A Comissão Europeia propôs a suspensão de um ano dos direitos de importação de todos os bens ucranianos não abrangidos por um acordo de comércio livre existente, para ajudar a economia do país durante a guerra com a Rússia.
De acordo com a agência Reuters, as medidas aplicar-se-ão, nomeadamente, às frutas e produtos hortícolas, sujeitos a requisitos mínimos de preço, produtos agrícolas que enfrentam quotas e certos bens industriais, tarifas que só deveriam ser eliminadas, gradualmente, até ao final de 2022.
Esta eliminação progressiva, prevista no acordo de livre comércio UE-Ucrânia de 2016, aplica-se a fertilizantes, produtos de alumínio e automóveis.
A União Europeia isentará, igualmente, a Ucrânia de medidas de salvaguarda que limitem as importações de aço e levantará as tarifas anti-dumping que atualmente impõe aos tubos de aço ucranianos, aos produtos siderúrgicos planos laminados a quente e às tábuas de engomar.
A medida terá agora de ser acordada pelo Parlamento Europeu e pelos Estados-membros, para entrar em vigor.
Aliviar as dificuldades
A Comissão Europeia, que supervisiona a política comercial dos 27 países da União Europeia, reitera que estas medidas sem precedentes foram concebidas para aliviar as dificuldades dos produtores e exportadores ucranianos face à invasão da Rússia. “Desde o início da agressão da Rússia, a União Europeia tem dado prioridade à importância de manter a economia da Ucrânia em andamento, o que é crucial tanto para ajudá-la a vencer esta guerra como para se recuperar, após a mesma“, disse o vice-presidente da Comissão e comissário do Comércio, Valdis Dombrovskis.
No ano passado, o comércio bilateral UE-Ucrânia foi superior a 52 mil milhões de euros, o dobro do nível antes do acordo de comércio livre de 2016.
Com o transporte marítimo ucraniano, através do Mar Negro, agora cortado pela marinha russa, a União Europeia também se moveu para ajudar no transporte terrestre de mercadorias ucranianas, por exemplo, facilitando as condições de entrada para os camionistas ucranianos.