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Um em cada quatro europeus faz compras online todas as semanas

De acordo com o primeiro estudo Masterindex sobre comércio eletrónico pan-europeu e novas tendências de pagamento, os europeus são ávidos compradores online. Segundo este estudo, espera-se que o mercado europeu de comércio eletrónico tenha um crescimento de 45% entre 2015 e 2018.

O estudo Masterindex, feito a consumidores em mais de 20 países do Espaço Económico Europeu (EEE), sugere que um em cada quatro europeus com acesso à Internet comprou produtos ou serviços online, pelo menos uma vez por semana em 2016.

Os resultados apresentados pelo Masterindex apontam para um forte potencial de crescimento do comércio eletrónico uma vez que, em média, mais de 40% dos europeus inquiridos dizem ter efetuado compras pelo menos uma vez por ano. Em Portugal, esse número é de 43% e os artigos mais comprados online pelos portugueses, em sites de outros países europeus, foram vestuário, calçado e acessórios (29%, percentagem inferior à média europeia que foi de 37%); eletrónica, designadamente câmaras digitais e de filmar, além de dispositivos áudio (26%, percentagem bastante superior à média europeia que foi de 17%) e livros, CD’s, DVD’s e videojogos (20%. em linha com a média europeia de 21%).

Por seu turno, cerca de 31% dos portugueses inquiridos nunca comprou produtos online fora de Portugal.

Apesar do comércio eletrónico ter um índice de aceitação elevado em toda a Europa, o estudo revela diferentes e interessantes tendências de país para país, relativamente ao número de vezes que os europeus efetuam compras online, que tipo de artigos compram e quais os métodos de pagamento escolhidos. Num momento em que os decisores políticos europeus procuram eliminar as barreiras transfronteiriças ao comércio eletrónico, o Masterindex destaca as diferentes atitudes nacionais em matéria de compras online a partir de outros países.

Frequência com que os europeus fazem compras online
Os ingleses, os polacos, os lituanos e os italianos são aqueles que afirmam recorrer mais vezes ao comércio eletrónico na Europa, ao efetuarem, pelo menos, uma compra online todos os dias (entre 8% e 9%). No entanto, os britânicos destacam-se no que toca à atividade semanal (41%), seguidos pelos irlandeses (32%) e alemães (30%). Em oposição, os finlandeses (17%), os estónios (16%) e os dinamarqueses (16%) têm menos probabilidade de comprar algo na internet pelo menos uma vez por semana.

Em toda a Europa, o comércio eletrónico tem registado um aumento significativo, quando se compara a frequência diária com a frequência semanal. Isto, porque o tipo de artigos que os consumidores compram online são menos suscetíveis de serem itens do dia-a-dia. O vestuário e o calçado são, de longe, a categoria mais popular (48% da média dos países europeus), seguidos de compras de bilhetes (34%), eletrónica (33%) e livros (31%).

No entanto, aquilo que é mais procurado pelos consumidores difere de país para país, às vezes com resultados surpreendentes: os britânicos que fazem compras online compram o dobro de artigos de mercearia online (33%) dos seus vizinhos “continentais”, nos quais se incluem os holandeses (16%), os franceses (15%) e os belgas (13%); os compradores online gregos estão quatro vezes mais abertos a efetuar reservas de viagens de longo curso na Internet do que os seus homólogos dos Balcãs, na Croácia; mas podemos observar uma tendência regional, onde a Finlândia (31%), a Suécia (22%) e a Noruega (22%) são os únicos países com mais de um em cada cinco compradores online envolvidos em jogos a dinheiro online.

A preferência na escolha do método de pagamento preferido para as compras online também varia de país para país. Na República Checa, Alemanha, Países Baixos e Polónia, a banca online é duas vezes mais popular que os cartões. Mas em países como o Reino Unido, França, Espanha, Irlanda e Itália, os cartões continuam a ser os métodos de pagamento mais populares.

O estudo analisou também a adesão a novos métodos de pagamento, como e-wallets, aplicações bancárias e utilização de códigos QR, apontando um forte potencial de crescimento nestas áreas. Apesar de haver uma clara abertura para testar novas tecnologias, este interesse nem sempre se correlaciona com o uso real. Enquanto os compradores online espanhóis são os mais entusiastas no que toca a carteiras eletrónicas, em teoria, acabam por ficar atrás dos noruegueses (20%), gregos (20%) e finlandeses (19%) no que toca à utilização destas soluções de pagamento.

Apesar das diferentes tendências de país para país, os europeus tendem a partilhar preocupações semelhantes com o comércio online. Uma dessas preocupações é o receio da fraude, a qual é identificada como a maior barreira à decisão de comprar online em todos os países inquiridos. Destacam-se a Grécia (71%) e Espanha (64%) ou a Dinamarca (46%). Já os franceses, por exemplo, quase nunca efetuam compras oriundas de outros países e o número daqueles que referem que não o fazem por falta de confiança em sites estrangeiros é, aproximadamente, o dobro dos compradores espanhóis e italianos e quatro vezes mais do que polacos ou checos.

Além da falta de confiança, os consumidores invocam outras razões para não fazerem compras a partir de sites de comércio eletrónico de outros países. Entre elas, o facto de o mercado interno oferecer disponibilidade e boas opções. A pesquisa mostra que 40% dos compradores online na Finlândia e Polónia, que não compram a outro país que não o seu, sentem que os sites de comércio eletrónico do seu país atendem às suas necessidades, com perceções semelhantes no Reino Unido, França e Alemanha.

E quando o consumidor decide olhar para além de seu próprio país, é mais provável que tenha surgido uma oferta atraente (40%), do que simplesmente uma questão de disponibilidade (32%). Os artigos mais populares comprados além-fronteiras são vestuário, acessórios e calçado (37%), seguidos de livros, música, DVD’s e videojogos (21%).

A probabilidade do aproveitamento deste tipo de ofertas difere consideravelmente de país para país. Por um lado, cerca de dois em cada cinco compradores online de países como a Bulgária, República Checa, França, Alemanha, Hungria, Lituânia, Holanda, Polónia, Roménia e Eslováquia dizem nunca comprar algo de um site de outro país. Contrariamente, quase 90% das pessoas que fazem compras na Internet na Áustria e na Irlanda afirmam ter comprado produtos online em sites estrangeiros pelo menos uma vez na vida. O mesmo vale para mais de 66% dos compradores online em Itália, Espanha e Reino Unido.

O panorama geral aponta para um forte potencial de crescimento do comércio eletrónico transfronteiras, com, em média, mais de 40% dos compradores online europeus a referirem que efetuam compras online pelo menos uma vez por ano.

Entre os fatores-chave para o crescimento, tanto a nível internacional como nacional, estão os esforços contínuos para criar confiança no comércio eletrónico e, sobretudo, melhorar as ofertas e condições online.

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