Pedro Coelho, administrador do Grupo Jerónimo Martins na Colômbia, foi detido na semana passada pelas autoridades daquele país por suspeita de corrupção. O gestor terá sido denunciado pelo próprio grupo.
As autoridades acreditam que Pedro Coelho pedia pagamentos entre 50 milhões a 80 milhões de pesos colombianos, o equivalente a 14 mil a 22 mil euros, para validar contratos relacionados com a construção de novas lojas. A imprensa colombiana avança ainda que as autoridades suspeitam de que terá pedido a uma dessas empresas que, para além do pagamento, atribuísse um emprego fictício à sua esposa, que passaria a receber um ordenado sem precisar de trabalhar. Também são feitas referências a obras na residência do gestor português. “Num marco na luta contra a corrupção privada, a Fiscalía General, com o apoio do grupo Gaula da Polícia Nacional, realizou a captura do senhor Pedro Jorge Marques Silvestres Dacosta Coelho, que é diretor de operações da empresa ARA a nível mundial, registada na Colômbia como Jerónimo Martins SAS. O cidadão português é suspeito de pedir dádivas a alguns contratistas que oscilavam entre os 50 e 80 milhões de pesos, em troca de adjudicar contratos de construção de lojas na Colômbia“, diz o comunicado do organismo equivalente ao Ministério Público português.
O site Portafolio divulgou um comunicado da Jerónimo Martins, onde avança que, graças aos sistemas de controlo interno, detetou e denunciou Pedro Coelho às autoridades. “Graças à atuação conjunta com as autoridades colombianas, foi possível avançar com o início do processo que envolve um dos seus executivos na Colômbia, pessoa que foi detetada e que será processada num processo de denúncia instaurado pela nossa empresa”. A Jerónimo Martins diz ainda que “a atuação do acusado, que foi removido do seu cargo, é incompatível com a maneira de ser e de agir da companhia” e que “agradece a intervenção das autoridades e confia plenamente na sua capacidade de julgar, como é devido, os atos que sejam objeto da referida denúncia“.