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5.ª Avenida é a mais cara do mundo para comércio de rua

Chiado ocupa o 27.º lugar

Cushman & Wakefield

A Cushman & Wakefield lançou a 32.ª edição do seu estudo “Main Streets Across the World”, que monitoriza e ordena localizações de retalho nas principais 92 cidades do mundo. Este ano, a 5ª Avenida, em Nova Iorque, é a localização de comércio de rua mais cara do mundo e, no que diz respeito a Portugal, o Chiado, em Lisboa. ocupa a 27.ª posição no ranking global.

De acordo com os últimos dados apresentados pelo relatório. a 5ª Avenida recuperou o primeiro lugar do ranking, após o ter perdido, em 2019, para a Causeway Bay, em Hong Kong. Atualmente, a emblemática avenida é a localização de comércio de rua mais cara do mundo, com uma renda média de 21.076 euros anuais por metro quadrado.

A indexação do dólar de Hong Kong ao dólar americano permitiu a Hong Kong manter a segunda posição no ranking, com a Tsim Sha Tsui a praticar uma renda média de 15.134 euros anuais por metro quadrado, substituindo a Causeway Bay como localização representante do território.

Em terceiro lugar, surge a primeira localização europeia, mais precisamente a Via Montapoleone, em Milão, com uma renda média de 14.547 euros anuais por metro quadrado. É a primeira vez que esta localização fica em primeiro lugar na Europa, ultrapassando a New Bond Street, em Londres, e os Champs Élysées, em Paris.

Global Ranking 2022 Ranking Pré-Covid Localização Cidade Renda
(EUR/m2/ano)
Pré-Covid até presente (moeda local) Y-o-Y (moeda local)
1 2 Upper 5th Avenue (49th to 60th Sts) Nova Iorque €21,076 14% 7%
2 1 Tsim Sha Tsui (main street shops) Hong Kong €15,134 -41% -5%
3 5 Via Montenapoleone Milão €14,547 9% 7%
4 3 New Bond Street Londres €14,346 -11% -7%
5 4 Avenue des Champs Élysées Paris €11,069 -18% -4%
6 6 Ginza Toquio €9,956 0% 5%
7 8 Bahnhofstrasse Zurique €8,927 -3% -1%
8 7 Pitt Street Mall Sydney €7,624 -24% -7%
9 9 Myeongdong Seoul €5,973 -23% -15%
10 10 West Nanjing Road Shanghai €5,225 -14% -14%

Fonte: Cushman & Wakefield

 

Covid-19

“A indústria passou por um dos maiores testes de stress de sempre, nos últimos anos, mas os melhores imóveis para retalho de rua permaneceram robustos. Embora agora enfrentemos novos desafios económicos, o discurso mudou do pessimismo para a evolução omnicanal no sector do retalho”, afirma Robert Travers, Head of EMEA Retail da Cushman & Wakefield. “Muitas marcas estão a apostar numa estratégia de longo prazo, procurando garantir antecipadamente localizações privilegiadas, por forma a se adaptarem às necessidades cada vez mais exigentes dos clientes. Com mais investimentos em experiências de alta qualidade nas lojas e desenvolvimentos nas abordagens omnicanal, estamos confiantes na resiliência do sector, principalmente no segmento de luxo e nas principais cidades globais”.

As rendas nos principais destinos globais de retalho caíram 13%, em média, no pico da pandemia de Covid-19, mas posteriormente recuperaram para apenas 6% abaixo dos níveis pré-pandémicos. O crescimento global das rendas, no ano passado, foi, em média, de 2%, mas este indicador variou consideravelmente ao longo do ano.

A APAC (Ásia / Pacífico) foi a região mais impactada durante o período da pandemia e as rendas caíram, em média, 17%, principalmente devido ao encerramento de fronteiras, afetando dessa forma os principais destinos turísticos internacionais. Na região EMEA (Europa, Africa e Médio Oriente), as rendas caíram, em média, 11%, enquanto nas Américas, a queda foi de apenas 7%, em parte graças às políticas fiscais de apoio e aos padrões de migração doméstica, que fizeram aumentar o poder de compra.

Desde o ponto mais negro da pandemia, as rendas no mercado de retalho global recuperaram aproximadamente 50% das suas perdas. Grande parte desta melhoria ocorreu ao longo de 2021 e no início de 2022, sendo que o medo de uma recessão económica global, enfatizada nos últimos seis meses, tem tido novo impacto negativo no sector.

 

Alterações nas rendas por região 

Pré-pandemia vs. pico da pandemia Pico da pandemia vs. presente Pré-pandemia vs. presente
APAC -17% 7% -12%
Américas -7% 23% 15%
EMEA -11% 4% -8%
Mundo -13% 8% -6%

Fonte: Cushman & Wakefield

 

Holofotes virados para a região EMEA

No pico da pandemia, as rendas na região EMEA caíram, em média, 11%, embora tenham variado consideravelmente de país para país, maioritariamente ancoradas às diferentes políticas de confinamento aplicadas. Irlanda, Reino Unido, Espanha e França sofreram impactos significativos, com as rendas a caírem, em média, até 28%.  Em sentido inverso, as variações foram mínimas em países da Europa de Leste, como a Eslováquia e a Eslovénia.

As rendas prime recuperaram e estão, atualmente, apenas 8% abaixo dos níveis pré-pandémicos. No início de 2022, a região da União Europeia registou um aumento no volume de vendas a retalho na ordem de 4,1%, quando comparado com valores pré-pandemia. No entanto, a recuperação foi e continuará a ser desafiada pela inflação, impactando a procura por parte dos consumidores e retalhistas.

Apesar das perspetivas económicas de curto prazo serem desafiantes, a Cushman & Wakefield registou uma onda de novas aberturas por estreantes no mercado de rua. Nos últimos 18 meses, 75% das operações de retalho representadas pela Cushman & Wakefield na região EMEA foram novos arrendamentos, enaltecendo o valor que os retalhistas atribuem à presença física.

 

Portugal

Em Portugal, a localização mais cara é o Chiado, em Lisboa, que subiu duas posições no ranking face a 2019, ocupando agora o 27.º lugar a nível mundial. A renda prime na Rua Garret, eixo de referência no Chiado, tem vindo a registar uma valorização muito significativa desde 2013, ano em que o comércio de rua em Portugal começou a denotar um forte crescimento, situando-se, atualmente, nos 1.426 euros anuais por metro quadrado, valor cinco vezes superior ao registado há 30 anos na zona mais cara de Lisboa.

“O retalho é, sem dúvida, um dos mais dinâmicos sectores do imobiliário. Diretamente impactado pelos bons e maus acontecimentos, tem vindo a responder com grande perspicácia aos desafios mais insólitos que o mundo tem vindo a assistir, capaz de se reinventar e adaptar constantemente. A prova disso está na continuada estratégia de expansão que as marcas têm vindo a adotar, contrariando afirmações de que o retalho físico tende a assumir um papel redutor no futuro”, afirma Sandra Campos, diretora do Departamento de Retalho da Cushman & Wakefield Portugal. “As rendas, por seu lado, acompanham este movimento e Lisboa ocupa agora o 27.º lugar no ranking das capitais mais caras do mundo. Em cerca de 30 anos, o Chiado quintuplicou o seu valor e a Avenida da Liberdade, artéria de luxo da cidade, acompanha esta trajetória e regista uma procura sem precedentes. Para o comércio de rua, o futuro é empolgante, com as novas tecnologias a abrirem caminho para uma experiência online mais imersiva, os novos comportamentos do consumidor a impulsionarem a inovação de produtos e modelos de negócios e as lojas a assumirem cada vez mais um papel experiencial”.

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