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Disrupção nas tradições de Natal com implicações para o retalho

50% dos britânicos já começaram a fazer as compras de Natal

Foto Shutterstock

Uma pesquisa feita pela Kantar a 10 de outubro junto de 52 mil britânicos concluiu que 50% dos shoppers já começaram a fazer as suas compras de Natal e apenas 15% deverá esperar até dezembro.

Com o receio de novos confinamentos e restrições de mobilidade, muitos consumidores estão a antecipar as suas compras, o que, segundo Joanna Parman, Strategic Insights Director na divisão Worldpanel, tem implicações para o sector do retalho. Questões sobre como e com quem o Natal poderá ser celebrado e, como consequência, a quem se pode presentear diretamente e a quem se terão de enviar os presents, por exemplo, por correio também têm impacto nas decisões sobre que tipo de presentes comprar e onde comprá-los.

 

Compras por antecipação potenciam o online

Um dos efeitos de se comprar com antecedência é que se tem mais tempo para esperar pela entrega das compras online, fator que é, frequentemente, uma barreira às compras de presentes via Internet em dezembro. A pesquisa conduzida pela Kantar no Reino Unido apurou que 50% dos consumidores planeiam fazer online a maioria, senão a totalidade, das compras de presentes, um valor que sobe face aos 42% registados em 2019.

Contudo, o mesmo não se aplica às compras de bens alimentares, onde apenas um quinto dos britânicos planeiam fazê-las, na maioria ou na totalidade, através da Internet. “A questão é se este valor irar alterar caso as medidas de restrição evoluam”, nota Joanna Parman.

 

Orçamentos

As expectativas de um Natal normal estão a cair à medida que o mês de dezembro se aproxima, com 63% dos lares britânicos a afirmarem que, dificilmente, o terão, valor que sobe face aos 55% apurados em setembro.

Outro fator de influência das decisões de compras é a incerteza quanto à situação financeira, que irá afetar os orçamentos para a próxima época festiva. 44% dos inquiridos confessam-se nervosos e com receio de ter de cortar no orçamento do Natal, sobretudo, as famílias mais jovens. Dois terços dos lares estão muito ou extremamente preocupados quanto à economia britânica, o valor mais elevado registado desde julho.

Como tal, na gestão do orçamento natalício, os presentes serão o principal alvo das reduções, com os consumidores a indicarem que vão comprar menos presentes (47%) e procurar opções mais baratas (44%). “Isto significa que aquilo que iremos comprar e oferecer será fortemente impactado este ano. Para as marcas e para os retalhistas, é mais importante que nunca provar a sua relevância nas listas de compras de Natal”, adverte Joanna Parman.

Mas não será só ao nível dos presentes que os cortes de orçamento se farão sentir. A comida festiva também arrisca a fazer parte das restrições, com 22% a indicar que terá de alocar menos dinheiro a essa categoria. 20% planeia poupar dinheiro ao não fazer a refeição de Natal fora de casa, este ano, o que representa mais um golpe para os estabelecimentos do canal Horeca.

 

Tradição

O modo como o Natal será celebrado depende do quão apegados os consumidores sejam aos rituais tradicionais. Os jantares de Natal das empresas e amigos dificilmente se manterão, devido à Covid-19, mas existe potencial para as celebrações mais pequenas e intimistas, cujo conforto permite mitigar esta época de incerteza. Com tanta disrupção nas tradições de Natal usuais, este ano, poder-se-ão criar novos rituais e formas de manter o contacto com a família e os amigos. “Com isso, abre-se uma nova oportunidade para as marcas e para os retalhistas causarem também alguma disrupção nos modos tradicionais de ir ao encontro das necessidades dos shoppers em época festiva, colocando-se no centro de todas as celebrações, independentemente da sua dimensão”, conclui.

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