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Lojistas com quebras superiores a 72% nos primeiros quatro meses de 2021

Foto Shutterstock

A Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) divulgou mais dados relativos às quebras de faturação dos seus associados, que representam mais de 3.500 lojas e restaurantes em centros comerciais e em espaços exteriores, e revela quedas superiores a 72% nos primeiros quatro meses do ano. Mesmo com o desconfinamento, o final do mês foi ainda marcado por perdas de 26%.

Infelizmente, não estamos a falar de magia, pelo que ,mesmo com o processo de desconfinamento a avançar, os lojistas e restaurantes de centros comerciais e de espaços de rua estão ainda a lutar contra períodos muito difíceis, com quebras de faturação pesadíssimas”, avisa Miguel Pina Martins, presidente da AMRR. “Através dos nossos associados, podemos agora perceber o peso real do segundo confinamento e o que isso representa nas vendas dos lojistas. Sem apoios efetivos não é possível sobreviver e continuar a contribuir para a economia, para a geração de riqueza e criação de trabalho. Sem apoios vamos no caminho exatamente oposto”.

Segundo o mais recente inquérito da associação, o mês de janeiro foi marcado por perdas de 63% face a igual período de 2019, seguindo dois meses de confinamento com registo de quebras na ordem dos 88%, em fevereiro, e 82%, em março. Em abril, mesmo com o início do desconfinamento, os lojistas e restaurantes continuaram no negativo, com perdas de 54%. Nas semanas de 19 de abril a 2 de maio, os lojistas e restaurantes registaram quebras de 26% .

 

Quebras após reabertura

O mês de abril foi dando um pouco mais de alívio aos nossos associados, mas continuamos todos com enormes quebras, pondo em risco a sobrevivência de inúmeras empresas. Estamos a falar de duas semanas com perdas de 26%. Não podemos fingir que não existiu um segundo confinamento e os lojistas e restaurantes precisam de medidas de apoio concretas, como o prolongamento da moratória de crédito (capital e juros), até março de 2022, o prolongamento da moratória das rendas e um equilíbrio e justa repartição de sacrifícios entre proprietários de centros comerciais e lojistas, com uma solução legislativa que assegure, em 2021, uma taxa de esforço não superior à de 2019. Com estes números, é imprescindível que a Assembleia da República aprove legislação equilibrada, que permita salvar as empresas e os empregos, nomeadamente, e em concreto, com a isenção das rendas nos períodos de encerramento. É impossível pagar rendas de milhares de euros em períodos em que as receitas foram zero”, conclui o presidente da associação.

Recorde-se que a AMRR divulgou, recentemente, os resultados de um outro inquérito feito aos seus associados, sobre os dados de faturação na primeira semana de abertura dos centros comerciais.

Por Bárbara Sousa

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