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62% dos portugueses considera difícil fazer face às despesas com alimentação e bens essenciais

Foto Shutterstock

O aumento dos preços dos produtos no sector do grande consumo faz com que 62% dos portugueses considere muito difícil fazer face às despesas com produtos alimentares e bens essenciais, de acordo com um estudo realizado pela Kantar e analisado por aquela consultora de mercado e pela Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca.

A dificuldade em enfrentar estes custos acrescidos é maior ainda no que toca às despesas com combustíveis: 73% dos portugueses tem sérias dificuldades nesta matéria.

O consumo fora de casa também se ressente, uma vez que 67% dos portugueses assume que tem de controlar mais os seus gastos para conseguir gerir o seu orçamento familiar. A frequência de consumo fora de casa é de menos 25%, ou seja, se em 2019 iam quatro vezes por mês ao restaurante, por exemplo, agora vão apenas três. Ainda assim, os custos com o consumo fora de casa aumentaram 13%.

Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca, reconhece que “a inflação está a ter um impacto crescente na carteira das famílias portuguesas, obrigando-as a adaptar-se a uma redução do seu poder de compra e limitando as escolhas que incluem nas suas cestas, com óbvias consequências na sua qualidade de vida”.

 

Otimização da ida às compras

A tendência é também de otimização de cada ida às compras. 43% diz que vai mais vezes ao supermercado à procura de produtos mais baratos. Os números refletem esta procura por descontos: em relação ao início do ano, os portugueses aumentaram em 2,8% a frequência de ida às compras, reduzindo em 5,5% o volume e em 2,3% o gasto em cada ato de compra. Ora, ainda que comprem mais vezes, compram em menor quantidade e gastam menos em cada ida ao supermercado, o que se verifica sobretudo em casais com filhos crescidos ou em lares monoparentais.

O preço médio dos produtos de grande consumo (FMCG), 11% superior ao que era em 2019, ajuda a explicar esta tendência. De facto, entre iguais períodos de 2019 e 2022, as famílias portuguesas aumentaram em 77 euros o valor que gastam em alimentação e 50% desse aumento aconteceu apenas no último ano. O único sector que contraria a tendência do aumento de preços é o da higiene e beleza, onde o preço médio dos produtos caiu 7,2% em relação ao mesmo período em 2019. Os custos para uma cesta básica são, hoje, de mais 10 euros por mês, sendo que se tivessem mantido exatamente a mesma composição da cesta que compravam em 2019, o impacto estimado seria de 189 euros por ano.

 

Novas escolhas

Marta Santos, Sector Diretor da Kantar, refere que “o aumento do preço nesta cesta básica foi ultrapassado com novas escolhas pelo comprador, sendo que 45% do aumento de preços foi ultrapassado por mudança nas escolhas dos compradores. Ou seja, a variação do preço do cabaz sem essas novas escolhas implicaria um aumento de preço de 24% face a 2019, enquanto com os produtos agora comprados a variação real não ultrapassou os 13%”.

Essas novas escolhas passaram, por exemplo, pela opção por menores quantidades (menos 5% de volume por ato de compra), pela compra de menos categorias de produtos (menos duas categorias face a 2021) ou pela opção por produtos de marcas de distribuição. De facto, 62% das categorias perdeu compradores, de 2019 para 2022.

O conceito da cesta básica, vulgo cabaz de compras, tem-se mostrado bastante popular e tem sido aproveitado em campanhas de comunicação focadas em atrair compradores às lojas. Tanto as marcas de fabricante como as marcas de distribuição têm conquistado quota para os retalhistas na cesta básica, sendo que as insígnias que mais ganharam foram o Lidl e a Mercadona.

Pedro Pimentel conclui que esta evolução altista dos preços “não deve enviesar a análise e a estratégia de fornecedores, pois por baixo dos aumentos em valor escondem-se quebras significativas dos volumes vendidos e do valor acrescentado dos produtos efetivamente vendidos” e recordou que “estes agravamentos de preços geram agravamentos da carga fiscal e seria importante que, também por essa via, as famílias portuguesas sentissem uma solidariedade que ajudasse a minorar as dificuldades que estão a atravessar”.

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