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15 chaves que vão definir o comércio em 2030

Em 2030, o retalho será lazer. As fronteiras entre ambos ter-se-ão esbatido, já que irão dominar experiências de compra únicas e personalizadas para consumidores cada vez mais conectados.

A conclusão é da CBRE que se debruçou sobre o futuro do comércio e identificou 15 chaves que o irão definir em 2030. A consultora explica que as várias mudanças tecnológicas e sociais estão a provocar uma grande transformação da sociedade e a gerar novos hábitos de consumo, pelo que o ato de ir às compras no futuro será muito distinto do de hoje.

O acesso aos bens vai predominar sobre a sua posse. As cidades tornar-se-ão mais pedonais, reduzindo a prioridade dos veículos. A criação de jardins e praças e de ambientes mais acolhedores serão princípios a ter em conta.

A cadeia de abastecimento irá adaptar-se aos prazos de entrega cada vez mais curtos. As mudanças na procura e as possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias vão fazer com que vários processos de produção regressem aos países de origem. Além disso, irá crescer a produção através da impressão 3D e 4D, o que impulsionará a produção local e os armazéns invisíveis. 

Paralelamente, os clientes forçarão os retalhistas a caminhar ainda mais no sentido da omnicanalidade. A norma será comprar o que se quiser, como e quando se quiser, o que irá gerar uma interação mais intensa entre a logística e o retalho. Neste ambiente, a loja física continuará a desempenhar um papel importante na comunicação da marca e no envolvimento com o cliente. Também os chamados “pure players” tornar-se-ão omnicanais, acrescentado lojas físicas ao seu canal online. A sua capacidade para analisar dados ajudará a melhorar as vendas nas lojas físicas.

Os centros comerciais serão comunidades de uso misto e incluirão todos os elementos para a vida quotidiana, misturando escritórios, retalho e áreas residenciais. A sua oferta deixará de estar limitada ao retalho e ao lazer, porque passarão a incluir novos serviços, como ofertas educativas, espaços de co-working, zonas de recolha das encomendas feitas online e serviços de saúde. 

O centro das cidades também se tornará mais atrativo, com mais zonas pedonais e com mais dinâmica ao nível dos seus mercados e de atividades como os festivais urbanos. Também na oferta comercial dos centros urbanos o fator lazer ganhará expressão. 

Devido às vendas online e às “flagships”, serão necessárias menos lojas para cobrir um mercado. Em contrapartida, os consumidores serão mais exigentes e quererão experiências mais personalizadas. A tecnologia digital redesenhará as lojas físicas, não só para melhorar a experiência de compra como também para reduzir custos. Estão já em curso testes com robots no mundo do retalho para a automatização de processos e, à medida que o seu custo for reduzindo, a sua implementação será cada vez mais comum. 

Simultaneamente, o Big Data e análise de dados aprofundará o poder de previsão. Os retalhistas centrarão a sua análise no entendimento das emoções dos clientes. É que o retalho concorrerá com o lazer para ganhar vantagens. Estará focado na personalização de produtos para manter a fidelidade dos clientes.

As devoluções serão também simplificadas. Os retalhistas criarão soluções predefinidas, incluindo a definição de datas e locais para o efeito. Os veículos autónomos recolherão os produtos a devolver em casa dos clientes ou em pontos criados para esse efeito. As empresas de logística recorrerão aos dados para serem mais eficazes, o que tornará os processos de entrega e devolução mais eficientes. 

Em 2030, o artesanal e o autêntico serão um novo segmento do comércio. O consumidor está cada vez mais interessado em produtos artesanais e marcas locais e muitos retalhistas e empresas de “private equity” estão a investir em startups especializadas. Devido ao aumento da procura por experiências autênticas, o número de negócios independentes irá aumentar. Além disso, as cadeias de retalho irão desenvolver conceitos e marcas com aparência independente para se posicionarem neste mercado. 

A beleza e a saúde serão sectores com muito impulso. Graças ao fenómeno do Instagram e da vontade de se mostrar continuamente, os negócios da beleza e cirurgia estética, focados na melhoria da imagem, irão crescer fortemente. Adicionalmente, este sector será impulsionado pelo desenvolvimento tecnológico na área da saúde e das possibilidades oferecidas pela realidade aumentada. A crescente preocupação com a saúde e bem-estar fará crescer os serviços de “wellness” e as lojas de alimentação biológica. 

No campo dos combustíveis, as gasolineiras tornar-se-ão em mini hubs logísticos. Os seus serviços serão centrados nos veículos elétricos, pelo que incorporarão mais oferta de comércio e de lazer devido aos tempos de espera dos carregamentos. Devido à sua localização, converter-se-ão também em locais de mini distribuição e incluirão diferentes opções de “click & collect”.

A curadoria será uma expectativa básica. O desejo de expressar a personalidade e individualidade crescerá, pelo que a personalização dos produtos e serviços será necessário para manter a fidelidade dos clientes. A tecnologia irá ajudar a individualizar a oferta. 

Possivelmente, a sociedade já atingiu o pico quanto ao consumo material. No futuro, os orçamentos serão canalizados mais para as experiências do que para a aquisição de bens, o que aumentará o nível de competitividade. Isso fará com que o segmento médio, entre o low cost e o luxo, diminua. O consumidor tenderá a focar as suas compras no curto prazo, com os produtos baratos, ou no longo prazo, com os produtos de qualidade. 

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