Os consumidores portugueses aumentaram os gastos nas compras online e nas lojas físicas. Estão também mais exigentes e privilegiam cada vez mais o fator qualidade/preço, segundo o mais recente estudo da in-Store Media e da Nielsen sobre os hábitos de compra do shopper português.
O estudo, realizado com o objetivo de compreender as preferências e hábitos de consumo atuais e ajudar as marcas a otimizar a rentabilidade do investimento em Retail Media, identifica várias tendências principais. Desde logo o facto da loja física continuar a ser o principal canal de compras, com 97% dos consumidores a recorrer a este formato, apesar de quase um em cada quatro (22%) já comprar online.
Formatos privilegiados
Os supermercados e os hipermercados permanecem os formatos privilegiados de compra, com os hipermercados a apresentarem ainda um ligeiro crescimento em termos de penetração (1,6%), quando comparado com os supermercados, os quais viram aumentar em 1,1% o ticket de compra dos consumidores.
Nos discounts, regista-se uma queda de 0,8% na penetração e de 0,5% no valor. “A tendência é para comprar mais por oferta e menos por preço”, lê-se em comunicado.
No contexto das lojas online, as ofertas e promoções (12%) e os custos de entrega reduzidos (11%) continuam a ser o principal “driver” de decisão, enquanto nas lojas físicas é a qualidade, mas com maior atenção ao preço (22%), seguido da proximidade de casa ou local de trabalho, fator mencionado por 15% dos inquiridos.
O diretor geral da in-Store Media Portugal, Jordi Cassany, explica que “este movimento reflete a evolução do consumidor português para um perfil mais exigente e sofisticado, com a fidelização às marcas cada vez mais centrada na perceção de qualidade, variedade de produtos e menos na preocupação exclusiva com o preço”.
Aumento dos gastos
Outra das tendências verificadas é o aumento dos gastos totais. Verifica-se um aumento no total, tanto no canal online quanto no offline, e, embora o ticket médio de compra se mantenha estável, há um crescimento na frequência de compras, sinalizando um comportamento mais ativo e diversificado.
No canal online, a frequência de compra é de aproximadamente uma vez por mês, enquanto no offline é de mais de três vezes por semana. Quanto ao valor médio do ticket, atinge os 51 euros, sendo o dobro do offline (22 euros).
Para Jordi Cassany, “fica claro que o consumidor está a gastar mais e que o objetivo das marcas deve ser o de conseguir aumentar o ticket médio de cada visita, através de estratégias adequadas de Retail Media”.
Lealdade dos consumidores
O café (43%), seguido da alimentação animal (39%) e da cerveja (35%) estão no top 3 em termos de lealdade entre os consumidores. As percentagens de compras nestas categorias dizem respeito a uma única marca preferida pelos shoppers.
Em contrapartida, categorias como os snacks (11%), alimentos biológicos (9%) e refeições preparadas (7%) apresentam menor fidelização.
Em determinadas categorias, os shoppers demonstram maior sensibilidade a promoções e consideram mudar de marca por esse motivo, nomeadamente no caso dos snacks e batatas fritas (71%), seguidos dos doces como chocolates, gomas e rebuçados (70%) e refeições preparadas (69%). Por outro lado, categorias como o café (28%), a cerveja (26%) e a alimentação animal (24%) mostram-se menos influenciadas pelas promoções.
Já em relação à percentagem de shoppers que consideram experimentar um novo produto, o top 3 é liderado pelas categorias de chocolates, gomas e rebuçados (70%), produtos alimentares biológicos (70%) e snacks e batatas fritas (68%).
Nas categorias de higiene e limpeza da casa (92%), refeições preparadas (91%) e snacks e batatas fritas (90%), os shoppers consideram a marca própria como a marca preferida ou uma das marcas a ter em conta na hora em que realizam uma compra.
Mais jovens mais recetivos à inovação
O estudo da in-Store Media e da Nielsen identifica, também, quatro perfis principais de consumidores portugueses com comportamentos de compra distintos. Os Engaged Shoppers, que representam 18% dos consumidores, na faixa etária entre os 18 e os 35 anos, e que são fortemente influenciados pelas redes sociais ao decidir o que comprar, apreciam lojas premium e utilizam frequentemente apps ou websites de poupança para planeamento de compras. Estes shoppers demonstram igualmente uma elevada tendência para experimentar novos produtos e marcas.
No caso dos Deal Seekers, que correspondem a 28% dos consumidores, são principalmente mulheres e têm entre 35 e 55 anos, valorizam sobretudo uso da tecnologia no quotidiano, são muito sensíveis a promoções, gostam de explorar novas lojas na sua área e têm uma elevada lealdade às marcas.
Os Attentive Shoppers (25%) têm idades entre os 55 e os 65 anos, são principalmente mulheres, focam-se em detalhes como os ingredientes e a origem dos produtos, fazendo pesquisas online antes de realizar compras, sendo sensíveis a promoções, mas indiferentes à inovação.
Por fim, os Constrained Shoppers, o maior grupo com 29%, incluem pessoas entre os 55 e os 65 anos, maioritariamente homens, que mostram pouco interesse nas redes sociais e baixa fidelidade às lojas e às marcas, priorizando marcas próprias, e raramente utilizam apps, sendo pouco sensíveis à inovação e às promoções.
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