientes podem fazer a reserva no site e receber um e-ticket, depois, no smartphone ou numa máquina onde se registam, recebem a chave ou um código de acesso direto à viatura estacionada. Estamos a implementar esta experiência nas nossas marcas, nomeadamente, na Goldcar, que já tem esta oferta a funcionar. Nos aeroportos já temos uns dispensadores denominados Key&Go, onde os clientes se dirigem, levantam as chaves e seguem para a viatura, sem interação humana. Este serviço vai ser estendido também à Europcar e contamos, ainda, ter estações virtuais, ou seja, estações abertas 24 horas e sete dias por semana, para levantamento e entrega das viaturas.

“Portugal foi escolhido para conduzir testes-piloto na área do digital para o Europcar Mobility Group. Alguns desses testes têm a ver com a conexão da frota, os Connected Cars, que serão uma forma de implementar novos serviços e ofertas, no sentido de dar acesso direto ao carro, sem qualquer interação física. Com esta solução, os clientes podem fazer a reserva no site e receber um e-ticket, depois, no smartphone ou numa máquina onde se registam, recebem a chave ou um código de acesso direto à viatura estacionada”

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