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Startup brasileira de economia social chega a Portugal

As horas de voluntariado já podem ser convertidas em benefícios. A Gooders, uma startup brasileira de economia social, atravessou o Atlântico para mostrar que “fazer o bem recompensa” e atrair marcas e empresas para esse novo desafio. A plataforma começa com 400 acções de voluntariado e já tem como parceiros a Dott e a Cofina.

A Gooders junta numa mesma plataforma organizações não governamentais (ONGs), voluntários e marcas. Trata-se de um marketplace social de êxito no Brasil, através do qual os voluntários são recompensados pelas horas que dedicam às causas que abraçam, com benefícios e ofertas de produtos e serviços. No Brasil, a Gooders tem entre muitos parceiros marcas como a McDonald’s ou a Samsung.

A Gooders nasce em Portugal com mais de 400 ações de voluntariado disponibilizadas por três mil ONGs nacionais, através da Bolsa de Voluntariado, um ponto de encontro entre a procura e oferta de voluntários, e alguns parceiros, entre eles o shopping online Dott, a ProdTo, plataforma que é mercearia online com aconselhamento de nutricionistas, e o grupo de comunicação Cofina. Em breve, irá acolher outras marcas.

Inovar na economia social e recompensar o mérito é o objetivo da Gooders. Basta fazer inscrição na plataforma, selecionar uma ação solidária e esperar a recompensa que, depois, pode ser utilizada nas marcas parceiras. A recompensa acontece em forma de moeda virtual – os “gooders”- que dá o nome à startup brasileira.  Por cada dez minutos de voluntariado, recebe-se um “gooder”.

Mas a moeda assume diferentes valores para cada parceiro. Neste momento, a Dott, por exemplo, está a oferecer cinco euros de desconto no shopping online por cada 10 “gooders”. Já no caso da ProdTo, cada cinco “gooders” valem cinco euros de desconto.

O objetivo é criar um espaço onde voluntários, ONGs e marcas se juntam em nome da responsabilidade social. Qualquer utilizador pode registar-se na Gooders, sejam voluntários que já colaboram com as 400 organizações que estão associadas ao projeto, sejam novos voluntários que podem ver recompensada a sua dedicação.

À frente da Gooders em Portugal está Pedro Borges, profissional com larga experiência no mercado financeiro, tendo passado pela Go Bulling e pela Orey Financial. Nos últimos anos, liderou o Saxo Bank, no Brasil, além de ter sido fundador de várias startups no mercado brasileiro, como a Carlicity, intermediária para publicidade em veículos móveis, e outras empresas na área de formação de projetos de criptomoedas e blockchain.  “Portugal é um país solidário e temos mais manifestações de voluntariado do que muitos países desenvolvidos. Temos um povo que sabe bem acolher e cuidar e, por isso, faz todo o sentido criar um sistema de retorno para as pessoas que dedicam horas da sua vida a causas”, explica Pedro Borges.

A Gooders afirma-se, ainda, como uma forma das organizações divulgarem as suas ações de responsabilidade social e necessidades, conseguindo alcançar um público mais alargado. Mas não são só as ONGs que beneficiam: as vantagens também se aplicam ao público em geral, que muitas vezes tem a vontade de ajudar, mas falta uma estrutura para responder a questões práticas de “como”, “onde” e “quando”. Desta forma, todos os utilizadores têm a possibilidade de facilmente aceder a uma agenda das ações solidárias a decorrer.

Em 2018, a taxa de voluntariado em Portugal foi de 7,8%, o que quer dizer que cerca de 695 mil pessoas realizaram, pelo menos, uma atividade solidária sem remuneração

No país de origem, a Gooders é já um projeto consolidado: no Brasil tem 12 mil organizações na plataforma, contabilizando um total de 214 mil voluntários registados e está associada a dezenas de parceiros, de negócios locais a multinacionais como a McDonald’s, a Samsung e a IBM.

 

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