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57% das empresas vai ter de se endividar para poder pagar o IVA este mês

A Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) vem apelar ao Governo por um apoio efetivo para as empresas dos sectores do retalho e restauração, depois de anunciado um adiamento do pagamento do IVA em apenas quatro dias, de 25 de fevereiro para 1 de março, não tendo sido anunciada nenhuma outra medida resultante do Conselho de Ministros.

Após três meses com as lojas fechadas, em 2020, a generalidade do comércio de retalho enfrenta agora um período que se teme de cerca de três meses de novo encerramento, até ao final de março. Isto significará que, no espaço de um ano, o comércio terá seis meses de faturação zero, sendo que, nos restantes seis meses, a faturação teve quedas médias de 40%, que foram de 70% no mês de janeiro.

 

Tesourarias sem capacidade

De acordo com um inquérito feito aos seus associados, que representam mais de 3.500 lojas, a AMRR concluiu que, caso o Governo não permita aos sectores que se encontram encerrados o pagamento do IVA a prestações, 31% das empresas do retalho e da restauração não terá condições para o pagar e 57% terá de se endividar para poder liquidar o imposto deste mês.

Para o presidente da AMRR, Miguel Pina Martins, “as tesourarias das empresas estão sem capacidade e sem receitas, sendo impossível pagar impostos, Segurança Social, fornecedores, rendas, parte do lay-off e demais obrigações. Como é que alguém que não recebe ordenado consegue fazer face às suas despesas fixas? Sem receitas é impossível. Os lojistas e restaurantes precisam de apoios reais e efetivos”.

Neste contexto, a AMRR apela por medidas concretas para os sectores obrigados a encerrar. “É absolutamente fundamental que o Governo preveja um plano de pagamentos dos impostos a prestações para os sectores mais afetados, em especial aqueles que se encontram encerrados. As empresas não podem endividar-se para pagar impostos e, sem receitas, parece que o Governo não nos deixa outra solução. Se na primeira vaga o próprio primeiro-ministro afirmou que o país não aguentava um segundo confinamento, sem apoios concretos e efetivos, muitas empresas vão fechar para sempre”.

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