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“A evolução tecnológica continua a moldar o panorama da gestão de força de trabalho para os retalhistas”

Entrevista a José Pedro Fernandes, vice-presidente da SISQUAL

Um dos principais desafios e tendências para os retalhistas, este ano, é abraçar a transformação digital e a automação, que exigem uma formação adequada na utilização de novas ferramentas digitais. A inteligência artificial pode ajudar a otimizar as operações e a tomada de decisões, mas também exige novas competências e formação para os colaboradores. Assim o afirma José Pedro Fernandes, vice-presidente da SISQUAL, numa entrevista à Grande Consumo. Outro fator-chave para melhorar a produtividade, a motivação e a retenção no sector retalhista é a implementação de software especializado de gestão da força de trabalho (WFM) e o responsável explica de que forma é que a SISQUAL WFM ajuda os seus clientes a otimizar os processos de planeamento, alocação e monitorização dos recursos humanos.

 

Grande Consumo – Quais são os principais desafios que os retalhistas vão enfrentar na gestão das suas forças de trabalho em 2024?

José Pedro Fernandes – A transformação digital e a automatização são dos principais desafios e tendências, para este ano, para os retalhistas, sendo essencial providenciar formação adequada para a utilização de novas ferramentas digitais. A adoção de inteligência artificial para otimização de operações e tomada de decisões pode levar a novas competências e formação para a equipa.

A gestão de uma força de trabalho diversificada requer especial atenção à inclusão, necessitando de formação sensível à diversidade e do fomento de um ambiente de trabalho equitativo, algo que apenas pode ser conseguido com as ferramentas certas.

Além disso, a escassez de mão-de-obra qualificada pode representar um desafio e as empresas devem apostar na retenção dos seus colaboradores, apostando em oferecer-lhes uma melhor qualidade de vida. Mudanças nas expectativas dos trabalhadores em relação a benefícios, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e flexibilidade no local de trabalho impactam esta dinâmica.

Por fim, a implementação de uma estratégia omnicanal torna-se crucial, à medida que os consumidores procuram experiências de compra integradas em diversos canais, exigindo uma gestão eficaz para oferecer um serviço consistente em todos os pontos de contacto.

 

GC – Como é que a tecnologia pode ajudar a melhorar a produtividade, a motivação e a retenção dos colaboradores no sector do retalho?

JPF – A implementação da tecnologia, especificamente através do uso de software especializado em gestão de força de trabalho (WFM), desempenha um papel fundamental na otimização da produtividade, motivação e retenção de colaboradores no sector do retalho. Ao proporcionar uma visão estratégica e detalhada das necessidades de mão-de-obra da empresa, o WFM influencia positivamente esses três elementos-chave, desempenhando um papel crucial, especialmente em sectores críticos, como o aumento das vendas no retalho.

Através da consideração cuidadosa de fatores como carga de trabalho e competências individuais de cada membro da equipa, o WFM assegura uma distribuição equitativa e eficiente das responsabilidades. Esta ferramenta não só promove transparência nas operações, mas também aprimora a colaboração entre os membros da equipa, oferecendo acesso a informações relevantes, como horários ajustáveis para melhor se adaptarem às suas vidas pessoais, benefícios e desempenho. Essa abordagem não apenas fortalece a sensação de pertença, mas também cultiva uma cultura de trabalho colaborativa, orientada para resultados.

 

José Pedro Fernandes, vice-presidente da Sisqual
José Pedro Fernandes, vice-presidente da SISQUAL

GC – De que forma é que os funcionários assumem um papel cada vez mais fulcral dentro
das empresas?

JPF – À medida que a tecnologia avança, a importância dos funcionários assume uma posição central nas empresas. A evolução do conhecimento torna-se imperativa, resultando em investimentos substanciais em capacitação e formação. Esta dinâmica implica uma curva de aprendizagem crescente, uma vez que as exigências de habilidades e conhecimento aumentam.

Neste contexto, observa-se uma tendência clara: o custo associado à substituição de um colaborador tende a aumentar significativamente. Isso se deve ao facto de que os funcionários acumulam conhecimento específico sobre produtos, valores da empresa e competências essenciais para executar com eficácia as tarefas relacionadas a cada atividade. Esta “expertise” adquirida ao longo do tempo não apenas contribui para a eficiência operacional, mas também cria uma barreira para a substituição fácil, valorizando assim o papel crucial que os funcionários desempenham no seio das organizações.

Os funcionários acumulam conhecimento específico sobre produtos, valores da empresa e competências essenciais para executar com eficácia as tarefas relacionadas a cada atividade. Esta “expertise” adquirida ao longo do tempo não apenas contribui para a eficiência operacional, mas também cria uma barreira para a substituição fácil, valorizando assim o papel crucial que os funcionários desempenham no seio das organizações”

 

GC – Como é que a SISQUAL WFM ajuda os seus clientes a otimizar os processos de planeamento, alocação e monitorização dos recursos humanos?

JPF – A SISQUAL WFM desempenha um papel crucial na otimização dos processos de planeamento, alocação e monitorização dos recursos humanos. Inicialmente, reconhecemos o desafio enfrentado pelos departamentos de recursos humanos, caracterizado por uma carga administrativa significativa, passível de automação. Para implementar essa automação, realizamos uma análise detalhada dos requisitos e dos processos atuais da empresa, com o suporte de uma equipa especializada em boas práticas.

A descentralização das decisões de horários é um destaque do WFM, permitindo que os responsáveis pela equipa lidem diretamente com dados como horários, equipa e horas extras. Além disso, a ferramenta conta com alertas para garantir o cumprimento das regras da empresa, sindicais, leis e convenções, mantendo a conformidade organizacional. Essa abordagem transformadora coloca o poder de gestão nas mãos dos líderes de equipa, que possuem um entendimento profundo das necessidades do chão de loja, promovendo uma atuação mais dinâmica.

Ao considerar a carga de trabalho e as competências individuais, a SISQUAL WFM assegura uma distribuição equitativa das tarefas, conferindo uma vantagem competitiva pela capacidade de prever a demanda futura e ajustar os recursos de acordo. Além da otimização de horários, a solução simplifica a integração com sistemas de processamento de salários, automatizando o cálculo preciso das rubricas em tempo real. Essa automação não apenas economiza tempo, mas também reduz erros, promovendo confiança entre colaboradores e a empresa. Independentemente do tamanho ou sector, a personalização do WFM atende às necessidades específicas de cada organização, contribuindo para a eficiência operacional em empresas locais ou multinacionais com necessidades de trabalho por turnos.

 

GC – Que benefícios traz o uso de soluções de Workforce Management para os retalhistas em particular?

JPF – Além de uma maior produtividade, eficiência e retenção de talento, as soluções de WFM impactam positivamente o ROI de uma empresa, que pode variar de 5:1 a 10:1. Isto significa que, por cada euro investido numa solução de WFM, os retalhistas podem esperar lucros entre cinco e 10 euros por mês. Um investimento que se traduz claramente num impacto financeiro positivo.

 

GC – Como é que a SISQUAL WFM se adapta às diferentes necessidades e especificidades de cada sector e cliente?

JPF – Temos uma equipa de implementação especializada, tanto nos processos fulcrais de recursos humanos e na gestão da mudança para a evolução do Workforce Management, quanto em verticais específicas. Além disso, temos uma ferramenta com muita flexibilidade em configurações de regras, o que se torna adaptável a diversos cenários. E se, mesmo assim, for necessário algum ajuste para adaptação a alguma regra cultural de um cliente, por exemplo, temos uma equipa com mais de 25 anos de experiência no desenvolvimento específico para que o cliente tenha a solução nas suas mãos.

 

GC – Que vantagens competitivas tem a SISQUAL WFM em relação aos seus concorrentes no mercado de Workforce Management?

JPF – A SISQUAL WFM possui vantagens competitivas distintas no mercado de Workforce Management. A nossa ferramenta destaca-se pela fácil adaptação a diferentes verticais, regras e países, respaldada por um know-how de mais de 30 anos. Como pioneiros neste conceito, a nossa abordagem latina e a experiência em lidar com complexidades da legislação laboral reforçam a nossa reputação como os melhores do mundo nas geografias em que atuamos.

 

GC – Que conselhos daria aos retalhistas que querem implementar ou melhorar as suas práticas de gestão de força de trabalho em 2024?

JPF – Para os retalhistas que buscam implementar ou aprimorar as práticas de gestão de força de trabalho em 2024, ressaltamos a necessidade de lidar com a alta rotatividade no sector. As razões para o elevado “turnover” frequentemente estão associadas às novas gerações, turnos desafiadores e salários baixos. A implementação de uma ferramenta de Workforce Management é fundamental para enfrentar esse desafio, promovendo o aumento das vendas, a melhoria da qualidade de vida e a redução dos custos laborais.

Atualmente, retalhistas que não adotam uma gestão eficaz de horários, alinhada às expectativas de tráfego nas lojas, e que não proporcionam voz aos colaboradores nas decisões sobre seus horários correm o risco de ficar para trás. É precisamente nesse cenário desafiador que atuamos diretamente, oferecendo soluções de “forecasting”, dimensionamento e um portal de comunicação entre colaboradores. Essas ferramentas facilitam a humanização das escalas de trabalho, tornando-se essenciais para o sucesso e competitividade no atual panorama do retalho.

 

GC – Como podem as empresas otimizar a organização dos turnos de trabalho, tendo em conta os fatores que influenciam a satisfação e a qualidade de vida dos colaboradores, tais como a conciliação entre vida pessoal e profissional, a mobilidade, o horário?

JPF – As ferramentas de WFM já o permitem. Através das mesmas, todos os colaboradores podem ter acesso aos seus horários e conseguem ajustá-los de forma a poderem gerir melhor as suas vidas pessoais, alterando dias de descanso ou turnos. Isto resulta, naturalmente, numa equipa mais feliz, com melhor qualidade de vida e mais fidelizada à empresa.

 

GC – Que tendências tecnológicas podem esperar os retalhistas em 2024, no que diz respeito à gestão das forças de trabalho?

JPF – Em 2024, a evolução tecnológica continua a moldar o panorama da gestão de força de trabalho para os retalhistas, com a interseção crucial entre tecnologia, liderança e comunicação. Simplificar as tarefas dos colaboradores não apenas os valoriza, mas também prepara as empresas para operar com equipas focadas no sucesso mútuo. Uma tendência significativa é a crescente integração de tecnologias no ambiente laboral, proporcionando ‘insights’ valiosos sobre locais de trabalho e equipas, impulsionando a eficiência operacional.

Neste cenário, a importância de aprimorar ferramentas de “forecasting” com algoritmos preditivos inteligentes, impulsionados pela evolução do “machine learning” e da inteligência artificial (IA), torna-se evidente. A SISQUAL lançou, em 2023, o RH 4.0, em parceria com a Universidade de Aveiro e financiado pela União Europeia e pelo Portugal 2020, apresentando um conjunto de algoritmos que auxiliam os retalhistas na previsão precisa de tráfego e dimensionamento correto de equipas e recursos diversos.

A IA emerge como uma aliada fundamental, não para substituir, mas para aprimorar as capacidades humanas, otimizando tarefas como alocação de turnos e conformidade legal. Esse avanço impacta positivamente o dia-a-dia dos colaboradores, proporcionando-lhes a qualidade de vida desejada. Outras tendências notáveis incluem os chamados Open Shifts, a adoção de métodos mais flexíveis na gestão de turnos, a capacidade eficiente de alocação de recursos e a gestão descentralizada do desempenho dos colaboradores na construção de escalas de trabalho.

 

Em 2024, a evolução tecnológica continua a moldar o panorama da gestão de força de trabalho para os retalhistas, com a interseção crucial entre tecnologia, liderança e comunicação. Simplificar as tarefas dos colaboradores não apenas os valoriza, mas também prepara as empresas para operar com equipas focadas no sucesso mútuo. Uma tendência significativa é a crescente integração de tecnologias no ambiente laboral, proporcionando ‘insights’ valiosos sobre locais de trabalho e equipas, impulsionando a eficiência operacional”

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