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Agricultura precisa de maior proatividade e inovação para liderar

Depois de conhecido o documento de orientação para o futuro da PAC 2020, que refere a tecnologia como uma das prioridades para a agricultura, a MBIA realizou a III MBIA Talk dedicada ao tema “Como pode o conhecimento levar inovação ao terreno agrícola”.

Com presença no Altis Belém Hotel, esta terceira edição organizada pela  MBIA – McDonald’s Business Initiative for Agriculture, que contou com a presença da secretária de Estado da Indústria, Ana Lehmann, permitiu refletir e concluir que a inovação na agricultura se evidencia como um exigente desafio que necessita de um cruzar dos aspetos tradicionais com os tempos atuais.

A preceder o debate de discussão de ideias sobre o sector agrícola, três empreendedores apresentaram a sua empresa/produto a investidores e à plateia, partilhando as suas experiências de negócio, melhores práticas, mas também as exigências de mercado. A inovação só é, na maioria das vezes, possível quando empresas e academias estão de mãos dadas e transformam o conhecimento em produtos vendáveis, que vão ao encontro das expetativas do consumidor. Um exemplo disso é o projeto River Rice Sugar que adapta técnicas ancestrais japonesas à produção de leguminosas tradicionais portuguesas. “Um processo que acaba por criar produtos novos e valor às cadeias que poderão ter ficado saturados ao longo do tempo”, explica Anabela Raymundo, docente do Instituto Superior de Agronomia e representante do projeto River Rice Sugar.

Isabel Caetano, administradora da Agência Nacional de Inovação, partilha a mesma ideia e aponta como prioridade para o sector agrícola/agroalimentar “a necessidade de gerar mais oportunidade de inovação”. No debate, moderado por Eduardo Diniz, diretor geral do gabinete de planeamento e políticas (GPP) do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Isabel Caetano defendeu a urgência de criar novas formas colaborativas, recordando que “a comunidade científica é global e pode identificar oportunidades não apenas nacionais”. Para além desta ligação, evidencia ainda a necessidade de serem aproveitadas as fontes de financiamento, que acabam por possibilitar uma relação de diálogo e de aproximação entre a academia, que utiliza cada vez mais uma linguagem não fechada, e empresas.

Uma relação que no caso da Nuvifruits, empresa do Grupo Luís Vicente, que tem o seu “core” na fruta fresca cortada (fruta de 4.ª gama) e snacks desidratados, é já uma realidade. Um negócio que exige inovação, por exemplo, ao nível da validade e, sobretudo, da gestão de resíduos. “A gestão dos resíduos, o combate ao desperdício, é um dos maiores desafios do grupo, e que está a ser trabalhado em conjunto com universidades”, evidencia David Mota, diretor geral. Defensor da ideia de que se devem abrir as portas à inovação, David Mota salienta a necessidade urgente de compreender e estudar o mercado, o produto e o consumidor evitando eventuais entraves colocados pelo mercado.

Para João Coimbra, agricultor, “a inovação é uma necessidade para sobreviver nos mercados” e “um meio para atingir uma agricultura mais sustentável, sobretudo ao nível económico e ambiental”. Por isso, sublinha, “a inovação passa por aumentar rentabilidade, produzir mais com menos e garantir qualidade e acessibilidade aos alimentos. Isto sem esquecer que atualmente é possível trocar informação com todo o mundo”. Se a estes ingredientes juntarmos o modelo de cooperativa, é possível atingir uma fórmula mais robusta de trabalho, “com ferramentas para enfrentar os mercados de forma mais sustentável, mais inovadora e menos conservadora”, recorda.

Para o futuro, João Coimbra defende “cadernos de encargos com preocupações de carbono reduzidas, comércio local e produção nacional, a par de uma maior proativo para liderar e não apenas seguir tendências”.

Para a McDonald’s, a III MBIA Talk sublinha o compromisso na promoção e desenvolvimento do sector agrícola em Portugal. “Um compromisso assumido aquando do lançamento da MBIA – McDonald’s Business Initiative for Agriculture e que se traduz num conjunto de ações concretizadas sempre com o apoio do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e dos nossos parceiros fundadores: AICEP, ANJE, CAP e COTEC”, refere André Santos, gestor da qualidade da McDonald’s Portugal.

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