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1 em cada 10 mulheres no mundo vive em situação de pobreza extrema

Foto Shutterstock

No Dia Internacional da Mulher, a ONU Mulheres apela ao mundo para que “Invista nas Mulheres, Acelere o Progresso” como a melhor forma de acelerar o crescimento económico e construir sociedades mais prósperas e equitativas. Isto é particularmente urgente quando a guerra e a crise estão a minar as conquistas de décadas de investimentos na igualdade de género.

O número de mulheres e raparigas que vivem em zonas afetadas por conflitos duplicou desde 2017. Atualmente, mais de 614 milhões de mulheres e raparigas vivem nestas zonas, onde têm 7,7 vezes mais probabilidades de viver em situação de pobreza extrema.

As alterações climáticas estão também a acelerar a disparidade em matéria de pobreza. À medida que a competição por recursos escassos se intensifica, os meios de subsistência são ameaçados, as sociedades tornam-se mais polarizadas e as mulheres suportam um fardo cada vez mais pesado. De acordo com a ONU Mulheres, as alterações climáticas deverão deixar mais 236 milhões de mulheres e raparigas com fome até 2030, o dobro dos homens (131 milhões).

Mais de 100 milhões de mulheres e raparigas poderiam ser retiradas da pobreza se os governos dessem prioridade à educação e ao planeamento familiar, a salários justos e equitativos e à expansão dos benefícios sociais. Na idade ativa, apenas 61% das mulheres faz parte da força de trabalho, contra 90% dos homens. Quase 300 milhões de postos de trabalho poderiam ser criados até 2035, através de investimentos em serviços de prestação de cuidados. De igual modo, a eliminação das disparidades de emprego entre homens e mulheres poderia aumentar o Produto Interno Bruto per capita em 20% em todas as regiões.

A realidade atual está longe disso. Os programas dedicados à igualdade entre homens e mulheres representam apenas 4% da ajuda pública ao desenvolvimento. São necessários 360 mil milhões de dólares adicionais por ano nos países em desenvolvimento para alcançar a igualdade de género e a emancipação das mulheres. Trata-se, por exemplo, de menos de um quinto dos 2,2 biliões de dólares gastos globalmente em despesas militares em 2022.

 

Áreas que necessitam de investimento

As áreas que necessitam de investimento são claras e compreendidas, sublinha a ONU Mulheres, que destaca em primeiro lugar um investimento na paz. Além disso, os investimentos necessários incluem leis e políticas que promovam os direitos das mulheres e meninas, a transformação das normas sociais que colocam barreiras à igualdade de género, a garantia do acesso das mulheres à terra, à propriedade, aos cuidados de saúde, à educação e ao trabalho digno e o financiamento de redes de grupos de mulheres a todos os níveis.

A ONU Mulheres apela também aos Estados-Membros na Comissão sobre o Estatuto da Mulher, que terá início em Nova Iorque, a 11 de março, para que apoiem os seus compromissos em matéria de igualdade de género com recursos. “Os líderes mundiais têm esta oportunidade de desenvolver conclusões concretas e progressistas que reflitam a necessidade crucial de financiar a igualdade de género, o empoderamento das mulheres e as organizações de mulheres. Devem aproveitá-la em prol da igualdade, do nosso planeta e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, indica em comunicado.

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