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Vendas do 11.11 tomam o pulso ao sector do retalho mundial

A jornada de compras do 11 de novembro, também conhecida como o Dia do Solteiro, servirá, este ano, para tomar o pulso ao sector do retalho, a nível mundial, no rescaldo da Covid-19. Até porque a China, após uma recuperação exemplar dos efeitos da pandemia, é observada pelo resto do mundo, relativamente à evolução das compras.

De acordo com as contas da Bain & Company, nos últimos cinco anos, durante as 24 horas do 11.11, as vendas cresceram 35% ao ano, gerando um valor bruto de, aproximadamente, 60 mil milhões de dólares, o dobro do que a Amazon consegue num mês inteiro e oito vezes mais que as vendas online registadas na Black Friday. “Este ano, seguramente, será um recorde para este evento e vemos muitos clientes ocidentais a analisá-lo como referência e laboratório para o que possam extrapolar para os seus mercados de origem. A China converteu-se num mercado-chave, não só do ponto de vista comercial e de negócio, como também enquanto referência e aprendizagem no e-commerce para o resto do mundo”, assinala Ignacio Otero, partner da Bain & Company.

As contas deste ano ainda não estão fechadas, até porque cada vez mais marcas estendem estes eventos de vendas por mais do que um dia, mas certo é que esperavam investir e vender mais no Dia do Solteiro, do mesmo modo que 40% dos consumidores previam aumentar o seu gasto face a 2019. Eletrónica de consumo e produtos de saúde e bem-estar são as categorias que deverão registar um maior crescimento este ano.

O estudo da Bain & Company revela que os consumidores mostram preferências por marcas locais. Mais uma consequência da Covid-19, que potenciou um renovado orgulho nacional.

 

Primeiros resultados do Dia dos Solteiros

O Dia dos Solteiros é celebrado na China a 11 de novembro e, desde 2009, que se tornou numa data importante para o e-commerce, desde que o Alibaba começou a fazer, nesta data, o seu mais importante evento de vendas, promovendo uma série de descontos. Começou com 27 comerciantes e, desde então, cada vez mais marcas se têm associado a este evento de vendas, que já é replicado um pouco por todo o mundo.

Este ano, o grande momento de vendas do Alibaba faz-se em moldes diferentes, prolongando-se durante três semanas, com três fases distintas: pré-campanha, campanha e pós-campanha.

De acordo com os resultados dos primeiros 11 dias, o volume total de vendas ascendeu a 63 mil milhões de euro, praticamente duplicando o valor alcançado em 2019 (embora, no ano passado, tenha decorrido em apenas dois dias). Não obstante, comparando este período de 11 dias face ao homólogo de 2019, há um aumento de 26% nas vendas. “Durante os últimos 12 anos, a inovação tem sido o foco do 11.11 que, com o tempo, se converteu num festival global de consumidores. O 11.11 é definido pelos consumidores, comerciantes e parceiros de todo o ecossistema Alibaba e conta, além disso, com todo o apoio da sociedade”, afirma Jiang Fan, presidente do Taobao e do Tmall, duas das plataformas do grupo chinês. “Continuaremos focado no desenvolvimento da nossa infraestrutura digital, ao serviço do empoderamento dos comerciantes independentemente da sua dimensão, para que encontrem o caminho do sucesso na economia digital”.

250 mil marcas participam no 11.11 deste ano, das quais, 31 mil não são chinesas. Destas marcas internacionais, 2.600 participam no Dia dos Solteiros pela primeira vez.

Os dados preliminares mostram, ainda, que 357 marcas emergentes se converteram nas mais vendidas das suas categorias. Mais de 1.800 marcas emergentes superaram o volume global de vendas do evento de 2019, com 94 a registar um crescimento superior a 1.000%.

No âmbito da iniciativa Spring Thunder, 1,2 milhões de comerciantes e 300 mil fábricas orientadas para o comércio externo de mais de dois mil “clusters” industriais de toda a China participaram no 11.11. O chatbot de inteligência artificial para atendimento ao cliente geriu mais de 2.100 milhões de consultas durante os primeiros 11 dias.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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