Feitas as contas, e face ao período homólogo do ano anterior, de janeiro a junho de 2020, a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) dá nota de um aumento de 47,13% no que toca à certificação dos vinhos do Tejo, o que corresponde a 15,21 milhões de litros. Isto quer dizer que podem envergar o selo garantia de qualidade e origem, fator de relevo a nível económico, na medida em que atesta que são vinhos feitos com uvas produzidas na região, sob a Denominação de Origem Tejo (DO Tejo) ou a Indicação Geográfica do Tejo (IG do Tejo ou Vinho Regional do Tejo).
São cada vez mais os produtores que estão despertos para a importância de certificar os seus vinhos, com um impacto bastante positivo junto do consumidor. Os números falam por si e a certificação tem vindo a aumentar de ano para ano: 6,75 milhões de litros em 2018, 10,34 milhões de litros em 2019 e 15,21 milhões de litros em 2020. Neste primeiro semestre, o valor de certificação está já acima do total de vinho certificado em 2018, que rondou os 13,50 milhões de litros, valor que subiu para os 23,30 milhões de litros, em 2019.
É nesta altura do ano que o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), em conjunto com as várias CVR, avalia a perspetiva de vindima e, por conseguinte, a produção de vinho para a campanha. A produção de vinho em Portugal deverá cair 3% em relação à campanha anterior, valor para o qual não deverá contribuir a Região dos Vinhos do Tejo, na medida em que a previsão não aponta para quebra, mas sim para a manutenção dos valores de 2019, ou seja, cerca 61,6 milhões de litros.
Clima difícil
Segundo o Departamento de Viticultura da CVR Tejo, este foi um ano difícil em termos climáticos, devido à ocorrência de precipitação na altura da floração e das temperaturas elevadas no presente, que já começam a ser habituais, mas que em pouco afetou o desenvolvimento das uvas.
Em termos de doenças, o míldio assustou, mas não teve influência numa perda de produção com significado. Relativamente à quantidade de uva, é muito idêntica à do ano passado, primando por um enorme potencial qualitativo, o que se revela normal em anos de produção mais contida e sem grandes acidentes climáticos.