A inflação elevada levou a um declínio nas vendas em unidades nos supermercado nos sextos maiores mercados da Europa – França, Itália, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Holanda –, revelam novos dados da Circana.
De acordo com o último relatório “FMCG Demand Signals”, as vendas em volume caíram 1,1% em termos homólogos (incluindo uma queda de 1,4% no quarto trimestre de 2022) e provavelmente não voltarão a níveis positivos até ao final de 2023.
Aumento em valor
Em valor, as vendas aumentaram 5,8% em 2022, adicionando 33 mil milhões de euros, mas esse crescimento foi impulsionado pela inflação. Só no quarto trimestre do ano, o aumento foi de 10,1%, como resultado direto da inflação recorde.
“Este declínio nas vendas unitárias é a indicação mais clara até agora de que a procura está a arrastar-se nos maiores mercados europeus de FMCG”, comenta Ananda Roy, vice-presidente sénior global de Strategic Growth Insights da Circana. “Prevemos que a procura em volume diminua acentuadamente nos alimentos essenciais, onde a inflação continua a ser mais intensa”.
Prosumer
O estudo, que inclui a análise de 230 categorias de FMCG e mais de dois mil segmentos de produtos, num total de mais de 10 milhões de SKUs em geral, destaca o surgimento do “prosumer”, um consumidor mais atento aos preços, experiente e que procura adaptar o que compra e como consome.
“O que agora se está a tornar uma ‘crise de padrão de vida’ está a exigir que os compradores mudem a forma como experimentam, compram e usam produtos do dia-a-dia”, acrescenta Ananda Roy. “Na verdade, 86% dos compradores europeus relatou mudanças na sua capacidade de comprar e disposição para pagar. Como resultado, muitos estão a ter de adotar uma abordagem estratégica para as suas compras, tomando decisões difíceis e apenas com base nas necessidades. Não estão mais a entrar inconscientemente na loja e a serem atraídos por compras por impulso e promoções de marketing inteligentes”.
Refrigerados e frescos, alimentação seca, bebidas e cuidados pessoais impulsionaram o crescimento das categorias em 2022, mas a queda de 3,4% nas vendas de bebidas alcoólicas compensou marginalmente os ganhos.
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